𝟏𝟏: 𝐆𝐨𝐨𝐝 𝐓𝐨 𝐒𝐞𝐞 𝐘𝐨𝐮 𝐀𝐠𝐚𝐢𝐧

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15 DE MARÇO || DOMINGO.

Levanto da cama, meus olhos queimam como chamas pelo sono enquanto caminho em passos cansados até a varanda. Mantenho os vidros fechados, com as cortinas levemente cerradas, observando a rua pela brecha entre elas, respirando fundo.

Não suporto mais viver assim, no escuro, com medo do que me espera no dia seguinte, com medo de fechar os olhos. Isso está me deixando totalmente instável, à um passo de surtar.

Ao virar as costas, percebo uma movimentação estranha nas cortinas da varanda, bem atrás de mim. Estreito os olhos, rapidamente pego minha arma na escrivaninha e a aponto na direção da sombra.

Avanço lentamente até a área, com a arma engatilhada, mas ao abrir as cortinas e a porta de vidro, não encontro ninguém além de uma varanda vazia. Franzo o cenho, esfregando as têmporas. Será que estou ficando louca?

Volto para dentro, fechando tudo e ascendendo as luzes do quarto. Abro minha mala e tiro um vestido preto, fino e sofisticado, com uma longa fenda na lateral da coxa, escolhendo-o para a festa.

Após a noite cair, vagando por aquele quarto sem nada para fazer além de me alimentar e olhar para o teto, decido me arrumar. Após um banho rápido, seco meu corpo com um roupão felpudo e meus cabelos com uma toalha leve. Me posiciono de frente para o espelho, enquanto ligava o secador, mas então vejo algo refletido no espelho.

Me vi destruída novamente.

Com olheiras profundas, olhos vermelhos, lábios ressecados, sinto uma vontade imensa de acertar um soco no espelho. Raiva é o que sinto por tudo isso, por viver assim todos os dias desde que parti daqui.

Decido exagerar na maquiagem, criando uma máscara perfeita para esconder meu verdadeiro estado. Me vejo impecável novamente, com sombras escuras que realçam o azul dos meus olhos.

Visto o vestido preto, que abraça minhas curvas perfeitamente, e escolho um salto médio preto. Penso sobre levar minha arma escondida, mas decido não arriscar, pelo menos por hoje, pela Tessa.

Pronta, pego um presente que trouxe da França e coloco na bolsa. Saio do hotel e pego um táxi até o salão, indicado por Tessa.

Entro em silêncio e permaneço assim até chegarmos. O motorista me olha assustado pelo retrovisor, mas não digo nada. Em dez minutos, chegamos.

— Chegamos, senhorita. — Sorriu o motorista. Eu apenas assenti, pagando-o logo em seguida. — Boa festa.

Saio do carro sem responder e encaro o lugar diante de mim. O salão é incrivelmente bonito, elegante, com pequenas luzes douradas em torno das árvores que conduzem até a entrada, junto com flores de várias cores. É tudo muito decorado, exatamente como ela gosta.

Avanço pelo piso e entro no salão, observando algumas pessoas conversando entre si enquanto entram. Decido então adentrar.

Ao cruzar as portas, fico boquiaberta com a bela vista diante de mim. O ambiente é rico em luzes amarelas, com grandes mesas finamente decoradas e flores brancas em cada canto do mármore branco. O teto é adornado com linhas luminosas e pequenos pontos de luz, fazendo os olhos de qualquer um brilharem com a visão.

O piso é tão brilhante e limpo que parece um espelho, contribuindo para a beleza do ambiente. É realmente deslumbrante, e desta vez, não posso deixar de aplaudir de pé o trabalho da minha mãe e da Tessa.

— Nadine? — Ouço uma voz familiar e me viro na direção, ficando completamente surpresa.

— Peter? — Levo as mãos à boca pelo choque. — Céus, quanto tempo.

𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora