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Gabriel

Eu não estava preparado para a revelação de Lia.

Ela estava grávida. Lia esperava um filho de Eduardo.
Tantas coisas haviam mudado desde minha partida. Longe de mim, ela havia se tornado uma mulher, linda por sinal.

Eu havia perdido nossos momentos juntos, nossas sessões de cinema, nossas guerras de batatas fritas, nossas aventuras quando fugíamos para as plantações de uva e fazíamos uma farra entre as videiras.

Olhando para ela agora, eu ainda podia ver um pouco daquela garota aventureira. E agora ela iria ser mãe, o que cabia a mim a honra de ser tio.

Com minha partida eu havia perdido tantas coisas. Mas agora eu estava de volta e dessa vez, eu não iria deixar Lia escapar. Nossos caminhos estavam ligados pelo bebê gerado em seu ventre, mas eu queria muito mais do que ser apenas o tio. E eu lutaria por ela dessa vez.

— Deixa eu te ajudar – falei tirando Lia dos seus pensamentos.

— Já está me ajudando – disse se libertando do meu abraço – você está aqui.

— Eu quero fazer mais. Por que não vem morar comigo?

— O que? Ficou maluco, eu ir morar com você? O irmão do meu ex-noivo? – ela riu.

— Não vejo nada de loucura...

— Não Gabriel. Obrigada pela oferta, mas vou deixar passar.

— Você mesma me contou que está sem muitas opções.

— E nem por isso vou abusar de você. Eu me meti nessa confusão e sozinha devo sair.

— Pode por um minuto deixar de ser cabeça dura e aceitar minha ajuda? Deixe-me pelo menos ajudar com o aluguel.

— Não mesmo. E se fizer isso sem meu consentimento, paro de falar com você e vai ser para sempre.

— Não quero correr o risco de isso acontecer, mas eu só quero te ver bem.

— Eu estou bem. Eu juro...

Lia percebeu que eu não estava acreditando muito na sua história, então ela sorriu e segurou minhas mãos.

— Vamos fazer o seguinte, se por algum motivo, eu não conseguir algo como um estágio, eu te procuro, ok? Estamos combinados assim?

Não era o que eu queria ouvir, mas por hora, seria o bastante. Lia sempre tinha o poder de me deixar desarmado, e eu tinha esquecido como gostava disso.

— Ok, estamos combinados.

— Ótimo! Agora porque não caminhamos um pouco. O médico disse que precisarei adquirir o hábito de caminhar.

— Preguiçosa do jeito que é, tenho certeza que vai ser uma missão impossível – eu ri.

— Eu tinha esquecido como você chato – ela riu também.

— E você adora esse chato – falei apertando a ponta do seu nariz.

— Para. Você sabe que odeio quando faz isso – disse dando um tapa na sua mão.

— Tem medo de sair meleca dele? – eu não perdia uma oportunidade para atormentá-la.

— Isso só aconteceu uma vez porque eu estava resfriada e a culpa foi sua.

— Minha?

— Quem foi que me convenceu a mergulhar no riacho quando eu já estava apresentando sinais de um resfriado?

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora