• Capítulo Dois - A escolha é sua

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• Desconhecida •
— Localização protegida.

A luz branca forte contra o meu rosto começou a me incomodar, então foi quando abri os meus olhos devagar, piscando diversas vezes enquanto estava tentando me acostumar com aquela claridade.

Quando a minha consciência voltou de forma rápida e branda, eu finalmente percebi que minha mente estava completamente vazia. O meu primeiro instinto foi arregalar os meus olhos, senti o meu coração palpitar e as lágrimas inundaram os meus olhos.

— Sei que você deve estar confusa nesse momento e garanto que isso é completamente normal.

A voz masculina tão perto de mim me faz praticamente pular da cama e me levantar, correndo para o mais longe possível dele.

— Quem é você? — Indago, com a voz trêmula. — Onde estou?

— Eu não vou te machucar. — Ele me olha, desinteressado. — Se acalma.

— Eu não confio em você, eu não te conheço! — Esbravejo, agressivamente na tentativa de que ele não se aproxime.

Na verdade, eu sequer me conheço, como poderia conhecer ele?

Por que eu não consigo me lembrar de nada?

Onde estou? Quem é ele?

São tantas perguntas que me cercam, minha mente está girando e eu não consigo achar nenhuma resposta. É como se eu estivesse caindo em um completo limbo e não soubesse como me encontrar nessa enorme escuridão.

— Se eu quisesse fazer algo com você, faria quando você estava desacordada e não podia se defender, não acha? — Ele ergue a sobrancelha. — Agora volte para a cama e eu vou tentar responder alguma das suas perguntas.

Rondo meus olhos por esse quarto, as paredes são tão brancas quanto a luz, há apenas uma porta e ele não parece o tipo de quem será facilmente derrotado por mim até que eu consiga chegar a ela, e uma vez fora desse quarto para onde eu iria e quem eu procuraria se eu não me lembro de nada.

Foco meu olhar nele e o olho de forma desconfiada, mas faço o que ele me disse para fazer, afinal que escolha eu tenho?

Talvez ele possa ser o único a responder as minhas perguntas, principalmente quando não há formas de escapar daqui aparentemente.

— Estou aqui. — Digo, assim que volto a me sentar na cama. — Mas isso não quer dizer que eu confie em você.

— Pode começar. — Ele me olha nos olhos.

— Quem eu sou? — Indago enquanto limpo as lágrimas qualquer resquício das lágrimas que caíram dos meus olhos quando acordei.

Há tanto medo em mim, insegurança e receio de tudo o que pode acontecer, de não saber quem eu sou e nem quem eu posso procurar por ajuda. Mas eu preciso tentar me manter forte, não posso me mostrar mais indefesa do que já pareço.

— Ariana. — Ele murmura enquanto abre uma pasta. — Sei que tem 18 anos e nasceu no dia 26 de junho do ano de 2008.

— Onde estou?

— Localização protegida, tanto para te proteger quanto para nos proteger. — Ele me informa.

— Eu não tenho pais? — Suspiro, pela falta de informação do lugar onde estou.

— Assunto confidencial, pelo menos é o que diz aqui.

— Por que não responde as minhas perguntas? — O respondo com outra pergunta.

— Por que não pergunta algo que eu consigo responder? — Ele revira os olhos.

— Por que não me lembro de nada? — Eu o olho sem entender. — Eu não sei nada sobre mim.

— Sua mente foi apagada. — Ele fala com simplicidade. — Para a sua segurança e para a nossa é melhor que sua antiga identidade seja morta e isso inclui que você não se lembre de nada.

— Eu não entendo. — Balanço a cabeça tentando assimilar tudo isso. — Como eu poderia ser perigosa para vocês?

Isso não faz o menor sentido.

— Quando você chegou aqui, o seu passado morreu, então não importa quem você era, apenas quem você irá se tornar. — Ele dá os ombros. — É melhor começar a se acostumar com a ideia de uma nova vida do zero.

— A única coisa que me deixaram foi o meu nome? — Meus olhos ardem enquanto luto contra as lágrimas. — E isso quer dizer que eu não tenho mais família, nem uma casa?

— Seu nome verdadeiro é confidencial e sequer faz parte da sua ficha, Ariana é o nome que escolheram para você, o nome que você usará a partir de agora. — Ele suspira pesado. — Sei que é muita coisa para você assimilar, mas não há como ser diferente e não, sem pais, sem casa e principalmente sem qualquer coisa que te ligue ao seu passado.

— Eu quero ir embora! — Eu quase grito.

— Uma vez lá fora, onde iria? — Ele cruza os braços. — Você não tem mais ninguém agora, não conhece ninguém e não tem para onde ir, esse lugar agora é o seu lar!

— Como pode dizer isso? — Eu estou transtornada. — O que eu estou vendo é que vocês me sequestraram, apagaram a minha memória, eu vou procurar a polícia!

O homem não parece nem um pouco intimidado com as minhas ameaças, ele apenas me olha com tédio e isso me leva a crer que eu jamais conseguirei sair daqui.

— Agora você faz parte do CIUNA e não há como lutar contra isso, então faça um favor a si mesma e não seja um problema.

— O que? — Questiono num fio de voz.

— Centro de Integração Universal para Novos Agentes. — Ele me explica.

— Eu não sou uma agente! — Digo, me sentindo ainda mais nervosa.

— Obviamente que não, qualquer um que olhe para você por mais de um minuto sabe disso. — Ele diz, como se fosse óbvio. — Mas você se tornará um dia, e eu vou ajuda-la nisso.

Agora que ele falou sobre mim dessa forma, o primeiro pensamento que me invade é que eu sequer me lembro como eu me pareço.

— Por que vai me ajudar? — É nitida a desconfiança em minha voz.

— Porque fui designado para você, serei o seu instrutor e o meu nome é Justin. — Ele dá os ombros. — E o meu nome é a única coisa que você precisa saber sobre mim.

— Eu não quero ser uma agente. — Eu digo, sentindo as lágrimas me invadirem.

— Sinto muito, Ariana. — Ele suspira. — Mas ou você aceita o treinamento ou será executada imediatamente, a escolha é sua.

RUIN & RISENơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ