impecável.

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𐔌⠀ׅ🔆⠀ׄ⠀❨ CAPÍTULO DOIS :⠀
⠀ ̲ ̲ ̲ ̲ ▢⃨.⠀ ̲ ̲ ̲ ̲ ◜Sao Paulo, 13:35

Aviso: esse capítulo contém uma temática delicada e sensível!

Já havia se passado praticamente um mês, desde que fui contratada. Eu estou feliz, ganho um bom dinheiro, moro na república com uma garota chamada Clara e a sua... hm, sua namorada Vanessa. Elas são estudantes de Pediatria... Como permitem esse tipo de coisa?!

Descobri que Carolyna também é lésbica, mamãe estava certa. Perdida. Saí de meus pensamentos, quando:

-Eai gatinha!- A voz de Gustavo, sorri e abracei o meu namorado. -Vamos poder sair hoje?

-Você sabe que vou trabalhar...- Falo um pouco apreensiva, Gustavo odiava o meu trabalho e eu não entendia o porque.

-Porra Priscila, de novo esse trabalho com a vadia da Borges? Essa mulher vai te consumir totalmente!- Neguei, apesar de tudo Carolyna era legal...não me deixava falar.

-Chega amor...é o trabalho que preciso para me manter, fora que quando eu pegar a Amanda, vamos poder nos casar e morar juntos.

Gustavo apenas assentiu e eu sorri, o abraçando até que minha única amiga. A malu, se aproxima.

-Vamos Pri, nosso trabalho nos espera.

mal tive tempo me despedir, Carolyna iria me matar. Eu estou feia, com uma roupa qualquer, cabelo sem lavar. Eu sabia qual a sua conduta para trabalho e estava um pouco envergonhada, mas, ainda sim, teria que ir. Peguei meu ônibus com malu, dois ônibus lotados, até chegar na residência Borges e entrar cumprimentando os funcionários dentre eles, Lucca e Allan.

-A dona Carolyna, está irritada. Precisou ir ao fórum sozinha. - Dizia Lucca, Allan olhou-me e apenas apontou para dentro de casa.

Engoli a seco, concordei e ainda apreensiva subi os três lances de escada. Ajeitei meu cabelo e bati na porta de seu escritório.

-Entre!- Sua voz imponente soou e meu corpo tencionou, céus, ela me causava calafrios. Mas... Ela estava lin.. O que é isso Priscila?! Ela é uma mulher... uma mulher, parece tanto com a doutora Fernanda. Mas, ela tem algo diferente... Ah, a arrogância. -Caliari, saía! - Sua voz ecoou dentro do amplo escritório e eu estremeci na cadeira. Mulher arrogante, ama gritar e mandar...-Você está atrasada e eu não tolero isso!

-Senhorita Borges, me desc.....- Fui interrompida por Carolyna e acabei suspirando baixinho. -Deseja algo senhorita Borges?- Vi aqueles olhos de jabuticaba que eram intensos, brilharem. A senhora Borges, me trás sensações estranhas e eu nem a conheço. Mas, as repúdio.

-Eu quero que me traga meu café, arrume minha agenda e cancele os compromissos da tarde.. Se arrume, fique impecável e me espere no carro.

-Para onde vamos?

-Não lhe interessa. Saía da minha frente, Caliari!

Engoli a vontade de chorar e saí rapidamente. Procurei Maria Luísa e a encontrei na cozinha com Ana Júlia, me aproximei e me sentei na cadeira e calada me mantive.

-Prica!- O sotaque goiano de Maria Luísa me tirou de pensamentos e antes que eu pudesse falar algo, ela me levou até seu quarto. Eu precisava me arrumar e ficar pronta, então o fiz.

Tomei um bom banho, lavei meus cabelos e quando saí do banheiro depois de meia hora. Roupas íntimas num tom azul claro e um conjunto social também azul. Eram as peças que eu vestiria, Ana Júlia fez meu cabelo e então fui, para o escritório no centro da cidade. Allan me deixou no prédio e como funcionária, tive meu acesso completamente liberado.

-Que dê certo...‐ Pensei ao adentrar a sala de Carolyna e sem percebi.–Quantas fotos, da Danda!- Sorri e tranquei a porta. Conforme andava, percebi o espaço bem arrumado e então me direcionei aos arquivos perfeitamente arrumados em ordem cronológica e periculosidade.–Jura, Carolyna?- Revirei os olhos e ao me lembrar que os casos, ditos no dia anterior, não eram relevantes  porém, porecisavam de atenção e eu os resolveria? Sim, resolveria! Puxei a cadeira ao meu lado e me sentei. descrevi caso por caso, citei a sua problemática e por fim deixei para ambos sua devida solução. Juntei tudo em ordem e saí, Deus! São quase nove da noite.

–Meu Deus, eu tenho que ir embora!- Pego o celular em minha bolsa, já querendo chorar. Estava desligado...eu teria que ir para a república.

Saio do prédio e vou caminhando até o ponto de ônibus. Talvez, conseguisse chegar em dez minutos, se eu andasse mais rápido levaria uns oito minutos. A rua estava deserta e reparei que um carro estava me seguindo, comecei a andar mais rápido e o carro continou me seguindo, então eu corri e atravessei a rua sem olhar. Um carro vinha em minha direção, só consigo ver o clarão dos faróis.

–Entra Priscila!- Era o meu namorado, eu sorri abertamente e entrei no carro, mas, quando senti aquele cheiro...cheiro de sexo e perfume barato, minha ira, foi instantânea.

–DESGRA....

Minha fala foi interrompida, Gustavo segurou meu rosto com força e eu temi o que ocorreria. Ele estava bêbado...não sabia o que fazia..não é?

–Termina de falar!- Nessa altura, eu já havia negado umas dez ou quinze vezes. Ele me ama, por que estava me machucando? Por que estava erguendo a mão para mim...Por que?

–Me deixa ir embora...- Praticamente implorei.

–Está irritada?! Magoada por eu ter comido outra?- Ele cuspiu as palavras em meu rosto e a cada puxão de cabelo, eu chorava.–Acorda, Caliari...esse teu rostinho bonito não vale de nada. Você não sabe fazer nada, que não seja andar nas abas da mamãe.

Palavras doem tanto, doem mais que qualquer murro ou tiro.

Gustavo praticamente me empurrou do carro e eu vaguei, agarrada ao meu corpo. Minha nuca ardia, assim como meus olhos..

–Eu me odeio...odeio, odeio, odeio tanto!!- Aquela altura, meu choro era mútuo, doloroso de se ouvir e para melhorar iniciou um temporal. Era como se o céu me entendesse. Minhas lágrimas escorriam,  se misturando com as gotas de chuva que caíam. Eu não tinha mais rumo. Não posso continuar tendo um relacionamento assim... Minha mãe vai me matar.

Fiz todo o meu caminho até a república e ao chegar, me deparei com Vanessa estudando sentada no sofá.

–Priscila?! O que aconteceu? seu rosto..- Ela se apressou em levantar, pegou o kit de primeiros socorros e veio em minha direção. –O que aconteceu, Priscila?!

–Nada, Nessa...

Engoli a vontade de chorar e me levantei, correndo para meu quarto. Só tive tempo de pedir uma folga a Carolyna, antes de desabar em lágrimas doídas que segurei naquele maldito carro.

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- entregue, mi amores!
Próximo capítulo, será a continuação
desse

meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora