The Mission • BTS

•23• Goodbye, Omma

3 anos atrás

Erbet andava de um lado para o outro, bufando e resmungando palavras que não faziam sentido algum para a mulher ao seu lado, Louise Moon.

— O que aconteceu, meu amor? — a esposa se aproximou e tentou tocar o ombro de seu marido.

— NÃO CHEGUE PERTO DE MIM! — gritou.

Ao encarar a expressão triste da moça, pôs as mãos nos cabelos, suspirou e disse mais calmo:

— Mataram a Zoe. Estão matando meus membros.

Louise se sentou na poltrona vermelha e fechou os olhos, o que ela mais temia estava acontecendo. Sabia que uma hora ou outra aquilo iria acontecer, nunca foi de acordo com a ideia da criação dessa gangue e a obcessão por poder econômico e social do amado não a convencia.

— Querido... eu disse que havia outras formas de conseguir dinheiro e reconhecimento. Nós não estaríamos passando por isso agora se... — parou ao encarar os olhos cerrados do chefe.

— Nós? — riu abafado — Você não tem nada a ver com isso! Sempre quis estragar meus planos... ainda bem que eu não deixei.

Caminhou até o outro lado da sala e adentrou no arsenal de armas. Saiu de lá com uma espingarda em mãos.

— O que vai fazer? — Louise se levantou em um reflexo, coisas horríveis aconteciam quando Erbet manuseava uma arma dentro de casa.

— Te impedi de atrapalhar meus esquemas e impedirei aqueles cupins malditos denominados Park's também.

E saiu em passos largos. Sua mulher estava com medo do que poderia chegar a acontecer.

— Ai meu Deus! — se jogou novamente no sofá.

— Mamãe?

Uma adolescente de 14 anos desceu os degraus da escada e correu para abraçar a mãe. Seu nome era Kayla Moon.

— Minha filha... vai ficar tudo bem. Não deixarei seu pai machucar pessoas inocentes, certo? — a mais velha sorriu, transportando confiança para a mais nova, que retribuiu com um aceno de cabeça — Vá fazer companhia para sua irmã. Eu tenho algo importante a cumprir.

Largou sua menina e seguiu em direção ao prédio de Park Linnus, ao lado de uma escola de ensino médio. Se indentificou na portaria e só conseguiu entrar pelo drama que fez. Uma funcionária simpática a acompanhou até o escritório do supremo, onde ela entregaria as futuras ações de seu marido.

— Erbet está prestes a fazer uma chacina com os seus conhecidos. Ele saiu transtornado de casa e quer vingança — disse — Por favor, não o deixe matar mais ninguém — depositou as mãos no rosto.

— Obrigada por avisar, Louise. Eu sabia que um dia você iria perceber a qual lugar pertence.

Poucas pessoas conhecem o real motivo de Erbet ter fundado uma gangue. Tudo começou com uma rixa entre dois jovens no colegial. Eram amigos, daqueles que saem no final de semana para uma partida de futebol e que dividem a conta do bar. Mas uma garota interrompeu tudo. Louise, a novata do colégio, atraiu olhares dos garotos desde a primeira aula em que participou. Meses depois, começou uma relação amorosa com um deles. Tudo estava bem, os três saíam e se embreagavam juntos. Mas como uma digna história de triângulo amoroso, o terceiro, não satisfeito, armou uma cena constrangedora para cima da garota. A encheu de carícias e beijos, que por parte a fez ceder. Aconteceu que o rapaz abandonado os pegou no flagra, e ali nasceu o ódio do menino traído Erbet Moon. Queria e ainda quer acabar com todos que seu ex parceiro ama. O fato de seus membros estarem morrendo reforça essa obcessão.

— Eu não pertenço a nenhum dos lados —levantou a cabeça — Mas, por favor, o impeça.

Coitada da mulher, mal sabia que naquele mesmo lugar tinha um infiltrado de seu marido com mente psicopata. Donnie havia avisado ao chefe que sua esposa estava o traindo novamente.

— Pode deixar, meu povo continuará vivo para aguardar o dia em que a receberemos como uma Park — o homem de meia idade sorriu.

— Não brinca com isso... a culpa é toda minha — balançou a cabeça em negação.

Estava triste e carregava o sentimento de culpa durante anos.

— Você não tem culpa de ele ser assim. Vem cá — abriu os braços.

A moça, sem pensar duas vezes, o abraçou. Eram amigos antigamente e ela sentia falta disso.

O gesto de carinho foi desfeito após a porta ser aberta bruscamente e um ser furioso atravessar por ela.

— VAGABUNDA!

Foi o que ele disse. Apenas isso.

Não pensou, só reagiu. Não deu tempo dos capangas de Linnus o impedir. Não deu tempo de Louise esquivar. Tudo o que a mãe de Kayla e Victoria ouviu foi a morte sussurrar em seu ouvido que havia sido morta pelo amor de sua vida. Pelo rapaz que havia acreditado nela anos atrás quando disse que foi seduzida. Pelo rapaz que a perdou e que ela perdoou também. Foi o seu fim. Caiu de barriga para cima e ali permaneceu.

Erbet foi pego pelos braços e levado proximo ao senhor Park.

— Você está completamente perdido — Linnus disse.

— Me mata logo, seu canalha! — o preso cuspiu as palavras. Recebeu um olhar reprovador em troca.

— Não farei isso. A sua penitência é conviver com essa culpa de ter matado a melhor pessoa que teve em suas mãos. Mas não pense que não terá uma dor física também — pronunciou e engatilhou sua pistola no ombro de Erbet.

O grito do rapaz ecoou por toda a sala.

— Jogue ele na rua — ordenou e deu as costas.