Cap. 42

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Cecília pov.

Ontem foi um dia exaustivo, não pensei que o Natal na casa da mãe da Eleonor me proporcionaria tanta dor.

Chegamos de Paris, e em momento nenhum trocamos palavras. Foi melhor assim, parece que qualquer coisa que pudesse sair dos meus lábios, seria substituído por lágrimas.

Vim direto para minha residência, e tirei um longo sono. Não fui incomodada, e tive o espaço que precisava.

Quando acordei hoje, tinha várias mensagens da Suzan, apenas li e deixei para responder depois.

Ainda não tomei café da manhã, e estou morrendo de preguiça de sair da cama. Olho para o teto branco e solto um longo suspiro. É, Cecília, não é fácil.

Ouço batidas na porta, e vou atender sem vontade.

Abro a porta apenas um pouco, e vejo a Eleonor já toda vestida socialmente.

"Bom dia, posso entrar?" Ela pergunta e sorri fraco.

Abro totalmente a porta, e dou espaço para ela entrar. Inspiro seu perfume assim que ela passa.

"O que te traz aqui tão cedo?" Pergunto enquanto fecho a porta.

"Bom... você está melhor?" Ela pergunta e coloca uma pequena embalagem em cima da mesa, que só agora fui perceber que ela estava carregando.

"Te trouxe aqueles croissant que você tanto gostou de Veneza. Pensei que talvez isso te alegraria um pouco." Ela fala e percebo que ela está um pouco sem jeito.

"Você foi até Veneza, só para comprar croissant?" Pergunto sem acreditar.

"Ontem de noite acabei indo para uma breve reunião com a Emma, não quis te incomodar, vi que você precisava de espaço. Por isso não te chamei. Então, hoje bem cedo lembrei dos nossos momentos que tivemos lá, e decidi comprar esses croissants que você tanto amou." Enquanto ela fala sinto meus olhos marejarem.

"Também queria aproveitar a oportunidade para conversarmos..." ela fala e tenta se aproximar de mim, mas dou um passo para trás. Ela me olha confusa, e deixo uma lágrima escorrer, mas limpo rapidamente.

"Hey... o que foi? Foi algo que fiz que te magoou? Por favor, Cecília, converse comigo." Ela tenta se aproximar novamente, mas esquivo dela e a vejo me olhar incomodada.

"Olha... vou tirar alguns dias de folga." Falo e ela continua me olhando da mesma forma.

"Cecília, como vou te liberar para dias de folga, se acabamos de chegar a poucos dias de viagem?!" Ela fala e nega com a cabeça. "Não, temos trabalho a ser feito esses dias, acabei de fechar um acordo com a Swan, e..." ela fala mas interrompo.

"Eleonor, não estou pedindo. Eu preciso disso, e estarei indo." Falo e a vejo respirar fundo.

"E para onde você vai?" Ela pergunta.

"Ainda não sei... mas preciso sair daqui um pouco, respirar, pensar e achar o que preciso para resolver meus problemas."

"Espero que encontre o que procura. Uma semana, pode ser?" Ela pergunta e concordo com a cabeça. Ela desvia seus olhos de mim, e olha para a embalagem em cima da mesa, depois retorna seu olhar para mim. "Estão frescos, espero que goste. Até mais, Cecília." Ela diz e antes que eu diga qualquer coisa, ela vai até a porta. Ela abre, e antes de sair, ela me lança um último olhar. Um olhar preocupado, e logo sai.

Respiro fundo, e vou até a embalagem. Abro e percebo que além dos croissant, tem um pedaço de papel dobrado. Abro, e tem uma frase curta com uma caligrafia fina...

Minha Chefe Rossini | Lésbico Where stories live. Discover now