Capítulo 40 - Nem toda fêmea quer ser domada

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CHEGUEI!



POV BLANCHE

Caminhei no meio das dançarinas que circulavam pela boate. O som forte e sensual da música preenchia meus ouvidos, a boate estava começando a lotar. Era sempre assim nos dias de Verô. O movimento ficava cinco vezes maior do que o normal. Os homens e mulheres que frequentavam tinham uma sede para vê-la, eu havia conquistado clientes fixos graças a ela. E se tudo aquilo estava de pé foi por eu ter a encontrado. Eu nunca imaginei que a mulher fosse fazer tanto sucesso, treinei Verônica da melhor maneira possível, mas dentro dela a stripper já existia. No seu subconsciente mais quente. Em questão de meses a doce menina se transformou na mulher fatal, reerguendo meu poder.

Coloquei as mãos no bolso do meu sobretudo aveludado, capturando meu maço de cigarros. Coloquei um na boca e ascendi, dando uma forte tragada.


FLASHBACK ON

"Você tem 3 meses para conseguir o meu dinheiro, ou eu mando queimar isso tudo." - Ariel falou furioso, batendo com as duas mãos sobre a mesa de madeira fina do meu escritório.

Eu engoli em seco, sentindo minhas mãos ficarem frias e suadas. O olhar do homem em minha direção era cortante e pavoroso. Eu respirei fundo, passando as mãos sobre meus cabelos.

"3 meses é impossível." - sussurrei agoniada.

O homem soltou uma risada alta e maligna. O sarcasmo rasgava em cada timbre emitido por ele.

"Eu não quero saber, Blanche, você comprou essa droga de lugar com o meu dinheiro! E disse que ia me devolver!"

"Eu disse isso, mas quando tudo começasse a dar certo!" - me levantei agoniada.

"E quer que eu espere até sua espelunca ganhar uma boa grana? Essas putas nem sabem fazer o serviço direito!" - exclamou ele irritado.

Ariel era o antigo dono da boate, que era chamada de "Verdades Secretas" , a mesma não tinha grande visibilidade em São Paulo, não chegava nem perto das melhores e mais bonitas. Até que resolvi criar planos melhores para aquele lugar que tinha tudo para dar certo, só bastava um toque de quem entendia realmente dos negócios. Então entrei

em um acordo com homem que no início aceitou de bom grado, mas com a condição de que seríamos sócios, e que todo lucro da boate seria dividido em duas partes após um ano de meu comando, antes disso todo lucro seria usado para reerguer o prédio que se encontrava bem deteriorado e para pagar minha parte do negócio feito. Ele por sua vez possuía a maior parte das ações do lugar, sendo sócio majoritário, me dando apenas 30% de tudo. Mas nem tudo foi como eu esperava, entramos em sociedade em termos legais, mas eu não consegui reerguer o lugar em 1 ano. E descobri que Ariel não era tão amigável quanto parecia no início de tudo.

"Me dê mais um ano Ariel, eu vou arrumar tudo, contratar pessoas novas."

O homem revirou os olhos impacientes, soltando uma forte lufada de ar. Ele cheirava a cigarros e cerveja barata. Ariel não era uma pessoa calma e nem paciente, eu ouvia muitos casos de que ele era um bom agiota, e que já havia eliminado muitas pessoas que não cumpriam os devidos tratos com ele.

"Blanche, eu te dei um ano, e você não fez nada!"

"Como nada? Você viu como esse lugar mudou? Está com cara de boate!"

"Do que adianta estar com cara de boate se ninguém frequenta? Nem essas mulheres tirando a roupa atraem uma boa quantidade de pessoas."

Ele não estava errado, a boate vivia às moscas. Às vezes o movimento ficava um pouco mais forte quando a Enigma Club , que era nosso concorrente, estava fechada. Tudo estava indo para o lado oposto do qual planejei. Eu consegui mudar a aparência do lugar, mas o movimento era fraco e o dinheiro não estava rendendo.

The Stripper - VeronitaWhere stories live. Discover now