Capítulo 4

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   Pov – Annie

Eu pensando que era um velho babão do tipo que aperta garotas por debaixo da mesa e o homem é simplesmente lindo. Isso é até desrespeito, ninguém devia ser bonito assim impunimente, mas isso nem é o mais estranho.

Olho para ele e só penso em meu príncipe. Quando sorriu quase desmaiei de emoção. Parecia que ele estava ali e claro que isso é a coisa mais estúpida do mundo. Meu príncipe rico e poderoso? Como isso seria possível?

Ele achava que era grego por que todo mundo chamava ele assim, então talvez seja por isso, eles são do mesmo lugar e por isso se parecem. Só etnia. Quem sabe nem se parecem? São as memórias destorcidas de uma garotinha de onze anos cheia de medo.

Me perdi dele para sempre, ele foi embora, talvez se estiver vivo, se estiver livre e não preso como quase todo mundo que saiu de lá, ele possa ter ido buscar suas raízes na Grécia. É melhor pensar nele bem e longe do que imagina-lo preso, drogado ou morto.

Termino a cozinha. Nick é tão diferente do que pensei. Tão legal, mas se ficar o tempo todo pensando no passado eu não vou conseguir aguentar. Foi o pior pesadelo que tive na vida.

A lembrança me faz estremecer e derrubo uma panela. O barulho ecoa pelo apartamento e me faz tremer de susto.

Guardo a panela e subo para seu quarto. Abro a porta e está tudo quase igual. Até a cama está forrada. Acho bonitinho. Ele tem jeito de bom menino. A mãe deve ter ensinado a forrar a cama. Ou a babá. Deve ter tido muitas. Crianças ricas sempre tem.

Entro no closet que é quase do tamanho da casa de Trace. As roupas usadas estão sobre uma cadeira. Quando descer eu as levo. O banheiro é tipo coisa de cinema. Ele é mesmo um magnata grego. A banheira é enorme e alguém podia se afogar ali.

Arrumo uma bagunça ou outra. Coloco as roupas num cesto e pretendia descer quando encontro uma parte literalmente mágica de seu closet.

O chapéu seletor. Uma varinha. O vira-tempo.

─Três voltas devem ser suficientes. – Digo quando o giro. Coloco no lugar, tem mais. Cachecol da Grifinória, taça tribruxo. Xadrez bruxo. – Caramba! Que lugar legal, será que ele brinca com todas essas coisas? Eu bem que brincaria. – Fico com a varinha na mão, olho para a porta do banheiro. – Alohomora! – Nada, um dia ainda vai funcionar.

Deixo tudo no lugar e saio antes que fique ali até anoitecer. Aposto que ele tem todos os livros, será que se importa de me emprestar? Faz um ano que não leio e preciso ler tudo de novo. Todo ano tenho que ler todos os livros. É assim que a vida funciona.

A casa fica arrumada em uma hora o que é irritante porque não tenho ideia do que fazer com o resto do dia. Olho a vista, ando de um lado para outro sem tocar em nada.

Depois vou para cozinha folhear livros de receita. Escolho o cardápio, leio dez vezes a receita. Se a comida ficar muito ruim e ele me mandar embora será muito triste.

Como um sanduiche na hora do almoço. Depois tomo banho. Gosto do ar condicionado da casa, é quentinho e não gelado como todo mundo que tem ar condicionado deixa.

Coloco um short jeans e uma camiseta. Prendo os cabelos para cozinhar. Desfaço minha mala. Não devia fazer isso tão rápido. Ele pode me mandar embora a qualquer momento, é sempre assim.

As garotas com quem dividia o apartamento não tiveram a menor pena. Toda noite uma crise de pânico, um pesadelo ou eu perambulando pela casa. Logico que depois de um tempo elas acharam que eu devia estar possuída.

Paixões Gregas - Sempre te amei (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora