† 4º Capítulo †

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Logo um individuo, ao qual a cara não me era estranha, abriu a porta.

- Quem és tu? – perguntou e fiquei um pouco de tempo a tentar reconhecê-lo. Sim, já me recordo. É ele, John.

- O Harry está? – questionei-o tentando parecer o mais confiante possível.

- Allie. – ouvi baixinho de dentro da casa.

Por um instante, esqueci-me de todas as aulas de boas maneiras e de etiqueta dadas pela Miss Catherine e entro de rompante em casa do Harry, empurrando John. Harry encontrava-se no sofá, a gemer de dores, com a mão no abdómen.

- Harry – massajei-lhe a face – estás bem?

- Allie – tossiu e voltou a gemer.

- Vamos para o hospital.

- Não, eu não quero. – disse, duma forma quase inaudível.

- Não estás em condições para decidir.

Ouvi a porta a bater e a madeira da mesma a lascar. Não dei o devido crédito á porta, pois a minha principal preocupação era o Harry. Ajudei-o a pôr-se de pé, coloquei o seu braço atrás do meu pescoço e eu pousei a minha pequena mão na sua anca. Ele cambaleou até ao exterior da casa. Peguei no meu telemóvel e fiz um telefonema para o 911 e após 5 minutos ouço as sirenes da ambulância. Devidos ás fortes dores que tinha, colocaram-no na maca. Permitiram que o acompanha-se e entrei dentro da viatura juntamente com ele. Administraram-lhe soro para a dor diminuir e entretanto chegámos ao hospital. Harry entrou logo para a triagem e eu caminhei para a sala de espera. Uma hora se passou e vejo uma enfermeira na sala.

- Menina Allie?

- Sou eu. – levantei-me indo ao seu encontro.

- O senhor Harry tem um hematoma no abdómen e nas costas. Reparámos que possuía cicatrizes ao longo do tronco e que não eram recentes. Nós questionamo-lo sobre o assunto, mas não respondeu. Sabe do que são aquelas marcas?

- Sinceramente não sei, nós somos amigos, se é que já chegámos a esse patamar de afinidade.

- Apenas lhe perguntei porque o senhor Harry podia estar a ser vitima de violência doméstica ou de maus tratos por parte de terceiros e nós podemos intervir. Bem, também vim informá-la que pode ir vê-lo. Quarto 2, ao fundo do corredor, á sua direita.

- Muito obrigada.

A enfermeira saiu da sala e eu dirigi-me para o quarto onde ele estava.

Quando entro na divisão vejo-o logo e sorri-lhe. Está com bom aspeto, apesar de ter pensos e ligaduras nos sítios dos hematomas.

- Harry, o que aconteceu para ficares assim? – perguntei, sentando-me no cadeirão ao lado da maca.

- Cai das escadas. – respondeu, virando a cara.

- Eu não te conheço, mas sei quando as pessoas estão a mentir.

- Se não acreditas, problema teu.

- É assim, vim para aqui para te ajudar e é desta forma que me agradeces? Se eu sair por aquela porta, tenho a certeza que mais ninguém te vem cá visitar ou preocupar-se contigo. Se calhar é mesmo isso que vou fazer. – levanto-me do cadeirão, mas a sua mão agarra a minha com as poucas forças que restavam nele.

- Por favor fica. É verdade, eu admito: eu não cai das escadas e sim também é verdade que se fores embora não tenho ninguém. Contente agora que me humilhei?

- Tu não te humilhaste, simplesmente foste sincero, coisa que duvido que sejas com facilidade. Mas porquê que és assim? Já percebi que essa frieza toda é apenas uma máscara para esconderes algo que não queres que ninguém saiba, mas que coisa é essa? – perguntei, sentando-me novamente.

- Não achas que já queres saber demais? Além disso quem te disse que estava a esconder alguma coisa? Porque é que não pode ser um defeito meu?

- Acho que ninguém é assim apenas quando lhe perguntam coisas sobre ele ou coisas que o rodeiam.

- Ganhaste! O que queres saber?

- Como é que ficaste com esses ferimentos todos e como é que as cicatrizes que tens no tronco apareceram? E não arranjes desculpas “cortei-me de sem querer” que isso não funciona comigo.

- O meu irmão bateu-me. Mais alguma coisa? – perguntou, querendo que eu parasse com o inquérito.

- Então essas cicatrizes também foram o teu irmão?

- Algumas sim, outras não.

- E essas agressões são regulares?

- Sim.

- O que é que tu lhe fazes para ele se virar contra ti desta maneira?

- Não lhe dou o que ele quer…

- E o que é que ele quer?

- Dinheiro.

- Para quê?

- Bebida, mas não sei se ele se mete nas drogas ou noutras cenas.

- E tu meteste nisso?

- Atualmente não.

- Então já consumiste ou não?

- Não achas que já chega?

- Apenas preocupo-me contigo!

- Não é preciso te preocupares, daqui a pouco tempo já saiu deste lugar e deixo tudo para trás.

- Nem me vou dar ao trabalho de te perguntar, visto que não vais prenunciar uma única palavra.

- Que inteligente que é a menina. – riu sarcasticamente.

***

† Choice (Harry Styles Fanfiction) † (SLOW UPDATES)Where stories live. Discover now