MOTIVO

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NÃO REVISADO

DIEGO

O encarei com confusão naquele momento, seus olhos transmitiam um mar de sentimentos que me deixavam atordoado, aquelas íris castanhas brilhavam em uma ansiedade gritante, mas ao mesmo tempo me transmitia receio e angustia.

Ficamos calados por alguns segundos, na verdade, eu só estava processando tudo aquilo, como assim explicar o que motivou aquele surto na sala de aula? Havia um motivo além daquele que ficou óbvio? Após a confusão momentânea, meu corpo começou a reagir a ele, seu perfume amadeirado, seu corpo tão próximo do meu, seu toque leve em minhas mãos e sua boca tão próxima da minha. Aquilo era demais, demais para mim.

Respirei fundo para me conter, porque um pensamento intrusivo estava inundando minha mente neste momento, queria puxa-lo para mais perto e sentir seus lábios juntos aos meus novamente. Todos esses dias o vendo longe, por uma parcela de culpa minha, estavam sendo terríveis tenho que admitir. Porque eu o queria perto e queria sentir seu sabor novamente. Balancei a cabeça para dispersar tais pensamentos e o voltei meus olhos para os seus, porque eles estavam fixos em seus lábios, em que momento os direcionei para esta área também não sei.

- Por favor, só me escute. - Pediu com a voz rouca e quase sussurrada. Esse tom fez minha barriga gelar, aquele arrepio característico subir em minha espinha e minha boca secar.

Erick não afastou nenhum centímetro de mim, suas mãos ainda seguravam meus pulsos levemente e o calor que emanava delas estavam me torturando. Por que ele tem que ser tão... quente?

- Tudo bem. - Gaguejei e assenti desconcertado. Na verdade, essa foi a única frase que consegui formar no momento. Erick suspirou em alívio e sorriu de lado. Aquele sorriso foi capaz de prender minha atenção e soltei um suspiro involuntário.

O moreno soltou meus pulsos vagarosamente, passou o mindinho ligeiramente na sobrancelha e me olhou com aqueles malditos olhos brilhantes. Quando os olhos dele ficaram tão bonitos?

- Primeiro, me desculpe por tudo o que disse naquele dia, eu estava com a cabeça a mil. Estava chateado e sob pressão. Na verdade, estava com raiva de tudo e de todos. Me desculpe, sei que fui um completo idiota, babaca o que você preferir e concordarei. Porém, preciso dizer que a culpa não foi sua e sim do meu pai. Ele está me pressionando como nunca antes, está no meu pé para que eu aceite uma coisa que não quero fazer parte e além disso consegue ser muito insuportável quando quer. - Falou rapidamente, o que me causou uma nova onda de confusão e fui processando suas palavras lentamente. - Só quero que saiba que não queria que aquilo tudo acontecesse, mas estava cego de raiva e de certa forma queria descontar em alguém e como ainda temos um assunto inacabado na minha cabeça tola você seria um alvo perfeito. Me desculpe, desculpe mesmo. - Completou com o tom suplicante e seus olhos procuraram os meus.

Foi muita informação de uma única vez, ainda estava processando tudo, como assim o pai dele o está pressionando? Pressionando com o quê? O que o pai dele quer o envolver que o deixou tão possesso pela raiva? O encarei de volta, percebi que sua mão estava em meu rosto e com um de seus dedos acariciava aquela região.

Me entreguei aquele carinho, fechei levemente os olhos e senti meu coração acelerar como se houvesse corrido uma maratona, mas meu interior estava tranquilo e conectei nossos olhos profundamente não havia qualquer sinal de mentira ali. Erick aproximou nossos corpos ainda mais e me senti prender a respiração por alguns segundos.

Eu não sabia o quanto tinha sentido falta daqueles toques e daquele jeito atrevido que somente Erick conseguia ter até ficar sem eles por duas semanas e meia. A percepção do que estava aflorando entre nós ficava mais óbvia para mim e queria sentir mais daquilo. Queria sentir até onde tudo aquilo poderia me levar, gostaria de saber o quão intenso tudo aquilo que estava sentindo poderia ser. A curiosidade de desvendar ainda mais aquele sentimento tão estranho para mim crescia a cada toque que Erick Drummond desferia em meu corpo naquele momento, porque sua outra mão foi de encontro a minha cintura e apertou levemente.

Antes De TudoOnde histórias criam vida. Descubra agora