CAP. 27

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Fernanda acorda às seis horas em ponto, pois sua entrevista seria às sete.
Veste um vestido um pouco mais formal, que ganhou de Amélia, arruma seu cabelo em um coque mais elaborado, faz uma maquiagem leve, colocou brincos e colar discretos. Passou perfume e desceu.

Sua mãe já estava acordada e já tinha preparado seu café. Seu pai está sentado na mesa lendo seu jornal tomando uma xícara de café puro. Ele tirou uma folga, para descansar.

Ah se Fernanda pudesse tirar uma folga da sua vida.

-Aonde você vai toda arrumada assim?-Perguntou Rafaela.

-hã... eu consegui uma entrevista de emprego.

-Emprego? Minha filha você tem um um noivo milionário caso você não tenha percebido. - Sua mãe brinca.

-Grande coisa. O dinheiro é dele não meu. -Nanda diz dando ombros.

-Mas vai ser seu também quando vocês se casarem.

-Se a gente se casar. -Fernanda diz e morde uma maçã que estava na cesta de frutas em cima da mesa.- Vamos pai? Eu tenho que chegar cedo.

-Vamos.

Eles saem a caminho do carro, deixando dona Rafaela confusa na cozinha. Fernanda, como sempre estava acompanhada de seu armário ambulante.

-Se vocês se casarem?

-Pai, não começa por favor.

-Você está muito estranha Fernanda, mas você sabe que tudo o que nós temos, só será nosso realmente se você se casar, né?

-Sim.

-Então eu tenho certeza de que você não quer seus pais desabrigados e sem emprego, certo?

Fernanda começa a se sentir culpada por querer acabar com o contrato. Seus pais dependiam desse casamento. Eles dependiam dela. E ela não podia decepciona-los. E foi assim. De uma hora pra outra que ela decidiu, parar de lutar contra, estava cansada de mais e viu que tudo isso era mais forte que ela.

-Certo...

Mas contra esse armário com pernas ela continuaria a lutar.

¤

- Olá! Onde está acontecendo a entrevista?- Fernanda pergunta para a recepcionista.

-Ah sim! Fernanda Clouder, certo?- A moça pergunta.

-Sim.

-Ali naquele corredor, quinta sala a esquerda. -A recepcionista fala indicando um corredor a alguns metros delas.

-Okay! Obrigada!- Fernanda diz e anda em direção ao corredor, sendo seguida pelo segurança, o que causa a estranheza das pessoas ao redor.
Ela entra na porta indicada, seu segurança fica no lado de fora, e percebe que é uma (outra) sala de espera. Tem mais algumas pessoas ali que ela deduz, estarem esperando para a entrevista.

Então teria concorrência.
Ela se senta em uma das cadeiras e observa que depois dela, mais quatro pessoas chegam.

Depois de duas horas, Nanda foi chamada na sala de entrevista. Tinha um homem velho sentado numa cadeira atrás de uma mesa de vidro. Tinha cabelo branco, vestia um terno preto e tinha uma cara de poucos amigos. Mas quando ele avistou Fernanda entrando, abriu um sorriso.

-Olá! Fernanda Clouder não é?!- ele se levanta

-Sim!

-É um prazer conhece-la! Meu nome é Felipe e eu vou te fazer algumas perguntas, tudo bem?

-Sim, claro!

-Quais são as suas qualidades?

-Minhas qualidades?- Fernanda foi pega de surpresa. Ela não imaginava que em entrevistas se faziam perguntas assim.- Eu sou... persistente, determinada, sou bem humorada- na maioria das vezes; ela pensa. - aprendo as coisas rápido e sou dedicada.

-Hum... interessante. Eu estou vendo aqui, que não tem empresas ou empregos anteriores, esse, pode ser o seu primeiro trabalho Fernanda?

-Sim.

-E o que você tem que os outros não tem?

Fernanda pensou um pouco. Não fazia idéia do que dizer, mas de repente se sentiu em um daqueles filmes de auto ajuda e a resposta veio na sua cabeça.

-Força de vontade!

-uau! Convincente! Por hoje é isso senhorita Clouder!

-O que? Ah... claro... okay. - O homem sorri para ela e Nanda se levanta e sai da sala.

¤

-Mas já?- Fala Pedro, que havia ido visitar seu amigo acamado.- Mas vocês nem ficaram direito e já estão brigando?

-Pra você ver.- Matheus diz.

-Quero só ver no que vai dar esse casamento! - Pedro diz em tom de brincadeira.- Mas você ainda quer conquistar ela? A Fernanda não parece ser a pessoa mais fácil do mundo de se lidar.

-E não é mesmo, mas quem disse que eu desisto fácil? O único problema é que ela é como um campo minado, um movimento errado e ela explode.
-Diz isso por causa do ataque do ataque de ciúmes?

-Que ataque?

-Acha que se ela não gostasse de você, teria feito essa confusão todas por que sua secretaria te mandou flores?

-Acho que você tem razão...

-Meio caminho já está andado Matheus.

-Mas uma coisa que me preocupa é que eu não tenho a mínima idéia de como posso fazer pra Fernanda me perdoar.

-Mesmo a culpa não sendo sua.

-Acho que a culpa disso tudo não é de ninguém.

-Tem uma coisa que você tem que saber: Quando se trata de desentendimentos com mulheres, nós sempre somos os culpados.- Pedro fala e ranca risadas de Matheus.- Mas e aí? Quando é que você sai daqui?

-Provavelmente amanhã já vou ser liberado, mas vou ter que ficar de repouso.

-Coisa que você não vai fazer é claro.- Pedro brinca.

-Não mesmo! Estou doido pra sair daqui e ir cuidar das estatísticas da empresa! - Matheus fala risonho.

-Depois morre e ainda acha ruim né?

-Eu não vejo a morte como uma coisa ruim. Deve ser libertador.

-Não sei como consegue pensar assim, confesso que morro de medo de morrer.

-Oi?! Okay né. -Matheus ri da frase contraditória do amigo.

-Não seja implicante! Você entendeu!
-Mas voltando ao assunto, você tem alguma idéia de como eu faço pra Fernanda voltar?

-Ah, essa menina parece gostar de flores. Dê umas pra ela.

-Será?

-Sei lá. Não custa tentar.

-Custa sim. Um buquê de rosas não está barato não.

-Ah vamos lá Matheus! Você não tem motivo nenhum pra reclamar de falta de dinheiro! Ganha muito bem que eu sei!- Pedro fala e Matheus ri.

-Tem razão. Mas não ache que sou pão duro! Só estou falando o que todos sabem, mas nunca negaria nada para Fernanda.

-Vixe Já era. Está apaixonado mesmo.

-O que eu posso fazer? Ninguém manda no coração.

-Putz! Além de apaixonada ainda está poeta! Vou indo por que daqui a pouco começa a planejar uma serenata, e de coisas melosas, já bastam as minhas com a Victoria.

-Tem compromisso?

-Não. Seus pais me colocaram tempo cronometrado pra ficar aqui, estão apressados pra te ver e o horário de visitas está acabando.








Olá leitores!

Felipe. Lembram desse nome?



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