Tell me the true

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𝓣𝓸𝓶 𝓚𝓪𝓾𝓵𝓲𝓽𝔃

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- Jess.

Eu a olhava de cima a baixo na cama, o sol que nascia refletia nos seus olhos claros e seus cabelos loiros enquanto o lençol fino cobria apenas da sua cintura para baixo.

- você tem a mesma marca de nascença que a Cassandra... como pode ser outra pessoa?

- essa é a questão... eu não sou outra pessoa.

Como assim? O que ela queria me dizer?

- eu sei que parece confuso... mas eu entrei no corpo dessa menina sem querer, Tom. - ela se levantava e ia até a mala, tirava algumas roupas para fora e pegava um jornal - essa... essa sou eu.

uma menina desaparecida?

- olha Cass, eu não... - eu me sentava na cama de frente para ela

- eu sei que parece difícil, mas olha... os dias batem. Desde o dia 01/11 eu estou nesse corpo e você me estranha desde então!

eu duvidava, eu me sentia culpado por duvidar... mas era impossível.

- eu me matei, pulei de uma ponte e me afoguei, fui avisada de que teria consequências mas não escutei... eu era uma menina perdida, viciada em bebida, um senhor me disse que eu tinha esse corpo para recomeçar e que se eu fizesse tudo certo eu...

- para, não tem graça. - interrompi a loira, seu olhar de indignação e raiva me observavam atentamente enquanto eu me levantava e colocava meu short

- Tom, me escuta! - ela insiste puxando o lençol

- Não, Cass! Você sempre fez esse tipo de piada sem graça, agora mudou sua personalidade toda, eu realmente achei que você tinha mudado seu jeito de pensar e estava sendo uma boa pessoa, e você vem e brinca com a minha cara de novo! Acha que eu sou palhaço?

Eu me estressava, mas que inferno, eu odeio essa menina... o pior é que ela só me olhava com essa cara de piedade que ela sempre fazia, e não dizia nada, ela sempre me deixava ir embora.

- preciso de um tempo. - eu tentava sair pela varanda mas ela me puxava.

- essa tal de Cassandra sabia enrolar baseado? Porque eu sei! dichavar? Porque eu sei e nem que se for pra eu fumar com você e depois descer pro inferno, eu te provo que eu não sou ela. - ela falava séria, estava brava... por mais que parecesse loucura, Cass nunca tinha colocado um cigarro na boca, ainda mais bolado baseado, disso eu tenho certeza. Se ela estiver brincando com minha cara, ela vai tossir e jogar isso longe.

- então tá - eu falava irônico - eu duvido.

- pega aí então, eu sei que você tem, vi você colocar na mala.

Espertinha...

Eu tirava as coisas todas da mala e dava na mão dela

- vamos lá na praia pra eu poder esfregar na sua cara que eu possuí o corpo da sua namorada, palhaço.

A menina se vestiu, e eu a segui até a praia, ela se sentou na areia e colocou as coisas sob o colo, eu a observava atentamente

Ela dichavava a maconha na mão, nem eu consigo fazer isso, que porra é essa? Esticava a seda e colocava tudo certinho, fazia todos os passos, lambia e fechava o cigarro perfeitamente. (Não falei tudo pq não vou ensinar vcs a bolar droga! 👺)

Chegou a parte que eu esperava, ela tragar. Cass pegava o isqueiro e acendia, dava uma tragada em seguia e ainda soltava uma bolha de fumaça com a boca, era como se fizesse isso à anos.

- para de babar, tá chocado? - ela me tirava dos pensamentos

Nem fodendo

- qual seu sobrenome, Jess? - eu ri, obviamente eu ainda não acreditava em toda essa baboseira...

- Jessica Rutherford. - ela olhava para frente, vendo o sol ainda fraco refletir na água, dava mais uma tragada e me esticava o cigarro para pegar - é da boa.

Eu ria

- você fala igual maconheiro... - eu tragava enquanto me sentava ao seu lado na areia fina

- e você não é?

- estamos ficando chapados na praia, às seis da manhã, o que você pensa?

Ela sorria

- você era linda, Jess.

Eu falava e ela continuava sem me encarar

- o jornal... - puxei a fumaça mais uma vez

- sim, eu era.

- sinto muito. - eu pegava em sua mão e agora ela me olhava de volta

- eu também sinto.

Talvez eu estivesse apaixonado por alguém que já morreu.

Episódio rapidinho pq eu também tô na praia, ILHABELA!!
Boas férias pessoal, amo vocês 💕

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