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Leticia

Aqui estou eu no meu quarto me arrumando pra sair com meus amigos, e o Rodrigues sentado na minha cama com o volume do celular alto.

— Mano abaixa isso pelo amor de Deus, você não tá surdo ainda.

— Você é chata ehn. —Ele abaixou o volume e voltei a dar atenção no delineado que eu estava fazendo. — Por que me chamou se você tá tão irritada comigo?

— Pela carona, aí não preciso gastar com uber.

— Ah beleza viu Leticia. —Eu ri.

Quando finalmente acertei os dois lados do delineado eu saí do banheiro e me sentei na cama pra colocar o meu tênis. Bia falou que ia mais uma galera conhecida deles lá e por mim não teve problema nenhum, até porque eu chamei o Pedro.

— Tô pronta. —Falei me levantando da cama e ele fez o mesmo mas ficou me olhando. — O que foi?

— Tá gata amor. —Ele chegou perto de mim e tentou me dar um beijo mas deviei, não quero ter que retocar, então ele me deu um cheiro no pescoço e eu sorri.

— Eu sei que sou linda.

— E convencida. Bora logo.

Saí do quarto com ele vindo atrás de mim que fechou a porta do meu quarto em seguida. Bati na porta do quarto da Ju que demorou um pouco pra abrir.

— Oi amiga —Ela disse com a porta meio fechada como se quisesse esconder algo, e eu sei bem o que ela tá escondendo.

— Oxi, parece até que a Julia tá escondendo o Icaro pelado —Ele riu quando terminou a frase mas nós duas não rimos, a Ju ficou sem graça e eu com cara de pastel tentando disfarçar a risada. —Ah..

— Então, já estou indo viu, se divirta aí no seu quarto.

— Obrigada, se divirta no seu rolê também. —Nós duas sorrimos uma pra outra. —Tchau Rodrigues.

— Tchau parceira.

Quando a Ju estava fechando a porta eu e o Pedro gritamos juntos "tchau icaro" e saímos correndo antes que ela tacasse alguma coisa em nós dois.

Nós descemos e a sala estava vazia, sinal de que a tia também estava se divertindo por aí. Quando abri a porta pra sair, ele foi já subindo na moto e eu fiquei pra trancar a porta, fui caminhando na direção dele.

— Você vindo assim na minha direção, meu Deus ehn.

— Ué mas o que eu fiz de tão surpreendente?

— Nasceu fia, é impressionante o tanto que você é gata, aí você vindo assim na minha direção meio séria, acaba com o rapaz. —Ri dele e subi na moto colocando o capacete.

Eu percebi um carro do outro lado da rua, nunca tinha visto esse carro por aqui, mas deve ser só o carro novo do vizinho.

Rodrigues acelerou a moto e partimos em direção ao destino, fui guiando o caminho pra ele já que eu estava com o mapa ligado no celular, o menino vive pra cima e pra baixo de moto e não tem um suporte pra colocar o celular.

Não demoramos muito pra chegar no nosso destino, moto facilita muito a vida, ainda mais que ele sai cortando tudo então foi bem rápido, tinha algumas vezes que eu trancava o cu com medo dele encostar minha perna em algum carro e eu perder minha linda perninha mas ocorreu tudo bem.

Desci da moto tirando o capacete e ele endireitando a moto no estacionamento, quando terminou ele desligou a moto, tirou o capacete e desceu. Um vento bateu, fazendo eu sentir o perfume dele, esse moleque pode ser mais novo que eu, mas ele é uma tentação pra mim, ele estava vestindo uma camisa vermelha da quiksilver mas o moletom preto da mesma marca escondia, uma calça jeans escura e um tênis da lacoste, já eu, estava com um short saia preto, um cropped azul e uma jaqueta por cima com um tênis preto da hocks.

Recebi uma mensagem no grupo perguntando onde eu estava e avisando onde eles estavam lá dentro pra eu não me perder, quando chegamos na entrada vi que estava um pouco cheio, peguei na mão do Rodrigues e fui andando puxando ele atrás de mim.

— Oiii —Eles olharam pra trás assim que ouviram minha voz e responderam um oi em conjunto, mas se levantaram pra me cumprimentar.

A primeira que me abraçou foi a Bia, depois a Luna, João e Mateus.

— Esse é o Pedro gente.

— De boa? —Ele perguntou e responderam ele amigavelmente.

Nós nos sentamos nos lugares vagos que tinham e dei oi pra uma menina e um menino que estavam lá, provavelmente o povo que eles disseram.

— É só vocês dois ou vai vir mais alguém?

— Bom, tem mais dois pra chegar, um casal.

— Ah sim. E qual seu nome?

— Amanda e o seu?

— Leticia.

Rodrigues

Já faz um tempo que estamos aqui, a Leticia estava conversando bastante com os amigos dela que contavam várias coisas malucas de um povo aí, eu não conheço ninguém mas estava prestando atenção na conversa inteira, eu achava que a mulherada lá no morro era tudo loka sem respeito por si própria, mas tô vendo que não é só lá que tem dessas.

A menina que estava aqui e que a Lê não conhecia estava me olhando demais, não sei se ela me conhece de algum lugar ou me achou atraente ou se é coisa da minha cabeça. Não tem nem como eu perguntar pra Lê, ela não conhece a mina e nem tá prestando atenção nela direito.

— Vou ir pegar algo pra beber, você quer algo? —Ela me perguntou e se levantou.

— Pega pra mim o mesmo que o seu. —Ela concordou e saiu, me deixando lá com eles.

— Eai Pedro, o que você faz? —O moleque me prrguntou, creio que o Mateus.

— Tô trabalhando em uma empresa aí e vendo prata.

— Tipo corrente e essas coisas? —A tal Amanda que me olhava demais me perguntou.

— É sim.

— E vende masculino e feminino?

— Tem mais masculino mano, as últimas feminino que tinha a Leticia pegou tudo.

— Nunca vi uma pessoa gostar tanto de prata igual ela. —Eu concordei e rimos.

Em Paraisópolis {Em Andamento}Where stories live. Discover now