Capítulo 28

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— Isso não pode ser verdade! — retruca Apolo com a voz tremula. — Como isso pode ser verdade?

— Você não teve um filho que desapareceu e nunca foi encontrado? — Pelo tom na voz de Giovani, sei que ele já sabe a resposta. Seus olhos começam a se encher de lágrimas de novo.

Apolo se volta mais uma vez para o minibar, se agarra nas laterais do móvel, abaixa a cabeça e fecha os olhos.

Ninguém diz nada por um tempo, contudo ouço o som de choro de Giovani. Não sei o que fazer, todavia sei que não existe nada que seja suficientemente útil para ser dito agora.

Me levanto e vou para perto do meu noivo, que não se move enquanto seus ombros sobem em descem lentamente. O envolvo com meus braços e ele não recua, mas também não se mostra interessado.

Não penso em dizer que tudo vai ficar bem porque com certeza isso não seria verdade. Sei o que significa para ele poder descobrir a verdade sobre o filho, mas depois de tantas decepções é muito claro que uma notícia assim, de repente, provoque dúvidas.

— Jamais inventaria uma coisa dessas, acredite. Depois que tive a conversa com Laura pensei em fugir, em ir pra bem longe de tudo isso e deixar todo mundo em paz... Não queria perturbar ninguém e também não estou aqui por causa de dinheiro, não quero que pense isso! Eu só... percebi que fugir não resolveria nada e que vocês mereciam saber. — A voz de Giovani é baixa, quase como o último suspiro de esperança antes de ser atingido por um golpe feroz.

Sei que quando diz "vocês" ele não se refere a mim, todavia me sinto incluído mesmo assim.

Ele abaixa o rosto, imagino que esperando que o ataque aconteça, mas Apolo não faz nada além permanecer estático como uma estátua de cerâmica sob meu toque.

Olho para as mãos dele agarradas na madeira e percebo como as juntas estão brancas.

— Eu acho... Acho que é melhor eu ir embora! — Giovani se levanta secando as lágrimas do rosto, sua aparência me corta o coração. Caminha em direção à saída a passos tão rápidos que me faz compreender que talvez a sua ânsia de se livrar dessa conversa seja maior do que lidar com o que foi dito.

— Espera! — ruge Apolo, me fazendo tremer. Me afasto dele quando se solta do móvel e vira, olhando diretamente para Giovani. — O que você está contando é mesmo verdade?

— Foi o que elas me contaram. Não sei se é verdade, por isso tive medo de vir... — Soluça. — Mas é o que acabei disse: não inventaria algo assim.

— Lamento, mas palavras apenas não comprovam nada agora.

— Eu entendo. — Giovani assente.

— Precisamos ter certeza. — Por mais que tente se manter forte, noto a pequena alteração que há na voz de Apolo. — Depois resolvemos o resto.

— Eu faço qualquer coisa! honestamente, essa dúvida está me matando.

Sinto que Giovani está sendo sincero, mas sei que isso não vale de nada, afinal já senti isso antes de outras pessoas que se mostraram verdadeiros demônios.

Apolo enfia a mão no bolso da calça e caminha em direção à saída, Giovani dá alguns passos para o lado, ainda parecendo esperar pelo golpe certeiro. Conhecendo Apolo como conheço, sei que não faria isso, mas também sei que não tem como Giovani saber.

— Esperem aqui, vou dar um telefonema importante e poderemos fazer o que precisa ser feito.

As portas agora parecem fazer mais barulho do que me lembrava, ao serem abertas. Com isso, Juan se revela parado do outro lado com as mãos na frente do corpo, pronto para agir caso a conversa tivesse finais perigosos.

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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