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Gabriel

Não tive muito o que fazer pela manhã. Olhei com cuidado todos os anexos e fiz algumas anotações. Perto do horário do almoço, Manu me telefonou perguntando se eu preferia almoçar fora ou pedir alguma coisa e comer na minha sala. Olhei a hora no relógio e tive uma ideia, se me apressasse, talvez desse tempo para convidar Lia para almoçar.

Desliguei meu computador, guardei minha papelada e depois segui para a saída. Manu estava voltando com uma bandeja em suas mãos.

— Achei que iria almoçar fora – falei quando me aproximei dela.

— O senhor... Quer dizer, você, não me disse o que iria fazer, ficar aqui ou sair para almoçar, então achei melhor pedir um lanche, para o caso de precisar de mim – disse colocando a bandeja em cima da mesa.

— Não precisa cortar seus hábitos por minha causa. Amanhã pode sair para almoçar, posso sobreviver por uma hora. Agora preciso ir – falei seguindo para o elevador.

Pedi um Uber do elevador e quando cheguei à recepção, ele já estava me esperando. Dei o meu destino e seguimos em silêncio.

Quando cheguei à faculdade de Lia, os alunos já estavam começando a sair. Eu esperava ter sorte e encontrá-la ainda no campus. Fiquei no portão aguardando Lia aparecer.

Enquanto esperava, não pude deixar de perceber que algumas garotas demoravam seus olhares em minha direção quando passavam pelo portão.

Alguns minutos depois, vi Lia apontar. Não vi sua amiga com ela, para minha sorte. Ana era aquela amiga protetora e embora tivesse gostado dela, eu queria passar algum tempo sozinho com Lia.

Quando ela me viu, ergueu as sobrancelhas e andou cautelosa ao meu encontro.

— O que está fazendo aqui? Não deveria estar trabalhando?

— E estou, mas nesse momento estou no meu horário de almoço.

— Então resolveu tirar esse tempo para vir me ver?

— Vim convidá-la para almoçar. Topa?

— Continuamos com aquela regra de que quem convida paga a conta?

— Você ainda se lembra do nosso acordo? – perguntei rindo e cumprimentando Lia com beijos no rosto.

— Verás que me lembro de todos os nossos acordos. Para onde pretende me levar?

— Como sou cavalheiro, vou deixar você escolher o restaurante.

— Até parece que não te conheço – ela riu – só está me deixando escolher porque não sabe onde tem um restaurante aqui perto.

— Tudo bem, eu confesso, é verdade...

— Eu sabia. Tem um aqui perto, dá para ir andando.

— Então vamos lá.

O lugar tinha a aparência bem tropical e oferecia de lanches a almoço completo. Como o dia estava quente, o ar-condicionado foi muito bem vindo.

Pedi um risoto de camarão, enquanto Lia ficou olhando para o cardápio, vendo as opções. Cada vez que lia um nome, fazia uma careta, como se estivesse sentindo alguma dor.

— Está tudo bem? – perguntei colocando meu cardápio sobre a mesa.

— Sim, está – disse desviando a atenção do papel.

— Não parece. Está fazendo altas caretas – eu ri.

— Hã... É que... – Lia parou de falar e soltou uma longa respiração.

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora