"eu não preciso de um namorado, eu quero um fã. Se quer mesmo tanto assim namorar comigo o mínimo que espero é que você seja completamente obcecado por mim."
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- bom dia - Kuroo murmurou sorridente quando o garoto finalmente acordou, ele estava deitado em sua cama, completamente nu e bagunçado.
Estava perfeito.
- bom dia.. - o loiro murmurou se sentando na cama ainda preguiçoso, não se importou com a sua pele exposta e nem com o olhar que recebia do outro - que horas são?
- são sete e meia, mas não precisa se preocupar, eu já avisei para o Tora que você está aqui em casa, também conversei com o Ukkai e ele vai me mandar o que você perdeu das aulas de ontem e de hoje, eu fiz o seu café da manhã e você não precisa ir hoje, eu vou passar mais tarde na sua casa para buscar algumas coisas suas, tudo bem? - a sua mão foi segurada pela do loiro e foi impossível não se sentir molinho pelo carinho que o menor demonstrava sentir por si.
- vai sair agora?
- sim, eu tenho que ir na faculdade, vou chegar um pouco tarde hoje, mas não se preocupe, a casa está livre para você.
- fica aqui comigo - era fofo o ver daquela forma, o bico manhoso, os olhos mais apertadinhos pelo sono e o cabelo bagunçado.
Kenma abriu os braços e ele foi. Como o bom cãozinho treinado que era.
Se afundou no aperto quentinho e deixou as suas costas serem tocadas pelas mãos dele.
- só mais um pouquinho.
- tudo bem, só mais um pouquinho.
Mentiu para si mesmo se permitindo ser beijado com fervor, céus, não sairia daquela cama por boas horas.
☬ Q.D.T. ☬
Assim como imaginava, passaram-se horas até que finalmente se desvencilhasse daqueles lençóis, já eram onze horas e sinceramente? Não compensava todo o trajeto que teria para ir até a faculdade para assistir uma única aula, portanto, enquanto o loiro tomava um banho para se limpar saiu de sua casa, tirou o seu carro da garagem o levando para a rua, um sorriso bobo dançava em seus lábios, estava um dia agradavelmente nublado e pretendia arrumar tudo na casa do garoto de forma rápida para poder voltar a sua casa e ficar agarradinho junto ao seu namorado.
Céus, aquela palavra soava tão bem em seus pensamentos quanto nos lábios daquele garoto.
- porra Kozume, o que você fez comigo? - suspirou finalmente estacionando seu carro, retirou o sinto e entrou no prédio, saldou o porteiro e foi direto para o apartamento.
A senha de Kenma era simples e fácil de decorar.
"40028922."
Era o número de um programa que ele havia assistido com um amigo depois que ele voltou do Brasil.
Após entrar, o único a o receber foi o pequeno gatinho preto que se enrolou entre as suas pernas implorando por contato.
- oi amiguinho, a quanto tempo não é mesmo? - se abaixou ao chão para pegar a bola de pelos entre seus braços - sabe, eu estive pensando no caminho para cá, considerei a ideia de o dar um sumiço - o gatinho miou em resposta - mas não posso fazer isso, o Kenma ficaria triste e eu não posso fazer com que ele se sinta mal, então, vamos ter que dividir ele, 60% para mim e 40% para você, justo? - novamente o gato miou - ótimo, irei levar isso como um sim. Você está com fome? - questionou mesmo que a bolinha de pelos já estivesse totalmente adormecido em seu colo - aparentemente apenas carente - riu sozinho - você tem sorte de ser tão fofo - deixou um beijo sobre a testa do gatinho que ronronou em resposta antes de o colocar acomodado no travesseiro da sala - vamos ao trabalho! - arregaçou as mangas das própria blusa até os cotovelos, precisava ser rápido!
☬ Q.D.T. ☬
- eu não aguento mais - reclamou após organizar a última bolsa, todas as outras caixas já estavam em seu carro, odiava mudanças mas aquela seria no mínimo definitiva, estava levando Kenma para a sua casa sem pretensão de o devolver a lugar algum, ele já morava em seu coração, o que custava ocupar espaço em sua casa?
O sol já se punha deixando a casa vazia alaranjada, até mesmo o gatinho já estava em seu carro preso dentro da casinha, agora, faltava guardar apenas a si mesmo.
- vou ver o meu gatinho! - cantarolou sozinho e ao menos era isso que pensava até escutar batidas na porta da frente.
- filha? - a voz do senhor soou pelo apartamento.
- não tem ninguém morando aqui não senhor - Kuroo saiu do quarto estranhando a presença daquele homem ali.
Sabia muito bem quem ele era.
- perdão, este.. a minha filha mora aqui sim. Eu vim a visitar ontem e hoje eu trouxe o jantar - mostrou a sacola em suas mãos claramente confuso.
- este apartamento está sendo desocupado agora, caso esteja interessado pode falar com o porteiro lá embaixo.
- não, você não está me entendendo, a minha filha a..
- nem pense em pronunciar esse nome - Kuroo o interrompeu - Kenma Kozume não mora mais aqui.
- então você é mais um dos amiguinhos idiotas dele - o velho revirou os olhos deixando as sacolas ao seu lado no chão - olha só, eu não sei quem você pensa que é mas-
- eu sou o namorado dele. E não, eu não "penso que sou" eu sou. Agora, se me der licença.
- apenas me passe o novo endereço dela - o homem mandou com a mão estendida - eu ainda sou pai e tenho todo o direito de saber onde minha filha está e com quem.
- claro, só um minuto - Kuroo pediu e começou a revirar os seus bolsos antes de puxar sua mão de um com um grande sorriso nos lábios enquanto o mostrava o dedo do meio - tá aqui o endereço dele, agora, se me der licença.
- não, você não vai para lugar algum - Kitsu ficou em frente a porta, as suas alturas eram parecidas mas isso não fez com que Kuroo o temesse de forma alguma - não sem antes me dizer onde ela está!
- tá na casa do caralho, você não teve uma filha e aparentemente também não teve um filho, o esqueça antes que eu o faça se esquecer de você.
- está me ameaçando?
- e você ainda pergunta? Não ficou claro para você? Dê apenas mais um passo para dentro dentro dessa casa ou tente falar o nome dele novamente que eu quebro a sua cara.
- primeiramente que é elA, e segundamente - Kuroo não o deixou terminar.
Socou a sua cara com toda força ao ponto de o fazer bobear alguns passos.
- o que você pensa que..
- droga, eu machuquei o seu rosto - Kuroo suspirou desacreditado daquilo - vou ter que me livrar de você antes do previsto.
Sem deixar mais tempo para que o homem pensasse o puxou pelo rabo de cavalo dando uma joelhada em sua cara para o desnortear.
- quietinho, tá? - perguntou já ao lado do interfone, ligou para a portaria deixando claro o seu estresse - oi, me desculpa atrapalhar o seu trabalho mas.. teria como mandar a segurança aqui em cima? Digamos que o pai do Kenma não está lidando muito bem com.. senho Kitsu! Por favor espere, senhor Kitsu! - soltou o interfone arrastando o homem pelo apartamento carregado - senhor Kitsu! - dessa vez gritou quando estavam na sacada - tchauzinho senhor Kitsu - sussurou apenas para ele antes de o jogar lá de cima observando a sua queda.
O corpo pesado caiu de uma vez no cimento frio encarando o céu com os olhos mórbidos e molhando o chão com o líquido vermelho que saia de seu crânio.
Foi impossível não sorrir.
Mas, precisava se conter, voltou correndo para o interfone onde o senhor gritava desesperado - ele se jogou! Ele se jogou! Por favor me ajuda!
- eu vou chamar uma ambulância, por favor senhor Kuroo, fique calmo! - mesmo desesperado o homem pediu antes de desligar o interfone.
Kuroo o devolveu a parece respirando fundo.
- é gatinho, hoje você vai precisar esperar um pouco..
