A Rede

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Faça o que desejar; se mal nenhum causar!                                                              - Doreen Valiente É também conhecida como a Rede Wiccana, ou ainda, como o Dogma da Arte. Trata-se da única diretriz que todos os bruxos wiccanos devem seguir. Ela expressa claramente que os wiccanos são livres e podem fazer o que bem entenderem, desde que isto não interfira e nem prejudique a vida de ninguém, inclusive a do próprio bruxo. É uma forma clara de expressar a Lei dos Três, pois os wiccanos jamais podem praticar o mal, a menos que que seja para se defender de algo muito grave. É um senso de respeito e responsabilidade com a vida, onde bruxos e bruxas comprometem-se a não interferirem no livre-arbítrio dos outros e nem alterar o curso natural do destino através da magia. A rede wicca também deixa claro que não é admitido, na bruxaria, o sacrifício de qualquer ser vivo, logo, lendas sobre bruxas que matam crianças e animais, ou os utilizam em seus rituais, são inverídicas. Os bruxos e bruxas wiccanos obrigatoriamente respeitam a Rede Wicca, caso contrário, não podem se considerar wiccanos. Amar e respeitar tudo que existe, este é o fundamento da Rede Wicca! Doreen Valiente, uma das mais respeitadas e influentes wiccans inglesas da bruxaria moderna, que estabeleceu relações com várias tradições antigas, incluindo o Gardnerianismo (na qual foi a primeira Alta Sacerdotisa do coven liderado por Gerald Gardner), o Cochranianismo e o coven de Atho (um dos nomes dado ao Deus Cornífero), escreveu um lindo poema sobre a Rede:


         

"Ouçam as palavras das Bruxas,

e os segredos que ocultamos na noite.

Quando negra era a senda de nosso destino,

que agora trazemos à luz.

Mistérios a água e o fogo,

a terra e o ar que a tudo envolve;

por quintessência oculta nós os conhecemos,

e ansiamos, silenciamos e ousamos.

O nascer e o renascer de toda natureza,

a passagem do inverno e da primavera,

compartilhamos com a vida universal,

Regozijando no anel mágico.

Por quatro vezes no ano o grande Sabbat retorna

e os bruxos são vistos!

No Lammas e no Candlemas a dançar,

no Dia de Maio e no antigo Halloween.

Quando o dia e a noite se igualam,

quando o sol atinge seu ápice e seu ponto mais baixo,

reúnem-se para os Sabbats Menores,

e os bruxos celebram em festa.

Treze luas de prata num ano,

como treze são os membros de um coven,

treze vezes num Esbat trazem alegria,

para cada ano dourado mais um dia.

O poder foi passado através das eras,

a cada vez entre homem e mulher,

de cada século para o seguinte,

desde início dos tempos e das eras.

Quando o círculo mágico é formado,

por espada, atame ou poder,

seu centro jaz entre os dois mundos,

na Terra das Sombras para aquele momento.

Às portas do grande templo,

assim como duas são as forças da natureza,

as formas e as forças divinas.

A treva e a luz em sucessão,

os opostos um no outro,

apresentados como Deus e Deusa:

disso falavam nossos ancestrais.

À noite ele cavalga o vento indomável,

o chifrudo, Senhor das sombras.

de dia, ele é o rei dos bosques,

habitante das verdejantes florestas.

Jovem ou idosa, como lhe aprouver,

Ela navega por entre as nuvens em sua barca,

brilhante dama de prata da meia-noite,

a anciã que tece encantamentos na penumbra.

Senhor e Senhora da magia,

habitam as profundezas da mente,

imortais e sempre renovados,

com o poder de libertar ou prender.

Beba, então o vinho dos antigos Deuses,

e dance e ame em sua honra,

até sermos recebidos nas belas terras de Elphane,

em paz, no fim dos nossos dias.

E faça o que quiser, este é o desafio;

assim seja no amor que a ninguém prejudica,

pois esse é o único mandamento,

pela magia de antanho, que assim seja!

Oito palavras expressam o credo dos bruxos:

Faça o que desejar; se mal nenhum causar!

Wicca, o CaminhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora