𝟐𝟑: 𝐈 𝐖𝐨𝐧 𝐓𝐡𝐞 𝐆𝐚𝐦𝐞

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No fim das contas, me senti presa, sem saber o que fazer.

Depois da tentativa frustrada de tentar conseguir outro quarto com a recepcionista do hotel - embora eu duvide muito disso -, acabei retornando para este, mesmo contra minha vontade.

Decidi que não iria voltar mais para aquela mesa, onde ele estava sentado, sabendo que ele só iria me provocar na frente de todos.

Kastiel tem o hábito de usar todas as suas armas contra mim, porque é disso que ele gosta. Ele gosta de me ver irritada e encurralada com suas atitudes.  Ele parece ter um maldito defeito de querer controlar tudo.

Perdida em meus pensamentos, nem percebi o tempo passar na banheira.

Brincava com a água quente e borbulhante da hidromassagem, sentindo-a envolver meu corpo como uma espécie de anestesia para meus nervos e músculos tensos.

O dia em Dubai costumava sempre ser escaldante, mas a noite trazia o frio na mesma intensidade. A banheira era um convite irresistível, causando sensações que me faziam desejar permanecer ali pelo resto da noite.

Ao meu lado estava uma cadeira de madeira polida que sustentava minha nécessaire com produtos de cuidados corporais e de pele, além do meu celular.

Pego o celular e abro a caixa de mensagens, mas não há nenhuma mensagem da minha mãe, o que começa a me deixar preocupada. Antes de iniciar a missão do dia seguinte, decido enviar uma mensagem para ela.

Deslizo a tela para baixo e noto que os contatos de Dante, Ryan, Jacob e Kastiel estão todos salvos. Observando os nomes na tela e as caixas de mensagens vazias, inclino a cabeça para o lado e aperto os lábios enquanto uma ideia insana se forma em minha mente, brilhando como uma lâmpada sendo acesa no topo dela.

Eu sabia exatamente o que fazer. E com isso, um sorriso perverso se forma em meu rosto.

Ouço o som da maçaneta sendo destravada e a porta do quarto sendo aberta, seguida pelo som do fechamento. Ele chegou.

Saio da banheira de hidromassagem, envolvo meu corpo na toalha, fixando-a firmemente sobre meu peito, e me posiciono diante do espelho, soltando meus cabelos que caem suavemente sobre meus ombros.

Pego minhas coisas e o celular antes de sair do banheiro, encontrando-o tirando a camisa e alongando os braços perto da cama.

Me pergunto o que aconteceu, mas decido não perguntar nada diretamente. Ele nota minha presença, mas eu passo firmemente por ele em direção à minha mala.

O olhar de Kastiel era penetrante, como uma flecha nas minhas costas. Sinto seus olhos cravados em mim enquanto coloco minha nécessaire na mala.

Quando me viro para encará-lo, percebo que seu olhar já não está sobre mim. Ele tenta disfarçar, mas sei ser tão perspicaz quanto ele.

"Não adianta disfarçar, seu imbecil", penso, mantendo meus pensamentos para mim mesma.

— Por que saiu daquele jeito da mesa? — ele pergunta, trazendo minha atenção de volta para ele.

— Você ainda tem a audácia de perguntar? O que queria me mostrando aquela foto na frente de todos? Pretendia me constranger? — Indago, deixando transparecer minha irritação na voz.

Ele exala um suspiro pesado, me encarando.

— Talvez. — Ele dá de ombros. — Mas se eu quisesse te constranger diante de todos, teria mostrado a foto para todos. Eles certamente teriam interpretado mal, mas não fiz. Preferi que sentisse a foto silenciosamente.

Franzo o cenho, as mãos se fechando em punhos, uma vontade avassaladora de encher de socos o seu rosto bonito até que se tornasse irreconhecível.

— O que você ganha fazendo isso? Você é ridículo... — Esbravejo.

𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora