Quando saí do futsal, eu estava pingando de suor. Lembrei da Amélia toda suada, ela devia estar preocupada com os jogos.Ando pensando muito nela ultimamente.
-Ei, cara - Rafael falou, me acompanhando até o portão. - É impressão minha ou você estava distraído hoje?
-Como assim?
-Preciso mesmo dizer o nome dela? - ah.
-Não é por causa dela - talvez tenha mentido, só talvez. Ele parou de andar e me fez parar também.
-Bom, quando você voltou, estava com um sorriso bobo no rosto, ficava com o olhar fixo em alguma coisa e logo depois sorria de novo.
-Olha, eu não sei o que está acontecendo, mas eu me sinto confortável com a Amélia, sei lá... - continuei a andar.
-Você está se esquecendo da aposta direto.
-Cala a boca, cara - olhei e vi várias pessoas por perto.
-Foi mal.
Assim que cheguei em casa, Daniel estava assistindo a um desenho na sala.
-Cacá, a Amélia ligou - ele disse e me fez sorri ao escutar seu nome.
-O que ela queria?
-Disse que você esqueceu seu caderno lá.
-Certo.
Ia subir as escadas, mas Daniel falou:
-Quer assistir comigo?
-Eu tenho que tomar banho e estudar para a prova de amanhã. Depois ainda tenho que arrumar as minhas malas.
-Ah, tá certo.
Subi as escadas e senti uma dor na minha perna.
Droga.
Fui para o meu quarto e entrei no banheiro. Tirei a roupa. Vi que no lado direito de meu abdômen estava vermelho. Lembrei da bolada que levei ali. Estou todo lascado, nossa.
Enquanto a água escorria pelo meu corpo, fiquei pensando na Amélia.
Tudo o que eu faço me lembra ela.
Saí do banheiro com a toalha amarada no quadril e vesti minha calça de moletom azul. Peguei os livros da bolsa e coloquei em cima da minha mesa de estudos. Abri na matéria e fiquei completando as coisas que lia na minha cabeça.
E Amélia veio junto.
Por que eu não paro de pensar nessa garota?
Coloquei os cotovelos na mesa e apoiei a cabeça nas mãos. Preciso me concentrar.
Fiquei sem sair do quarto até às oito da noite. Meu pai abriu a porta.
-Filho, vem jantar.
-Já estou acabando aqui, daqui a pouco eu desço - ele assentiu e fechou a porta.
Estudei por mais dez minutos, coloquei uma blusa e desci. Daniel estava dormindo no sofá. Me sentei na mesa, tentando não fazer barulho, mas ele acordou.
-Desculpa, não queria te acordar.
-Eu estava te esperando - se sentou na cadeira a minha frente.
-Ficou esperando para poder jantar comigo?
-Sim, não queria que você comesse sozinho. É mais divertido quando você está com alguém.
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A Última Aposta
RomanceCaíque, um típico adolescente de dezessete anos, filho de um famoso empresário e irmão de Daniel, que está diagnosticado com leucemia desde os quatro anos de idade, era louco por uma aposta. Amélia, nascida em Minas Gerais, é obrigada a se...