Elétrico como energético

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Esse é pra comemoraaaaar kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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O sabor de energético dançava na língua de Pedro, era alegre, exatamente como estava se sentindo.
Pedro gostava tanto dos pirulitos de energético que preferia provar desse sabor apenas em ocasiões especiais.

Havia acabado de sair de sua prova de matemática, não tinha sido fácil mas todo o esforço valeu a pena, estava confiante. E nada melhor pra comemorar do que um de seus preciosos pirulitos.

Andava pelo corredor distraído girando o doce entre os lábios como sempre, seus pensamentos voltaram-se pra João...
O saquinho de pirulitos entregue no dia anterior havia amolecido o coração de Pedro, foi gesto fofo, sentiu que o João que conhecera no nono ano havia voltado pra ele de certa forma.

Isso deixava seu dia ainda mais feliz.

O moreno estava tão inerte em seu próprio mundo que nem percebeu o Romania se aproximar.

-E aí, como foi a prova? - O susto foi inevitável, não esperava João alí, já era tarde. A pequena onda de choque fez com que o docinho no palito fosse direto de encontro ao chão, partindo-se ao meio, lá se foi sua comemoração...

-Aí meu deus, João! Olha oque você fez.

-Desculpa, foi sem querer.

-Tá fazendo oque aqui? O horário de aula já acabou.

-Eu sei, mas tive que ficar pra resolver a últimas coisas da apresentação e resolvi passar aqui pra saber da sua prova.

-E me fez derrubar meu pirulito! - Cruzou os braços como uma criança mimada, estava fingindo chateação, não conseguia ficar realmente bravo perante a um ato tão doce vindo do cacheado.

-Olha só, vamos passar no armazém eu te compro um novo pirulito, e você me conta como foi na prova. -Abriu-lhe um sorriso amigável, sabia que Pedro não estava com raiva.

Como o combinado no curto caminho pedro contou-lhe como havia sido a prova, contou também que estava confiante em passar, e que no fim estudar sozinho havia sido bom.

Compraram os pirulitos e seguiram caminho em um silêncio confortável, até chegarem a uma faixa de pedestre e ao pisarem na beira da calçada o semáforo mudou para verde.
Pedro ia atravessar, mas na hora que pos os pés no asfalto sentiu João puxar seu braço pra trás e viu o carro passar em sua frente.
E lá estava, outra vez, seu precioso doce despedaçado no chão.

-Tá ficando maluco? -João perguntou com um toque de indignação.

-Se corresse dava pra passar!

-Ou pra morrer né

-Tá, olha só, você me fez derrubar meu pirulito de novo e...- foi interrompido pela atitude repentina de João, que retirou seu próprio pirulito dos lábios e pos na boca de Pedro.

-Pronto, satisfeito? - Segurou a mão do moreno e tentou sair andando mas não foi acompanhado - O que foi?

-Tá fazendo o que? -Levantou levemente as mãos entrelaçadas pra justificar ao que se referia.

-Vou levar você pra casa, pra garantir que não vai tentar correr com sinais abertos por aí!

-Não precisa segurar minha mão pra isso...

-Não precisaria se a um minuto atrás você não tivesse quase se suicidado, crianção. -Foi irônico.

O resto do caminho foi silencioso, e Pedro agradeceu, não conseguiria conversar, não conseguia sequer pensar em algo que não fosse suas mãos juntas.
Quem passasse por eles na rua poderia facilmente achar que eram um casal de jovens namorados voltando de um passeio depois da aula.

Era um pensamento feliz, para os dois.

Param na calçada em frente a casa de Pedro, estavam de frente um para o outro, não sabiam exatamente como se despedir, o clima entre eles estava estranho naquele dia...
Estava agindo como namorados, mas a dois dias atrás sequer se falavam...

Foi quando em um ato rápido João foi puxado bruscamente para frente, e tudo oque viu foi a bicicleta passando atrás de si, antes dele cair sobre Pedro que por ventura tentou agarra-se em algo, mas não tinha nada ali.

Estavam caídos na grama do quintal, o tocar dos lábios que transformou-se em pequeno e rápido beijo. Ao se afastar e levantar, um João de bochechas coradas inventou a desculpa mais plausível naquele momento...

-Hã, lembrei que preciso encontrar com a Malu, tchau. - E saiu correndo deixando um Pedro completamente atônito para trás.

O coração dos dois estava acelerado, elétrico como energético.

Mr. Lollipop - PejãoWhere stories live. Discover now