Capítulo 17

421 69 40
                                    

A recepção de Sophie pelo povo fremen fez com que o boato de que ela poderia ser Sihaya não existisse mais, apenas a certeza daquele dia em diante. Stilgar junto com Jéssica alimentavam os burburinhos, mas havia um local em que tanto Sophie quanto Paul precisavam chegar para convencer o restante da população fremen.

O sul.

E com uma guerra cada vez mais presente, Gurney Halleck fez questão de levar o jovem casal junto com Chani, Heitor e Stilgar até um local do qual manteve em sigilo antes mesmo de chegarem em Arrakis.

— Quando chegou os protocolos e todas as questões de segurança para a transição da Casa Atreides, seu pai — o homem olhou para Paul e depois para Sophie — E o seu, tinham ogivas nucleares. Apoio e preparo para qualquer batalha que viesse acontecer, e as ogivas da Casa Asterion estavam junto com a dos Atreides.

— E agora, estão todas aqui — Sophie completou o pensamento e viu Gurney concordar — E é tão óbvio.

O grupo olhou para uma montanha não muito longe de onde estavam. Paul perguntou: — Quantas?

— O bastante para explodir o planeta — mas o olhar de Chani fez com que Gurney completasse: — É uma força de expressão!

— Deveríamos checar, se for o que estou pensando — disse Heitor.

Assim que o grupo se aproximou do local, a primeira coisa que avistaram era que o brasão dos Atreides estava na porta de entrada. Gurney disse a Paul que somente a herança genética dele poderia desbloquear a passagem, e colocando a mão no local ideal, a tecnologia conseguiu ler as digitais do jovem, abrindo o bunker.

Logo uma leve iluminação surgiu, uma luz guiando o grupo pelos túneis até estarem diante de uma câmara com várias armas do chão até perderem de vista.

— O legado do seu trisavô — explicou Gurney olhando para Paul — As 92 ogivas atômicas originais da família Atreides. A frente, as 95 ogivas e 15 explosivos da família Asterion. Isso, sim, é poder.

Sophie e Heitor foram diretamente para onde o armamento da família começava, logo reconhecendo a tecnologia que haviam visto milhares de vezes e sido treinados ao longo de suas vidas.

— Você lembra da palavra mágica, para ativar o poder de fogo dos explosivos? — Heitor perguntou para a garota em um tom provocativo, lembrando de um determinado episódio que quase explodiu a ala da casa onde moravam.

— Lógico, terei o prazer de gritar no momento que estiverem apontados para a direção certa.

Sophie sorriu com a possibilidade e podia sentir a palavra dançando em sua língua, mas se conteve.

No momento certo.

✩.・:。≻───── ⋆✩⋆ ─────.•:。✩

O barulho de explosões acordou o grupo que estava um pouco mais afastado do local, e quando eles correram para fora, viram que era os Harkonnens atacando o sietch. O mesmo abrigo que vivia milhares de fremens, estava caindo rapidamente e sem qualquer chance de defesa.

E uma notícia devastou ainda mais Sophie ao saber que outros locais, comunidades que ficavam no norte também estavam enfrentando o mesmo destino. Um conselho tinha sido solicitado no sul, e todos olhavam com expectativa para Paul.

— Usul, no sul, somente líderes podem falar — explicou Stilgar — Tem que tomar o meu lugar.

— Não farei isso.

— Me desafie, é um ótimo momento — disse o homem, tentando convencer o jovem — Estou fraco, é fácil de me matar Muad'Dib. Ou então, faça você, Sihaya.

Long Live - Paul AtreidesOnde histórias criam vida. Descubra agora