1406 A Sombra Esperante

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Não demorou muito para que a árvore humanóide absorvesse o monte de poeira. Sua força vital, antes monótona e normal, começou a se parecer com a pessoa que Han Sen acabara de matar: Hezhi.

Han Sen não tinha certeza se era exaustão pregando peças em seus olhos, mas ele poderia jurar que estava vendo a árvore encolher para assumir a forma do próprio Hezhi.

E funcionou, mas felizmente não reproduziu a mentalidade da pessoa que Han Sen acabara de matar. Parecia Hezhi agora, mas apenas ficou parado no lugar, sem movimento, onde havia absorvido seus restos mortais.

Han Sen deu um passo para trás, só por precaução. A última coisa que ele queria era desencadear ou invocar a ira de algo que não precisava.

Depois de recuar um pouco, Han Sen decidiu que agora seria um bom momento para retornar à floresta de estátuas naquela praça. Afinal, os lobos que o perseguiram até o jardim haviam se dispersado.

Desde que eles continuassem fora, Han Sen não teria problemas em voltar para lá. Ele pode até conseguir voltar para seus companheiros de equipe.

Mas quando Han Sen começou sua jornada de volta, ele de repente viu as cenouras-cérebro saltando de suas árvores para ficarem de pé no chão diante dele. Parecia que todo o jardim não queria que Han Sen voltasse, pois todas as árvores e plantas começaram a se aproximar dele. O caminho de volta estava fechado.

Então, Han Sen decidiu seguir em frente como fazia originalmente. Ele falou em voz alta para o jardim, dizendo: "Tudo bem, vou jogar do seu jeito. Verei aonde você deseja me levar".

Enquanto Han Sen percorria o caminho pelo jardim onde ele estava originalmente, o resto dos residentes botânicos também retornaram às suas posições iniciais, como se nada tivesse mudado.

Depois de caminhar um pouco, porém, o jardim começou a tomar um rumo inesperadamente agradável. Na verdade, começou a ficar bonito.

As flores logo pareciam borboletas e as árvores foram esculpidas como belos entalhes e móveis de madeira. Era como algo que você veria em um conto de fadas. Parecia quase irreal.

Han Sen logo chegou a um lago. Sua superfície era imóvel, vítrea e azul como um céu claro de verão. No centro do lago havia uma placa de pedra. Na frente dele estava um homem.

Essa pessoa não era alguém com quem Han Sen estava familiarizado e, ao se aproximar para ver melhor, viu que o homem estava vestido com roupas limpas e brancas. Ele não era o tipo de pessoa que você esperaria ver em um abrigo tão sórdido.

"Meu filho; você finalmente está aqui", disse o homem de roupa branca.

"Você está falando comigo?" Han Sen perguntou.

"Claro, meu filho." O homem parecia estar falando com Han Sen, mas sua atenção parecia estar voltada para a placa de pedra que ele estava diante dele.

Han Sen achou estranho que o homem se referisse continuamente a ele como meu filho.

"Quem é você?" Han Sen perguntou, franzindo a testa.

Han Sen sabia que não era alguém cuja voz ele já tivesse ouvido antes, nem era uma pessoa que ele já tinha visto antes.


"Eu poderia te perguntar o mesmo, mas apenas meus filhos são capazes de vir aqui. Então, é isso que posso presumir que você seja." O homem de roupa branca falou de maneira muito descontraída. Ele falou como se tivesse acordado de um sono reparador e estivesse em paz e tranquilidade.

"Fale claramente. Foi um dia longo e não estou com disposição para jogos." Han Sen falou com uma voz severa, principalmente porque não suportava ser chamado de meu filho, assim como não suportava ser chamado de chefe.

"Eu sou uma sombra e já faz algum tempo que espero sua chegada", disse o homem de roupa branca.

"Minha chegada? Eu? Você sabe quem eu sou?" Han Sen achou o homem muito estranho.

Se não fosse pela névoa que deslizava graciosamente pelo lago, Han Sen teria conseguido examinar o homem e obter uma leitura clara de quem ou o que ele poderia ter sido.

"Sim, mas isso não importa. Você está aqui; portanto, você é meu filho", disse o homem de roupa branca.

Han Sen estava ficando irritado. O homem falava bastante, mas na verdade não falava muito.

Han Sen invocou seu ovo de cristal com o desejo de jogá-lo no homem.

Ele estava farto de ser chamado de filho, então pouco se importava com quem o homem acreditava que ele era. Queria calá-lo para que pudesse continuar a expedição.

Antes que Han Sen pudesse arremessá-lo, o homem disse de repente mais uma coisa que prendeu seu braço. Ele disse: "Esta é a única coisa que posso lhe dar".

O homem entrou no tablet como se fosse um fantasma, passando por uma parede.

A tábua de pedra já esteve vazia, mas agora estava rabiscada com algumas palavras adicionais.

"Deus voltou..."

Han Sen ficou bastante surpreso ao ver as palavras da Porta da Vida aparecerem no tablet. Ele olhou para a placa um pouco mais de perto e, diante de seus olhos, a totalidade da Porta da Vida começou a aparecer na pedra.

As palavras apareceram uma por uma.

Han Sen ficou encantado e rapidamente tentou se lembrar de tudo o que estava escrito.

Depois de ler tudo, ele sentiu como se seu Sutra do Pulso de Sangue estivesse começando a funcionar sozinho e gerando um novo núcleo de gene.

Han Sen sempre acreditou que criaria um núcleo de gene com ela, mas havia algo que o proibia de concluir o processo. Sempre havia um obstáculo em que ele era pego.

Mas agora, só de ver a Porta da Vida escrita diante dele em um lago tão imaculado, isso liberou tudo o que estava impedindo seu progresso. O Sutra do Pulso de Sangue começou a trabalhar produzindo um novo núcleo de gene sem problemas agora.

"Este lugar realmente está ligado à Legião de Sangue. Esse homem deve acreditar que faço parte da Legião de Sangue." Han Sen pensou consigo mesmo, enquanto lia o texto e fazia o possível para memorizá-lo.

Quando todo o texto foi revelado, seu Sutra do Pulso de Sangue começou a disparar em todos os cilindros. O processo de produção de um novo núcleo genético estava bem encaminhado.

O cristal negro também foi acionado, fazendo com que mais daquele fluido preto contaminasse a mistura.

Esta foi a primeira vez que Han Sen teve a capacidade de observar a produção do núcleo do gene. Antes, ele sempre esteve sob fogo e incapaz de fazê-lo, e achou notável o quanto a substância criada se parecia com uma supernova.

Han Sen ficou bastante chocado quando viu o Núcleo de Gene finalizado.

Super Gene 1401-1600Onde histórias criam vida. Descubra agora