Capítulo 4: O Coquetel

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POV LUIZA

Confesso que fiquei surpresa ao encontrar a Valentina ali, não imaginava. Era muita coincidência, fiquei me perguntando se seria muito incômodo chegar lá e chamá-la para sentar conosco um pouco, já que ela estava com os amigos e essa moça.

Mas Duda teve a ideia primeiro...

- Amiga, vai lá chamar a Valentina para sentar conosco. Vai ser bom para a gente conhecer ela direito.

- Eduarda, eu não... Ela tá lá com os amigos, tenho vergonha e se ela não quiser vir aqui?

- Luiza, para de graça né, não custa nada chamar ela. Eu vou até lá, me apresento e trago ela aqui, tá bom?

- Não, amiga, não faz isso – Tentei impedir segurando o braço da Duda, mas não deu muito certo.

E quando eu vi, ela já tinha ido...

- Com licença, boa noite a todos. Oi, Valentina, tudo bem? Coincidência você por aqui. Meu nome é Duda, sou amiga da Luiza, a sua chefe. Não quer ir sentar com a gente, não?

Valentina claramente ficou sem graça; ela não estava esperando aquela abordagem. Duda, quando coloca algo na cabeça, não tem quem a faça desistir. Mas acho que até vai ser bom ela vir conosco, assim podemos conhecê-la melhor.

- Oi, Duda, tudo e você? Ah, não sabia que você era amiga da Luiza, que bom te conhecer! Acho que vou lá dar um oi para ela. A propósito, esse é Igor, meu irmão, Bruno, Diego, Rodrigo, Manu e... Larissa, todos meus amigos.

Nossa mesa era próxima, então eu conseguia escutar toda a conversa. Assim que Valentina disse o nome dessa tal de Larissa, a moça parece não ter gostado muito do tom que foi dito. Mas também, não é da minha conta.

- Tô ótima, muito prazer! Hoje minha amiga vai tocar aqui, espero que gostem. Então, vamos lá, Valen?

- Com licença, gente, já volto, tá? - Valentina disse sem graça.

Valentina veio caminhando com a Duda até a nossa mesa e eu fiquei com muita vergonha, de parecer invasiva. Apesar da nossa pouca idade, nós éramos chefe e funcionária né? O que claro, não nos impediria de sermos amigas.

- Olá Doutora Luiza, como vai? – Valentina me abraçou e eu pude sentir o quanto ela estava cheirosa, era um perfume cítrico, porém marcante, que combinava com ela e o clima do Rio de janeiro.

- Valentina, por favor. Não precisa me chamar de Doutora, somos quase da mesma idade, não precisamos de muita formalidade né? Mas eu vou bem e você, o que faz aqui? Coincidência né?

- Ah, é.... é.... Luiza, desculpa. Eu vim com uns amigos e o meu irmão, comemorar a vaga do trabalho e a compra do meu apartamento aqui na Barra. – Ela deu um sorriso e eu pude ver que ela sorria com os olhos também, ah esses olhos verdes...

- Muito bom Valen, tem que comemorar mesmo, você tem um currículo incrível, essa vaga era para ser sua. E que maravilha, a conquista do apartamento é um feito muito grande na nossa vida.... Mas senta aí, vamos tomar uma cerveja

Valentina resolveu sentar com a gente, do meu lado... O que me deixou levemente sem graça, mas como eu já estava com o álcool no corpo, isso me ajudou a segurar a vergonha. 

- E aí, Valen, comprou um apartamento na Barra? Depois quero um open house, hein – Duda falou, e eu não sabia onde enfiar a minha cara. Falei entre os dentes, e acho que a Valentina percebeu.

- Hahahahahaha, comprei! Foi uma conquista para mim. Quando fui para a Inglaterra, ainda morava com meus pais, e lá tinha o apartamento que a universidade disponibilizou. Mas agora que retornei, senti a necessidade de ter meu cantinho, sabe? E minha mãe, digamos, é uma pessoa um tanto quanto difícil de lidar, então eu preferi assim. Mas claro, vamos fazer um open house.

Sentido da VidaWhere stories live. Discover now