MOL | 028

111 10 9
                                    

Phoebe Moon

O Harry sorri discaradamente quando chegamos ao andar de cima, eu devolvo o sorriso, já que o dele conseguiu contagiar-me. Ele para em frente à minha porta e cruza os braços.

- Porquê que eu acho isto muito estranho.- digo, isto é estranho sim, mas desde que eu me lembre, nada é normal nesta cidade.

- Abre.- ele aponta para a porta e eu faço-o.

Fiquei paralisada quando vi o meu quarto como estava, os meus lençois eram pretos agora, as minhas paredes continuavam brancas e a minha mesa voltou, mas desta vez era preta também. O quarto que eu sempre quis na minha vida está mesmo em minha frente.

- O que é isto?- pergunto com uma sombracelha levantada, gostei muito da surpresa mas não quero que eles saibam.

- Não vale a pena, eu sei que tu gostaste.- ele chegasse para mim e deixa a sua mão no meu ombro, não aguentei e abracei-o.

Ele acaricia as minhas costas com as suas mãos grandes e profundas.

- Eu gostei.- confesso enquanto aprofundo a minha cabeça no seu peito.

- Anda, vamos para ali.- ele segue-me para a cama e eu penso em recuar, não será o que eu estou pensando.

- Pelo menos desta vez vais pensar antes de vomitares neste quarto.- ele diz enquanto senta-se ao meu lado, eu que estava deitando-me levanto-me logo.

- Como é que sabes que eu vomitei?- pergunto olhando bem nos seus olhos, ele tenta desviar mas eu sigo-os.

- Hun? Nah...- a resposta que eu esperava foi interrompida pela Gemma.

- Podes ir, não sei se ele está bem com isto.- ela diz e eu olho para o Harry, ele ficou estranho, levantei-me e desci sem dizer nada a ninguém. A minha conversa agora é com o Marcus.

Mas eu odeio o facto de eu e o Harry nunca falarmos direito, o beijo que eu apanhei na festa, o beijo que ele me deu, um dia estar com a Abigail outro com a Hermione, os presevativos no carro, as cuecas que a Beth deixou no carro, anteontem ele não ser o idiota de sempre, e o mais importante... Ele saber que eu vomitei, isso eu vou descobrir nem que seja no fim do mundo. Quero voltar para trás e arrancar-lhe a verdade à força, mas a carranca do Marcus não me deixa sequer respirar.

- Não acreditas em mim?

- Tu podes enganar todos a tua volta, mas eu conheço-te e sei que eras capaz de fazer isso e muito mais.- ele diz e os meus olhos já começam a apertar, se ele conhecesse-me como diz saberia que o que ele está a dizer é um completo disparate.

- Ok, já chegas-te à tua conclusao. O quê que queres que eu faça para acreditares em mim?- vocês não sabem o quanto eu tive de segurar para não explodir nele, mas não quero voltar a ouvir que eu não devia ter nascido.

- Não faças nada, Phoebe. Já fizeste muito.- ele sai da sala e deixa-me sozinha. Felizmente já está de noite e por mais que eu queira comer a pizza que o Marcus comprou, não quero estar neste ambiente de família feliz quando o meu irmão é um hipócrita.

Subo as escadas e encontro a Gemma na porta do meu quarto, sei que ele está bonito mas ainda não é um museu.

- Com licença.- peço e ela dá passagem para entrar, seria muito feio fechar a porta na cara dela.

- Gostaste do quarto?- ela pergunta quando me sento no chão para tirar o raio destas sapatilhas desconfortaveis.

- Sim, é razoável.

MIRROR OF LIFEOnde histórias criam vida. Descubra agora