002- deixar para trás.

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3 anos atrás
Crystal:

Um ano tinha se passado desde que fiz aqueles três serem presos, eu estava no sétimo ano, e vem acontecendo coisas fora do normal comigo, sempre aconteceu, mas agora estão mais constantes, eu estava voltando para casa sozinha, já estava de noite, eu andava normalmente até passar por um beco e ouvir barulho de latas de lixo caindo quando olhei para onde saiu o barulho, eu vi a silhueta de alguém e aparentemente tinha assas e garras, fez eu me assustar e começar a andar mais rápido, eu senti pingos de chuva caindo sobre mim, começou uma tempestade, do nada!  comecei a sentir que estava sendo perseguida, eu corri muito, até que consegui chegar em meu apartamento, eu estava completamente enxarcada, meu padrasto estava na cozinha, fazendo o jantar, ele me olhou assustado.

- o que aconteceu contigo, crystal? Por que voltou só agora? Sua mãe estava preocupada. -ele disse e me entregou a toalha.

- eu tinha um trabalho pra terminar na escola, por isso só consegui sair agora. Gustavo, você sabe bastante dessas histórias mitológicas, não é? - falo me enxugando na toalha e coloco ela por cima de meus ombros, me sentando em uma das cadeiras da bancada que ficava virada para a cozinha, enquanto Gustavo preparava o jantar.

- claro que sei, pequena, não se lembra das histórias que eu e sua mãe lhe contava?

- eu me lembro sim, mas... pode me relembrar de uma coisa?

- posso, o que seria?

- nas histórias que vocês me contavam, tinham monstros, não é?

- sim, tinham sim, por quê a pergunta?

- é que... quando eu estava voltando para casa, eu vi uma silhueta muita parecida com as características que os monstros das histórias tinham, mas, são apenas histórias, deixa pra lá.

- espera, você tem visto essas coisas a muito tempo?

- é, faz um tempinho, mas é só coisa da minha cabeça, tá fazendo o que para o jantar?

- estou fazendo strogonoff de frango.

- vai demorar? Estou com fome.

- só falta alguns minutos, é o tempo de você trocar de roupa.

Eu saio do local e vou para o banheiro, tomo um banho quente e coloco um pijama confortável, eu fui no quarto da minha mãe que estava trabalhando no computador, mas logo que me viu sua atenção voltou para mim.

- onde estava? Fiquei preocupada! - ela veio até mim e me abraçou, eu retribui o abraço.

- eu fiquei na escola terminando o trabalho, e a chuva me atrasou um pouco, cadê a Antonella?

- tá no quarto dela brincando com o percy.

Sai do quarto da minha mãe e fui ao quarto de Antonella, encontrando as duas crianças brincando, assim que me viram vinheram correndo me abraçar, eu me abaixei ficando na altura deles e eles me abraçaram, eu amo tanto esse abraço, dessa vez durou mais tempo que os outros, parecia que eu nunca mais iria os ver, mas eles me soltaram e me puxaram para dentro do quarto para ver seus desenhos e os brinquedos, depois de um tempo Gustavo veio no quarto para nos chamar, fomos todos jantar, estava ótimo, um tempo depois, Sally apareceu para buscar percy e eles foram para o apartamento deles, ainda estava chovendo, eu fui para meu quarto e me deitei, mas não conseguia dormir, até que um bom tempo depois, a minha porta se abriu, e antonella estava na frente da porta segurando seu ursinho de pelúcia, ela estava com os olhos com algumas lágrimas.

- posso dormir hoje com você? - perguntou com uma voz de choro, eu permitir e ela entrou e fechou a porta vindo se deitar ao meu lado me abraçando.

- o que aconteceu?

- eu tive um pesadelo, muito ruim.

- quer me contar que pesadelo foi esse?

- eu estava em lugar estranho, até que o sonho mudou para um que você me abandonava, aí mudou o sonho, o percy estava muito machucado, o sonho mudou novamente, e a mamãe e o Gustavo estavam mortos no chão da sala.

- tá tudo bem, ok? Foi só um pesadelo, nada disso vai acontecer, eu estou aqui, a mamãe, o Gustavo e o percy estão bem.

Antonella me abraçou mais forte e logo adormeceu, eu também adormeci, mas eu estava sonhando, era um sonho lúcido, eu estava fugindo de algo, que era estranhamente grande e rápido, quando eu chegava em um lugar, todas as pessoas que eu amo estavam mortas no chão, e eu ouvi uma voz dizendo "acorde!" Uma voz que eu nunca tinha escutado, e o chão começou a desmoronar, eu acordei assustada, olhei para o lado e antonella dormia de costas para mim, eu desci as escadas para tomar um copo d'água, eu estava na cozinha até que me padrasto e minha mãe apareceram.

- pesadelos? - meu padrasto me perguntou, e eu balancei a cabeça afirmando.

- filha, já está na hora, eu preciso te contar algo, sabe aquelas histórias mitológicas que eu e Gustavo te contávamos quando era menor? Então, todas elas são verdades, e você é uma meio sangue!

- o que? Você tá bem, mãe? Isso são apenas histórias! E o que é meio sangue?!

- São filhos de um Deus com um humano, você é filha de um Deus!

- você se apaixonou por Deus?! Tipo, Jesus?

- eu me apaixonei por um Deus, se lembra das histórias dos deuses que eu lhe contava? Ou de quando levava você ao museu? Se lembre de tudo isso!

- Mãe, você tá me assustando.

- meu amor, está tudo bem, vou te explicar- minha mãe foi cortada com o som de uma batida na porta, era Annaliz.

- você disse que iríamos levar ela de manhã!

- eu sei, mas ela corre perigo aqui!

- filha, troque de roupa, e pegue aquela mochila que tem encima do seu guarda roupa, vai ter tudo que você precisa lá!

Eu apenas obedeci minha mãe e troquei de roupa, coloquei uma calça jeans meio marrom claro, uma blusa preta de manga e um casaco com detalhes marrons e coloquei um tênis qualquer e peguei a bolsa, eu escrevi uma cartinha para Antonella e outra para percy, dei um beijo na testa da minha irmã e sai do quarto, entreguei as cartas para minha mãe e me despedi dela, Gustavo foi para a garagem e ligou o carro, eu me sentei no banco de trás com Annaliz, e ela foi me explicando tudo, ela era minha guardiã, seja lá o que isso quer dizer, nos estávamos na estrada até que um Rinoceronte surgiu do nada ele era 3 vezes maior que um Rinoceronte normal, e começou a correr atrás da gente, meu padrasto mandou a gente sair do carro, rapidamente saímos e fomos correndo, meu padrasto estava distraindo o Rinoceronte o que deu tempo para nós correremos, até que o Rinoceronte veio até a gente, Annaliz tirou uma caneta do bolso e me entregou, eu não entendi nada, mas aí eu destampei a caneta e ela virou uma espada, é sério! Eu não tomei nada demais... eu acho! Enfim, o Rinoceronte veio até a gente annaliz conseguiu ferir ele mas ele a jogou longe, eu estava encima de uma árvore, e ele estava abaixo de mim, eu pulei em suas costas cravando a espada no local, ele se desfez em um pó, e sobrou apenas o chifre dele, sei lá o nome disso, annaliz me ajudou e subimos uma colina e fomos até um pinheiro, o Rinoceronte tinha ferido meu braço, e eu não tinha percebido assim que passamos do pinheiro eu desmaiei acordando depois confusa em um local desconhecido, acho que é o acampamento que minha mãe mencionou.

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Opposite - Clarisse La RueOnde histórias criam vida. Descubra agora