Capítulo 23

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Capítulo 23

Sérgio

Dia dos Namorados – Um ano depois.

Quando Mel e eu chegamos em casa da festa do Dia dos Namorados da sua sala de aula, onde eu tinha sido um dos pais voluntários, ela parou em frente à porta e estendeu a mão para me impedir.

— Espere, tio Sérgio. Você tem que fechar os olhos e contar até cinquenta antes de entrar. Papai e eu temos uma surpresa especial. Não posso lhe dizer o que é, porque é um segredo.

Eu ofeguei dramaticamente, segurando meu peito com as duas mãos. — Uma surpresa especial? E é um segredo? Para mim? Diga que é chocolate! É, não é? Pisque uma vez para sim, então você pode honestamente dizer ao seu pai que não disse uma palavra e você não estará mentindo.

Melissa começou a rir. —Tio Sérgio! Você não deveria me ensinar como ser sorrateira.

Balançando a cabeça, soltei um suspiro. — Crianças de hoje em dia, eu digo. Quando eu tinha a sua idade, eu apenas agradeceria se um adulto me desse uma dica para contornar a verdade sem ter que mentir.

Mel não estava impressionada. Ela obviamente fora treinada por Bê porque tinha uma cara de pôquer perfeita enquanto se repetia. — Feche os olhos e conte até cinquenta e então você pode entrar.

Eu segurei minhas mãos na frente do meu rosto e fingi me encolher de medo. —Tudo bem, tudo bem. Você não precisa se irritar comigo, princesa.

Ela revirou os olhos e abriu a porta apenas o suficiente para entrar antes de fechá-la firmemente atrás dela. Sorri para a porta, amando cada segundo desta vida que tive com meu único amor verdadeiro e a filha preciosa que eu nunca conheceria, e muito menos fazia parte do mundo dela, sem a natureza gentil e generosa dele.

Ouvi algumas vozes baixas lá dentro, mas isso não parecia certo. Olhando por cima do ombro, vi o carro do assistente de Breno estacionado na calçada. Ok, isso faz sentido. Ele e Bê provavelmente estavam conversando sobre aquisições.

Breno voltou a trabalhar no escritório apenas três dias por semana. Os outros dois foram gastos em home office. Seu assistente estava ia e vinha nos dias em que Bê trabalhava em casa, principalmente com papelada que precisava de sua assinatura e do carimbo.

Eu segui as regras e cumpri minha promessa. Silenciosamente contei e não abri a porta até bater cinquenta na minha cabeça. Quando abri a porta, um monte de balões me bateu no rosto e ouvi várias vozes gritando.

— Surpresa!

Comecei a rebater balões de lado, pelo menos uma dúzia, se não mais, com meu coração disparando de emoção quando ouvi outras vozes familiares. Se eu não estivesse sendo bloqueado por um balão, eu os teria visto imediatamente.

Houve vários sons altos que me fizeram pular antes que eu percebesse o que estava acontecendo e rapidamente decidi que poderia embarcar nessa ideia. Peguei as chaves do meu carro e comecei a estourar balões até que um rosto familiar apareceu.

Bê corou com um sorriso pesaroso. — É perfeitamente possível que eu tenha exagerado nos balões.

Alguém no fundo tossiu a palavra 'eufemismo' em meio ao som de mais balões estourando. Houve muitas risadas acompanhando o som de balões morrendo até o chão estar coberto de um mar de confetes de borracha, enquanto uma quantidade muito mais razoável de balões flutuava ao longo do teto com fitas de prata enroladas atrás.

Agora que finalmente pude olhar em volta, bati a mão na boca e corri direto pela sala para abraçar Gigi.

— Olhe para você, querida! Linda como sempre. — Eu a abracei novamente, saboreando o perfume de lavanda e baunilha que sempre parecia pairar ao redor da mulher.

Dois papais para Melissa - (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora