O Yoda De Origami E A Cabeça Do Shakespeare (Por Cindy)

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Quer saber por que eu fiz uma pergunta ao Yoda de Origami? Porque quebrei a cabeça do Shakespeare do professor Scott.

Não sei que graça o professor Scott em ter um busto de Shakespeare em sua sala de aula. Em primeiro lugar, era uma obra feia e, em segundo, não acho que a gente tenha lido nada de Shakespeare. Se lemos, eu não estava prestando atenção.

Outra coisa que não entendo é como pode haver tantos garotos burros, desajeitados e bagunceiros em nossa turma - como o Herbert e o Kevin - , que estão sempre correndo de um lado para outro, atirando coisas e agindo feito patetas, e nenhum deles jamais ter derrubado a cabeça do Shakespeare.
E aí eu chego e o troço praticamente cai sozinho
quando passo.

Enfim, foi isso que aconteceu. Fui eu quem a quebrou. Ela caiu do peitoril da janela, bateu no chão e se abriu como um ovo de Páscoa. O fato de ser oca provavelmente significa que não se tratava de um busto de verdade, más mesmo assim fiquei apavorado quando a quebrei.

Eu não sabia muito bem qual seria a punição por quebrar a cabeça do Shakespeare, más imaginava que seria terrível.

Felizmente, eu era a única na sala de aula naquele momento. O professor Scott estava na sala dos professores e as outras crianças estavam na biblioteca, onde costumam passar o tempo antes do início da aula. Já tentei fazer isso, más se você não tem com quem ficar, não há nada para fazer. E eu não tenho amigos. Comecei a estudar aqui em janeiro e ainda não encontrei ninguém com quem eu goste de conversar.

Continuando: a cabeça do Shakespeare se partiu em uns seis pedaços. Aí, tirei os livros da minha mochila, catei os pedaços e enfiei todos eles lá dentro. Decidir esperar e deixar rolar.

Fiquei lá sentada a aula inteira com a cabeça do Shakespeare na mochila e nada aconteceu.

Então, pouco antes do fim da aula, o professor Scott deu falta daquela porcaria.

- O que aconteceu com o Shakespeare? - perguntou. Continuei sentada, quietinha.

- Vocês o esconderam? - continuou ele. Nem me mexi.

O sinal tocou e comecei a andar até a porta.

- Ei, esperem um segundo. Todo mundo sentado - disse o professor Scoot. - Se alguém estiver fazendo uma brincadeira, tudo bem, más quero o Shakespeare de volta amanhã. Ele tem valor sentimental para mim. Portanto, tratem de devolvê - lo.

Continuei lá sentada, assim como todo mundo. Tive medo de que o professor olhasse para mim, más ele se dirigia principalmente ao Doug, o suspeito mais provável, já que ele é estranho o bastante para querer mesmo uma cabeça do Shakespeare.

- Muito bem, podem ir - disse o professor Scott por fim, e todos nós saímos correndo.

Até ali, tudo certo. Saí da sala com os pedaços do Shakespeare na mochila. Assim que chegasse em casa, poderia jogá - los no lixo e tudo ficaria bem. Eu me sentia mal por destruir o "valor sentimental" ou sei lá o que do professor Scott, más o que eu podia fazer?

Depois que as aulas terminaram, entrei no ônibus com o Shakespeare ainda na mochila. O Doug se sentou ao me lado. Ele se senta comigo todos os dias. Ou melhor, acho que eu me sento com ele. Quando comecei a pegar o ônibus, em janeiro, o único lugar que ninguém estava guardando para outra pessoa era ao lado dele. Normalmente, ele fica falando sobre robôs, aranhas ou algo assim, más nesse dia começou logo perguntando sobre a minha mochila.

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