Ataque de Carlos Noolan - Parte II

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O grupo caminha cautelosamente por entre as árvores, espreitando atenciosamente cada galho e cada possível esconderijo. Eles sabiam que estavam a andar mais devagar do que gostariam, mas era inevitável, já que Carlos poderia estar em qualquer lugar.

Outro ganido estridente ecoa pelo ar, o terceiro desde que levantaram pela manhã, contudo, aquele parecia estar perto, muito perto. Uma leve brisa sopra em direção a Harry, trazendo consigo o cheiro de sangue e de seu amigo Paul, e, por causa disso, o mestiço não pode conter o impulso de correr para ajudá-lo.

― Harry! – grita Lucian o seguindo.

O cherokee para de repente, avistando o lobo caído e os enormes dentes de ferro, que aprisionavam sua perna dianteira e dilaceravam sua pele. Lucian não sabia ao certo se ajudava o quileute ferido ou se repreendia a imprudência do filho, mas a julgar pelo estado de ambos, ele logo decide ajudar o lobo.

― Caçador desgraçado – resmunga Lucian, se aproximando.

― Pai, me ajude a abrir isso...

― Vamos esperar Lyssa, ela deve saber como desarmar esta coisa – cogita.

― Não posso esperar, ele é meu amigo, por favor! – insisti com olhos angustiados, temendo que os dentes de ferro penetrassem ainda mais na carne de Paul, causando lesões irremediáveis.

Lucian respira profundamente, pensando no que poderia ser feito:

― Eu abro e você o afasta!

― Abrir sozinho? – pergunta Harry um tanto incrédulo.

― Não me subestime, filhote! – Dá um sorriso de lado.

O cherokee se aproxima da armadilha e coloca ambas as mãos sobre a parte interna dos dentes, que estavam levemente separadas devido à enorme pata lupina que agarrava. Bastou apenas um pouco de pressão por parte de Lucian, para que os dentes começassem a se abrir. Paul solta alguns gemidos, sabendo que logo estaria curado, mas não conseguindo ignorar o quando aquilo estava doendo.

Quando a pequena pressão deixou de surtir efeito, Lucian passou a utilizar sua forma sobre-humana, fazendo com que a armadilha de urso se abrisse cada vez mais. E quando estava suficientemente aberta, Harry empurra o corpo do amigo para trás, afastando-o o máximo que suas forças lhe permitiam.

Obrigado! – resmunga Paul entre gemidos. – Já sou o terceiro, Quil e Seth também foram pegos pelas armadilhas.

― Volte para a reserva – pede Lucian. – Temos um caçador experiente na floresta e precisamos que esteja curado para lutar.

Droga! – pragueja. – Quando finalmente aparece uma boa luta eu tenho que me ausentar, armadilha idiota!!! Deixem um pouco de diversão para mim...

O quileute se levanta com certa dificuldade, empurrando o mestiço com o focinho em sinal de agradecimento e retornando para a reserva, pelo mesmo caminho que percorrera anteriormente. Logo, Leah e as caçadoras se aproximam, a loba cinzenta solta um rosnado furioso e, por um instante, Harry agradece por não conseguir ler mentes, pois sabia que ela o estava xingando.

― Acho que arrancar os olhos dele é um pouco demais, Leah – comenta Lucian com uma careta.

Harry sente seus olhos se arregalarem. Sua mãe sabia ser uma loba malvada quando queria e, obviamente, ela queria ser má naquele momento. Mas tinha como ser diferente? Seu filho correra sem pensar, arriscando-se imensamente, e é claro que ela resgataria seu lado agressivo do passado para lhe dar umas boas pancadas.

Lucian ri com os últimos pensamentos da loba, lembrando-se dos milhares acessos de raiva que ela já tivera com ele, mas que conseguira contornar com alguns beijos e uma aproximação repentina. Leah... Tão loba, tão forte, mas, ao mesmo tempo, tão preocupada com sua família.

Leah 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora