My little, sweet and loyal Employee

Se achavam que a minha vida estava confusa, então ainda não leram este capítulo.

E é assim que funciona.

Numa hora, vocês salvam o mundo de um demónio louco; Na outra, estão a fazer sexo com ele.

Enfim. Nada para além do normal na minha vida.

Abri lentamente os meus grandes olhos pestanudos e acastanhados, de um escuro sonolento, ao sentir leves raios de sol na minha cara, já que os cortinados tapavam a janela.

Maldito oxigenado. Só tapa as janelas quando é para ele dormir. Otário.

E por falar nele...

Estava ali. À minha frente.

O coração parecia bater-me nas costelas de tantos saltos nervosos que dava, fazendo-me engolir em seco e sentir a face ficar quente. A sua face, que conseguia ser completamente irresistível num momento e mais bela que todas as constelações do céu no outro, estava extremamente fofa e calma. As sardas davam-lhe um ar de anjinho que dormia, a respirar de forma calma e baixa, com as duas mãos juntas e por debaixo da cabeça, entre a mesma e a almofada fofa e amarelada.

Os seus ombros, sardentos e descobertos, acompanhado do corpo relaxado, deu-me vontade de o abraçar e acordar-lhe aos beijos, mas, ao mesmo tempo, não queria perder aquela visão magnífica.

 E a única coisa que me veio à mente, depois disso, foi apenas uma - O arrependimento por não ter tido coragem para dançar com ele. Acreditem, eu queria tanto.  

Os lençóis, que na noite anterior eram pretos, tinham-se tornado brancos e com detalhes dourados e eu podia jurar que estava no céu.

" - Sou assim tão irresistível, Pinetree?"

Gritei de susto, quase a cair da cama, enquanto ele gargalhou de forma descontrolada e alta. Semicerrei-lhe os olhos, levemente irritado.

" – Fingires que dormes só para leres os elogios que te dou em mente? A sério?". – E terminei, levantando uma sobrancelha.

O demónio encolheu os ombros, ainda a rir.

" – Estou há um bom tempo acordado a olhar para ti. Queria ver o que pensavas de mim".

E fiquei com o corpo ainda mais quente, ao ouvir a primeira frase, levemente e visivelmente nervoso. O triângulo sorriu de canto, dando destaque às suas madeixas douradas e ainda mais desarrumadas que o normal.

" – O que foi? Ficas muito querido a roncar baixinho e um amor com a respiração calma. Ah, e a tua marca de nascença ficou à mostra a noite toda!".

Atrapalhado, tapei a minha testa de vergonha, olhando para o lado.

Mas a minha respiração trancou completamente, ao sentir-lhe as duas mãos quentes a rodearem-me a cintura e puxarem-me para o seu corpo, maior que o meu e completamente encostados.

" – Eu gosto". – Murmurou, perdendo os seus olhos nos meus, abrindo ligeiramente a boca. – "Eu gosto de cada pormenor teu... Incluindo as coisas irritantes".

Ri baixinho, olhando-o de forma irónica.

" – Porque raios é que nos vestiste a roupa interior, a meio da noite?".

Era verdade; As nossas cinturas estavam agora cobertas pelos nossos boxers, deixando-lhe uma tonalidade levemente avermelhada nas maçãs da cara.

" – B...Bem". – Gaguejou, limpando a garganta e a olhar de lado para o teto, por se encontrar frente a frente a mim. – "Enquanto dormias, li nos teus pensamentos que não estavas confortável a dormir assim, então... Achei melhor, por agora, fazer isso".