𝟐𝟓: 𝐅𝐨𝐫𝐠𝐢𝐯𝐞𝐧𝐞𝐬𝐬

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Eu estava completamente imobilizada, incapaz de mover um músculo sequer, nem mesmo dar um passo para frente ou para trás.

Eu apenas os encarava nos olhos, tentando desesperadamente encontrar uma saída.

— Estou exausta, podemos...

— Não perguntei se está cansada, Nadine — Dante interrompeu, seu olhar cortante perfurando-me — Nós vamos conversar agora.

Engoli em seco, sentindo um nó se formar em minha garganta.

Kastiel, por sua vez, me observava com o mesmo olhar assassino que costuma direcionar às suas vítimas, mas estava claramente se segurando.

O desespero começava a me dominar ao pensar na possibilidade de eles quererem revirar meu passado apenas para uma conversa.

A mesma conversa da qual eu tanto fugia, devido aos danos psicológicos que me causava.

— Vocês não têm o direito de me forçar — apertei os lábios, sentindo um arrepio gélido percorrer minha espinha.

Kastiel deixou escapar uma risada forçada, como se estivesse reunindo todas as suas forças para se conter.

Ele cerrou o maxilar e começou a se aproximar lentamente, em passos pesados.

— Ele talvez não possa fazer isso, mas eu posso e farei — declarou, com chamas crepitando em seus olhos. — Vire-se e caminhe em direção ao meu quarto, temos assuntos pendentes para resolver.

Aperto os lábios, sentindo seu corpo alto e robusto próximo ao meu, me causando uma sensação intimidadora.

Eu não tinha ideia do que ele era capaz de fazer estando daquele jeito, com muita raiva

Olho por cima do ombro e vejo Dante, que faz um gesto com a cabeça indicando que devo obedecer a ordem de Kastiel: virar e começar a caminhar.

Meu olhar cai para o chão, não encontrando outra opção. Eles não iam me deixar em paz até obterem a resposta que queriam.

Então, apenas obedeço, virando as costas para ambos e seguindo em direção ao quarto de Kastiel.

Meus passos ressoam pelos corredores de salto alto, e ouço-os seguindo atrás de mim. Aperto as mãos em punho, por me sentir sempre encurralada pelos maiores filhos da puta da Death Elite.

Eu me odeio muito por isso, mas no momento eles estão cegos pela raiva. Não iria duvidar da capacidade de dois psicopatas, que não pensam quando apertam gatilhos.

O quarto de Kastiel ficava no andar debaixo, próximo à portaria, então não demorou muito para chegarmos. Paro de caminhar em frente à porta.

Kastiel passa por mim com um olhar que diz "sai da minha frente". Reviro os olhos e dou passagem. Ele gira a chave e abre a porta.

Kastiel entra primeiro, seguido por mim, e ouço os passos de Dante entrando atrás de mim, antes que ele feche a porta.

Minha vontade era gritar por socorro para os outros hóspedes, mas já estava dentro do quarto com eles, não havia para onde correr.

— No fundo, você sabe por que estamos aqui, não é? — Dante começa, me olhando nos olhos.

— Não, por quê? — minto, provocando risos sem humor de ambos.

— "Pode segurar a porta para mim? Tenho medo que algum pervertido entre, sabe..." — Dante imita minha voz, forçando um tom fino.

— "Sim, eu entendo completamente. Eu vi a tatuagem nas suas costas, Petrov. Eu sinto muito mesmo..." — Kastiel imita a voz de Amélia, completando o diálogo de Dante.

𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora