Onde Há Luz Há Sombra[COMPLETO]

Cap.34-Shadow

Skyle

Senti o típico cheiro de café fresquinho  da casa de Álex adentrar pelas minhas narinas,espreguicei-me e abri os olhos procurando pelo meu Álex,mas ele não estava mais na cama e pelo barulho vindo da cozinha,só podia ser ele a preparar o pequeno-almoço. Era o melhor momento para fugir dele pensei,levantei-me e procurei o meu vestido mas não encontrei,não tinha jeito,eu teria de fugir apenas vestida da camiseta de Álex. Caminhei para o banheiro e lavei o meu rosto,lembrei-me da noite maravilhosa que eu tive com ele e o meu peito doeu,como era difícil deixá -lo.Entrei na banheira,eu precisava descarregar aquela dor,talvez somente a água pudesse diminuir aquele aperto,talvez ela pudesse libertar-me da culpa por todas as mortes que se sucederam,inclusive a da minha mãe. Minha mãe. Eu não poderia voltar para casa,não antes de falar com Ele,mesmo sem saber onde encontra-lo.

A água morna foi descendo pelo meu corpo fazendo os meus músculos relaxarem embora a minha cabeça doesse. Ouvi a cortina mover-se e encolhi-me colando a testa a parede como se com esse movimento me mantivesse firme sem que as minhas pernas cedessem. Senti a camiseta molhada dele colar-se ao meu corpo nú,seguida do seu hálito fresco perto ao meu ouvido,eu não queria virar-me,eu não queria ver aqueles olhos azuis vibrantes,porque eles eram a minha perdição,a minha ruína,a minha salvação. Eles me fariam desistir e eu não podia fraquejar,não mesmo.

As suas mãos fortes seguraram-me pela cintura e o seu rosto colou-se a curvatura do meu pescoço arrepiando- me. Lentamente ele virou-me e eu fechei os olhos,as nossas testas se colaram e então não pude impedir que as lágrimas caíssem. Eu não seria capaz de viver sem aquilo,não poderia viver sem ele,mas não poderia perdê-lo pelo meu maldito coração egoísta.
A água continuava a cair uniformemente,Álex passou uma das mãos pelo meu rosto tirando dele uma das mechas que insistia em colar-se a minha pele molhada e então eu não pude suportar mais,eu segurei-o pelas bordas da sua camiseta e ele manifestou-se:

-Skyle,olhe para mim.-ouvi-o dizer,com aquele timbre rouco e suave. Eu não queria,mas a segurança com que ele falou fez-me obedecer. Eu abri os olhos e então perdi-me no azul que eu tanto temia. Enlacei-o pelo pescoço e então os nossos lábios se colidiram e se moveram na perfeita sintonia,as mãos dele passeavam pelo meu corpo e apertavam-me o meu corpo,enquanto as minhas desciam lentamente para o seu quadril. Lentamente eu levantei a sua camiseta e ele acabou de tira-la jogando-a para algum lugar. Ele voltou a beijar-me voraz e então prensou-me contra a parede,a nossa  respiração estava descontrolada e o meu coração falhou uma batida. O frio na barriga instalou-se e então as mil borboletas nela levantaram vôo. E quando o ar nos faltou,os lábios de Álex percorreram o meu pescoço e então chuparam o lóbulo da minha orelha fazendo-me soltar um gemido abafado.

-Álex...-sussurei enquanto finalmente uniamo-nos por completo.

***

-Vamos,o pequeno-almoço está pronto.-disse ele enquanto eu acabava de vestir uma das suas camisetas.-Você gosta de Waffles?-apenas abanei a cabeça em confirmação e caminhei junto dele para a cozinha.

Álex estava tão triste quanto eu,podia sentir apenas com o seu olhar que ele estava com pena de mim. Depois da secção de amor incrível que tivemos no banheiro eu poderia me sentir a mulher mais desejada e amada do mundo,mas não era assim que eu estava,eu estava arrependida,eu era uma traidora e Álex jamais me perdoaria se eu o deixasse,não depois das jurias de amor que nós acabavamos de fazer por baixo daquele chuveiro,não depois de tudo que ele fez por mim. Mas seria justo deixa-lo morrer no meu lugar? O meu lado consciente tendia a dizer que não,mas o meu maldito coração egoísta queria ficar ali,pois sempre seria dele e a ele pertencia.

Fiquei boquiaberta com o tamanho empenho que ele tinha por mim. A mesa estava recheada com tudo que era possível comer em uma manhã e o cheiro era extremamente viciante.
-Então para além de lindo você também é prendado. -falei tentando sorrir. Não que fosse difícil com ele muito perto de mim.