𝟑𝟎: 𝐖𝐢𝐬𝐡 𝐂𝐚𝐦𝐞 𝐓𝐫𝐮𝐞

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18 DE ABRIL || SÁBADO

Imersa em um estado de transe, como se estivesse sob o efeito de uma anestesia reconfortante, consegui escapar de Kastiel e me encontrei em um lugar de serenidade sem igual: uma fonte de água cristalina e pura, ladeada por um riacho sereno. 

Nada mais existia ali além da fonte, do suave murmúrio das águas e de mim mesma.

Aquela fonte era familiar, evocando cenas de filmes italianos clássicos, repletos de romance e tragédia. 

Para mim, era como se estivesse vivenciando minha própria cena, uma sensação reconfortante em meio ao caos.

Afundando nas águas límpidas, experimentei um silêncio absoluto, não apenas ao meu redor, mas também dentro de mim. 

Era como se todos os meus problemas tivessem sido solucionados ali, enquanto cada gota d'água anestesiava suavemente cada átomo do meu ser.

Naquele momento, estava completamente alheia ao mundo exterior. Se aquela fonte fosse capaz de realizar desejos, eu desejava que ela me concedesse um esta noite.

Despertando abruptamente com o corpo sendo sacudido, meu coração salta no peito e minha mão instintivamente voa para o peito, tentando acalmar os batimentos acelerados.

— Me deixa em paz... — murmuro sonolenta, buscando afundar de novo no travesseiro, ansiando pelo retorno do sonho e pelo silêncio da minha mente.

— Acorda logo, porra, ou vou jogar um balde d'água em você. — Sua voz ecoa autoritária e impaciente por trás de mim.

Choramingando, bufo de irritação, me erguendo com esforço e esfregando os olhos, ainda envolta pela névoa do sono.

— Você anda péssimo como noivo, sabia? — minha voz sai rouca quando finalmente o encaro. — O que quer agora?

— A missão é amanhã, precisamos comprar trajes de gala. Ou você quer que a NSA arque com isso também ? — sua voz soa firme, impaciente.

— Podemos ir assim mesmo... — tento argumentar, mas sou interrompida quando ele me puxa pelo braço.

— Levanta logo ou te arrasto da cama, cacete! — ele insiste, elevando o tom de voz.

Resolvo ceder antes que ele me arremesse pela janela num gesto de impaciência, porque deste homem já não espero mais nada.

Eu estou puta, é óbvio, porque queria dormir mais, mas não posso, então me levanto da cama, me arrastando até o closet, agarrando um vestido preto e justo, minha maleta de maquiagem e meu secador, antes de dirigir-me ao banheiro.

Sinto seus olhos em mim, e, num gesto preguiçoso, mostro-lhe o dedo do meio e depois a língua.

Ele revira os olhos, permanecendo sentado na cama, balançando a cabeça negativamente.

Entro no banheiro, fechando a porta atrás de mim, e me assusto com meu reflexo. O sono parece ter sido pesado, meus cabelos estão desgrenhados e minha aparência estava horrível.

Tiro as minhas roupas, adentro o box, girando a torneira e deixando a água banhar meu corpo, levando embora qualquer resquício de sono e preguiça pelo ralo.

Ao término, saio do chuveiro, envolvendo-me na toalha e abrindo minha maleta de maquiagem sobre a pia de mármore. Aplico uma maquiagem simples, moldo ondas nos cabelos com a escova modeladora, e borrifo perfume em pontos estratégicos do corpo.

Saio do banheiro e encontro Kastiel me observando intensamente, o que me faz engolir em seco enquanto me movo com dificuldade em direção ao closet, ciente de que seus olhos estão fixos em mim.

𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora