Depois de anos fugindo de uma vida que outra pessoa planejou para Clara, ela finalmente se estabelece na cidadezinha de Pendleton, Oregon.
Clara conseguirá reconstruir sua vida com um novo nome e novo emprego, longe dos fantasmas do seu passado? Ser...
اوووه! هذه الصورة لا تتبع إرشادات المحتوى الخاصة بنا. لمتابعة النشر، يرجى إزالتها أو تحميل صورة أخرى.
— Eu não tenho uma maldita filha! Eu tenho um filho, e é isso!
— Você tem uma filha também.
— Vá se foder, Bento! Você espera que eu caia na sua pequena armadilha, e acredite que você está fazendo algo de bom pra todo mundo?!
— A Zoé e o Zeca ainda estão aqui, caso vocês não tenham notado.
Falo.
— E daí?! Eles já são crescidos e deviam saber que a vida não é sempre doces e arco-íris! As vezes é o seu irmão mais velho constantemente jogando coisas em você!
— Charles Wilson Maciel! Pare de falar besteiras, agora mesmo — Isso pareceu dar certo. Por sabe-se lá o motivo, todas as três figuras divinas hesitaram e olharam para o chão. — Estou cheia de vocês todos! Depois que a Beatriz morreu, vocês só ficam de briguinha e discutem uns com os outros! Vocês vão lidar com isso, de uma vez por todas! Isso, ou podem esquecer de fazerem parte da família Maciel! — Foi nesse exato momento que eu percebi por que os irmãos tinham tanto medo da mãe. Ela era assustadora quando ficava brava. — Bento, é melhor você contar a história toda pro seu irmão sobre por que essa garotinha está aqui.
Bento se aproximou de mim como se procurasse apoio. Eu peguei a mão dele e a apertei.
Um pequeno sorriso apareceu no rosto dele e ele respirou fundo. Bento suspirou e deixou o rio de palavras sair da sua boca.
— Vocês sabem que eu vou pra Austin todo ano visitar a Zoé e a mãe dela. Já que o Wilson aqui não queria ter nada a ver com a mãe da Zoé, eu me sentia responsável pela garota e não queria que ela crescesse sem pai. Eu não era um substituto, sei disso. Mas tinha que fazer alguma coisa. De qualquer jeito, a mãe da Zoé ficou doente no ano passado. Câncer de mama. Tudo estava bem, ela estava fazendo quimioterapia... Mas quando eu fui visitar elas esse ano, ela me contou...
— Você tem certeza de que a Zoé quer ouvir isso?
Falo.
— Eu já sei de tudo, não se preocupe.
Zoé sorrir pra mim.
— Ela me disse que o câncer se espalhou pros outros órgãos, e que ela tinha que ser hospitalizada constantemente pros médicos poderem monitorar a sua condição e reagir rápido caso algo desse errado. Já que a Zoé só tem uma avó com Alzheimer, a mãe dela me disse que eu era o único na vida delas que podia cuidar da Zoé...
Pela primeira vez, eu vi aquele homem sério parar no meio da sua frase, com olhos cheios de lágrimas, sem conseguir dizer uma palavra... Aquela montanha enorme se desfez, a vida lhe tinha socado bem no rosto...
