Ser mãe estava longe dos sonhos da Liz.
Ela estava focada em ter a sua tão sonhada carreira de modelo e dar uma vida melhor para as pessoas que ama... ela não só não contava que o universo ia brincar com a sua cara, mostrando que nem tudo acontece...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
O caminho até a maternidade passou como um borrão. Quando chegamos, as enfermeiras já estavam prontas para nos receber. Tudo parecia rápido e eficiente, o que só aumentava minha sensação de que o tempo estava escapando pelos meus dedos.
Fui levada para a sala de exames, e Charles ficou ao meu lado o tempo todo, segurando minha mão enquanto as enfermeiras ajustavam monitores e faziam perguntas que eu mal conseguia processar.
—Está acontecendo, né? — murmurei, olhando para ele.
—Está, Liz. Está mesmo.
E, pela primeira vez naquele dia, apesar de todo o medo e nervosismo, senti um pequeno sorriso surgir no meu rosto. Catherine estava a caminho, e talvez, só talvez, eu estivesse pronta para encontrá-la.
Enquanto as enfermeiras começavam a ajustar os monitores e a preparar tudo para o que estava por vir, Charles se afastou um pouco, puxando o celular do bolso e saindo rapidamente da sala. Eu não sabia exatamente o que ele estava fazendo, mas percebi que ele estava ligando para a família. Olhei para ele enquanto ele se afastava, sentindo um aperto no peito. Meus olhos começaram a se encher de lágrimas, e tentei impedir, mas não consegui. Senti uma necessidade imensa de falar com a minha mãe.
Peguei meu celular tremendo, encontrei o número dela e, assim que a chamada foi atendida, não consegui segurar o choro.
—Mãe... — a voz falhou no meu peito.
Do outro lado, ouvi o som da sua voz, suave, mas preocupada.
—Liz? O que aconteceu, filha? Você está bem? —É alguma coisa com o exame? O que o médico disse?
—Mãe, estou na maternidade— falei com a voz fraca. —Entrei em trabalho de parto.
—O quê? — a voz dela tremeu do outro lado da linha, e eu podia imaginar o susto estampado em seu rosto. —Meu Deus, filha... é agora?
—É... — respirei fundo, tentando conter o choro. —A Catherine está chegando.
Houve um breve silêncio, desses que dizem tudo sem precisar de palavras. Depois, ouvi o som da minha mãe rindo baixinho, aquele riso nervoso e cheio de emoção que ela sempre dava quando o coração dela não sabia se ria ou chorava.
—Minha menina... — ela sussurrou. —Meu Deus, Liz...
Fechei os olhos, deixando que as lágrimas escorressem livremente.
—Eu tô com medo, mãe.
—Eu sei, amor... — a voz dela soou doce, calma, firme. —Mas vai dar tudo certo, tá ouvindo? Você nasceu pra esse momento. A Catherine tem sorte de ter uma mãe como você.
As palavras dela me atravessaram com uma força absurda. Engoli em seco, tentando me manter firme.
—Vem pra cá, mamãe— foi a única coisa que eu consegui falar antes de começar a sentir mais uma contração chegar.