On my way

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Nick Smith

Fechei a porta, subi as escadas e minha mãe estava sentada na minha cama à minha espera

- que história é essa de Cassandra? Quem é Cassandra?

...

- Nick, meu filho... tenho umas coisas pra te contar.

- Que tipo de coisa? Inclusive... você conhece o pai da Elizabeth? - me sentei ao seu lado

- Meu nome não é Allana. - franzi a testa, o que ela queria me dizer com isso? Simplesmente que o nome que eu chamo ela a vida toda não é o nome dela?

- mãe, como assim seu nome não é Allana? - dei risada achando que era piada

- meu nome é Cassandra... eu tive que falsificar toda a minha identidade, inclusive modificar meu rosto quando você nasceu.

- mãe, espera... que porra de história é essa?!

- Eu sou procurada pela polícia, Nick... eu não podia ter sua guarda, mas não aguentava ficar longe de você então eu te "roubei" dos seus pais adotivos.

- mãe, por que não podia ter minha guarda? O que você fez? - comecei a recuar quando percebi que não era brincadeira, ela estava séria e as palavras saíam da sua boca secamente

...

Ela não respondeu, eu senti meu corpo queimar, era muito pra minha cabeça, era tudo mentira

- o que você fez, mãe?! - alterei meu tom de voz

- eu matei sua avó, por isso não podia ter sua guarda, e o pai da Elizabeth era o seu pai adotivo, ele foi meu noivo.

Minha pressão caiu, eu senti os dedos dos meus pés adormecerem, tantas possibilidades, tanta informação! Minha cabeça juntou as peças automaticamente, senti meu coração disparar.
"Mas se o pai da Elizabeth e minha mãe eram noivos então eu..."

- eu sou filho dele? Somos irmãos? Você sempre me disse que eu não tinha pai!

- você está enganando as coisas, ele foi meu marido, não quer dizer que seja seu pai.

- você traiu, foi isso? Você é traidora igual MEU pai? O homem que "tacamos pedras a vida toda?"

- sim, Nick, se quer ver por esse lado... eu sou.

Eu sempre odiei esse tipo de gente, nunca entendi o porque dar uma facada nas costas da pessoa que você "ama"

- por que caralhos você matou uma pessoa? Puta que pariu! - me levantei andando de um lado pro outro

- tem coisas que eu não posso te contar ainda... - ela levantava da cama, colocava a mão no meu ombro eu recuava

- você poderia pelo menos ter me falado do seu nome, mãe. - meus olhos encheram de lágrimas, eu senti medo

- eu nunca te fiz nada, por que está com medo agora, porra! - ela gritava, eu me sentia congelar. Eu sempre fui uma criança calma, nunca desobedeci muito... mas nas vezes que eu desobedeci, eu sempre percebi que ela perdia o controle, e eu abaixava minha cabeça com medo, mas eu não quero fazer isso agora, eu preciso saber da verdade! Continuei com as perguntas

- por que voltamos para a Alemanha se você é procurada aqui? e além de tudo, sabia que a família da Elizabeth morava aqui! O que você tem na cabeça?! Vamos embora. - peguei a mala em cima do armário, abri e comecei a jogar tudo qualquer tipo de roupa dentro, a mais velha apenas olhava eu fazer tudo

- não, nós não vamos embora, eu fiz de propósito, meu filho. - ela segurou meu pulso, minhas mãos tremiam em ansiedade, ela colocou sob o próprio peito e me olhou nos olhos - sentiu meu coração bater? Ele está calmo, não estou desesperada, eu fiz de propósito... era programado Elizabeth vir aqui, me ver e contar para todos na família dela que estamos vivos.

- vivos? - perguntei

- eles acham que morremos em um acidente de avião, graças a um rastro falso que eu deixei em Portugal... coletei sangue meu, seu, de alguns passageiros e espalhei em um jatinho estraçalhado. Apenas uns testes de DNA e... ali estava, tudo comprovado. Naquele jeito, nós nunca mais seríamos procurados pela polícia.

- você pensou em tudo.

- sim, meu filho... eu pensei em tudo pra te criar da melhor forma possível.

- me diz então, por que voltamos para a Alemanha?

- porque Tom Kaulitz pertence à esta família aqui, e eu vou trazer ele de volta para ser seu pai, nem que ele venha amarrado... por que eu sei que ele vai vir atrás de você.

- então você me usou de isca?

- sim, Nick, eu usei.

....

Elizabeth Kaulitz

Peguei as chaves na minha mão, elas estavam tremendo muito, com dificuldade eu consegui abrir a porta.

- Elizabeth? graças a Deus. - minha mãe que estava no sofá de cabeça baixa assim que me viu começou a chorar, me deu um abraço e caiu de joelhos no chão, acho que perdeu as forças das pernas

- eu tô bem mãe, me desculpa. - acariciei a cabeça dela

- eu pensei que ela tinha pegado você, que tinha te matado... - ela me olhava, eu limpava as lágrimas nas bochechas dela que não paravam de sair

- Lizzy, o que houve? - meu pai nos abraçou de joelhos também, passei a mão em seu cabelo castanho comprido e olhei em seus olhos... - papai, Cassandra te mandou lembranças.

Vi a expressão do mais velho simplesmente desaparecer, eu queria saber o que estava de passando na cabeça dele naquele momento.

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