- O que está acontecendo? – Brenda perguntou e me segurou. Eu havia cambaleado de dor.
Eu não consegui falar. O tronco da árvore estava bem na nossa frente. Boa parte dos galhos havia acertado uma lojinha que ficava na calçada. O que acarretou na queda do telhado.
- Vamos seguir caminhando pela rua. – finalmente eu consegui dizer.
- Sim. – ela respondeu tremula.
Brenda havia ficado assustada com a queda do tronco.
Desviamos do tronco e seguimos pela rua. Algumas pessoas tiravam foto do ocorrido.
- O que será que aconteceu com aquela árvore? – ela perguntou.
- Não faço a mínima ideia. – mas no fundo eu sentia.
Caminhamos bem no canto da rua para não sermos atropeladas por nenhum carro.
Olhei o meu pulso. Algo começou a aparecer ali, estava avermelhado, como um vergão. Escondi o pulso rapidamente no bolso da calça para que a Brenda não visse nada, foi um pouco dolorido passar a mão pelo bolso da calça.
- Olha aquele moço de cabelo azul... – Brenda apontou.
Olhei também.
- Que esquisito. – ela riu.
"Cabelo azul". Lembro-me da May ter comentado alguma coisa pós-acidente, mas eu não conseguia recordar. E pelo jeito não era coisa boa.
Ele estava parado na calçada.
Um carro branco passou na rua.
Outra árvore caiu. E outra. Ambas se intercalaram, caindo de ambos os lados da rua. Direita e esquerda.
Uma delas acertou o carro na traseira.
- Ai! – geme de dor. – Corre Brenda!
- Por quê? – ela perguntou.
Não respondi, peguei em seu braço e a puxei.
Seguimos correndo diretamente pelo meio da rua, correndo em cima da faixa.
Mais duas árvores caíram atrás de nós.
O de cabelo azul nos observava da calçada, imóvel.
- Hey! – gritei na direção dele.
Meu pulso começou a arder ainda mais.
Outras duas árvores caíram.
Era possível ouvir os gritos das pessoas, o barulho das buzinas, e o estrondo das árvores ao tombarem no chão.
Acelerei meus passos. Brenda seguia do meu lado, e pela expressão em seu rosto ela estava mais perdida que tudo.
Gritei de dor. Meu pulso explodiu em dor. E era como se a gravidade me puxasse para baixo, para o solo. Para a terra.
Me rendi ao impulso e caí no chão.
- Virginia?! – Brenda bradou.
- Saí daqui! – falei de volta. Eu estava estirada no chão.
- Não posso te deixar aqui...
- Vai! – falei o mais alto que consegui. Enquanto isso outras duas árvores caíram.
- Não vou... – Brenda hesitou, mas com o forte estrondo... Ela correu. – Desculpa.
Com a queda das árvores os fios da rede elétrica se soltaram e os postes também caíram.
Um dos fios elétricos foi rumo a Brenda.
- Nãooooooo! – gritei, eu não tinha forças para me levantar. E não consegui fazer nada.
O fio a acertou.
Fechei os olhos.
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CINCO: o despertar (livro 1)
Teen FictionEssa história se trata de CINCO garotas: May, Candy, Ellen, Aurea e Virginia. Nunca havia passado por suas cabeças que um dia se tornariam amigas, porém algo em comum as uniu... Estudar na mesma faculdade e o amor pela música. Em uma festa foram pe...