Antologias

Friendzone

Gosto muito da Alícia.

Ela é uma ótima amiga.

É uma pena que... ela não sabe que amo ela. Diversas vezes eu tentei mandar uma indireta no Facebook, mas ela sempre comentava dizendo que a mulher da minha vida ainda apareceria, que eu seria feliz. Droga! Ela nunca entendia que era para ela!

Será que eu sou tão pateta assim?

Outro dia me dediquei a ela. Fiquei com ela o dia todo. Fomos em vários locais, nos divertimos, rimos... foi mágico. Só que ela não entendeu. Ela se despediu no final do dia, desse jeito "Você é meu melhor amigo! Muito obrigada!". Melhor amigo. Bem, namorados são os melhores amigos de suas namoradas, certo? Então estou no caminho?

Sou insistente.

Quando vi Alícia chegar na escola, toda linda no uniforme azul, com aqueles cabelos batendo na cintura... ah, bem... desculpe o devaneio... Eu fui até ela, sorrindo. Sempre maravilhosa, me cumprimentou com um largo sorriso. Disse que o passeio foi tão bom que ainda estava feliz.

Foi aí que pensei algo... não sei se foi minha imaginação. A saia do uniforme estava mais curta...? Eu não sei! Porém tenho certeza de que aquele batom era novo. Mais rosa, mais vivo...

Nesse dia a aula foi cruel. Alícia ficou cercada pelas amigas. Além de linda, é inteligentíssima. Eu não ousei me intrometer... mas eu queria. Queria sentar-me ao lado dela e mostrar pra todo mundo que estávamos juntos.

Não... espera. Juntos não. Eu quis dizer... melhores amigos. Isso.

Depois da aula eu corri atrás dela. Infelizmente aquelas abutres ainda estavam lá. Inferno. Eu já ia dar as costas e tentar depois, só que começou uma gritaria. O que era? Voltei. Alguma louca se jogou sobre Alícia. Era uma briga!

Corri e libertei minha Alícia. Não bati na outra menina, mas deu vontade. Vagabunda! Alícia pediu que eu não fizesse isso, pois seria covardia. Eu não poderia lhe dizer ao contrário. Obedeci.

Acompanhei-a até em casa, para ter certeza de que aquelazinha não apareceria. Me senti seu homem.

Quando ela se despediu e entrou em casa, fiquei paralisado. A saia dela... realmente estava mais curta. Ela estava mais sensível... será que...

Como posso ser tão burro? Claro que ela estava apaixonada por mim!

Claro que sim! Somos almas gêmeas! Mas... mas ela é linda demais... eu precisava ter certeza!

Corri para casa, sorrindo como bobo! Criei um e-mail falso e logo enviei uma mensagem para ela.

"Alícia, aqui é um amigo de um amigo seu. Notei que anda... apaixonada. É verdade?"

Esperei, ansioso, que ela respondesse. Ah, a pergunta não era nada demais! Ela tinha que...

"Estou sim! Mas... quem é? Rs..."

Eu ri e chorei na mesma hora. Sim! Eu não sou bobo, afinal! Ela estava apaixonada! E com toda alegria ao meu lado... era eu seu príncipe! Eu!

Lembro-me que o dia custou muito a passar. Argh! Porém consolava-me imagina-la pensando em mim!

No dia seguinte, na escola, sentei-me ao seu lado. Alícia sorriu para mim e disse:

- Olha só quem veio ficar ao meu lado hoje!

Me deu um abraço... que abraço... aquele corpo quentinho junto do meu...Desculpe, outro devaneio...Não consegui responder Alícia. Fiquei nervoso. Ela estava apaixonada. Por mim. E sorria.

Tivemos aula de Matemática. Como você deve saber, nessa aula não dá muito para conversar, só que... dessa vez nem precisava falar. Alícia estava ao meu lado.Impressionante como esse anjo sorri, é gentil... Tanta gentileza, só para pedir uma borracha emprestada! Hehehehe....