father of hearts

A aliança, é a porta de entrada para a prisão

Músicas recomendadas para este capítulo, para uma melhor experiência do leitor:
feeling good
Sucker for pain

Boa leitura, mil perdões por qualquer erro ortográfico.

                           Miranda
Não dormi direito essa noite. Na verdade, para ser sincera, não dormi nada.

Minha mente me assombrou durante toda a noite com as palavras de Catherine, ecoando pela escuridão como um pesadelo a diferença é que desse pesadelo, eu não posso acordar.

Antes que o sol estivesse iluminando os lugares por completo, eu já havia saído.

As palavras de Catherine rondaram minha mente de um lado para outro, como uma névoa, uma nuvem de pura desgraça, e consigo ela trouxe muitas perguntas.

Como ela fez isso, recém saída de um atentado? Há quanto tempo ela planeja isso? Há quanto tempo ela está me negociando como mercadoria para algum homem nojento que só esperava a oportunidade?

Eu tenho muitas perguntas, que andam em minha mente sem rumo, mas eu tenho uma resposta unica resposta, uma resposta irrevogável.

Esse casamento não vai acontecer.

Eu não vou me casar com o homem, independente de quem seja, pois sei que essa aliança é a porta para uma prisão, uma prisão cujas algemas serão as mãos de um homem putreo que serpenteia as mãos nojentas por minha pele e me mata por dentro todos os dias e se senta ao trono se sentindo como meu dono e dono de tudo.

Isso não vai acontecer, eu passei por coisas demais, eu sobrevivi a uma mãe narcisista, a crises de disforia em frente ao espelho, a crises de ansiedade que me sufocaram por anos, a ver meu pai definhar e morrer, e a deixar a única mulher cujo amei partir para que conseguisse continuar viva.

Eu não vou perecer nas mãos de um homem.

Eu morta seria mais feliz, do que presa pelas mãos de um homem, pelo menos os bichos teriam piedade de meu corpo, e da minha alma, e não se sentiriam meus donos.

Nem que eu tenha que fugir, ir para o mundo terreno, nem que eu tenha que abdicar do trono e deixá-lo em chamas, nem que eu o mate, eu prefiro ser presa por homicídio do que viver presa sobre o domínio de um homem.

E caso eu tenha que deixar o castelo e o trono, o deixarei em chamas, juntamente com seu corpo carbonizado juntamente ao de Catherine.

Mas ao menos a um lado bom nisso, em meio a tanto caos, a uma faísca de algo bom, essa mesma aliança que quer me abrir a porta de uma prisão também é a mesma que vai me abrir a porta de um bode expiatório.

Passei anos com raiva, reprimindo, me forçando a sorrir até as bochechas doerem, agora eu não preciso disso, posso descontar tudo nele, esse homem vai abrir a porta de uma prisão para mim, mas também abrira a porta de liberdade para todos os meus demônios.

Se eu não posso ser livre, ele também não será, se eu não posso me livrar dele, ele não terá paz.

Enquanto as falas de Catherine se repetem em minha mente se misturando com as emoções que sinto e tudo o que posso fazer, sinto o dedo de amelia enrolar uma mecha fina de meu cabelo.

Estou deitada em seu colo, impedindo que minha cabeça fique em contato com o chão deliberadamente gelado e úmido da floresta eu poderia simplesmente estar sentada na mesa de chá, mas por algum motivo simplesmente deitar no chão me parece melhor.

Observo as longas árvores desse ângulo impedindo qualquer luz externa de entrar, nicolay e Elena estão em meu entorno, eles foram as primeiras pessoas para quem eu corri. Antes mesmo de o sol dar os primeiros raios, eu já estava aqui.