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Capítulo 2/3

Lia

Dois meses depois

— Ainda não consigo acreditar que você convenceu Gabriel a ir nesse seminário. Por que é sério, desde que descobriu que sua gravidez é de risco que ele praticamente não te deixou sozinha.

Ana estava na minha cozinha preparando nosso café da manhã. É claro que para convencer Gabriel a não largar o emprego, usei minha persuasão e um pouco da minha gravidez.

— Não foi fácil. Gabriel consegue ser muito teimoso quando quer.

— Igual a alguém que eu conheço. Talvez seja por isso que se dão tão bem.

— Não sou teimosa...

— Não? Quer mesmo entrar nesse assunto?

— Não, eu não quero – comecei a rir.

— Sabia que não – disse Ana também rindo.

— Mas enfim, esse projeto é a grande realização do Gabriel. Ele finalmente conseguiu concluir, não era justo que no dia da apresentação para o público, ele não estivesse presente. Eu teria ido, mas acabo que completar nove meses e o doutro Marcos me proibiu de viajar.

— E com toda razão. Sua barriga parece que está prestes a explodir. Me dá agonia só de olhar.

— Gabriel gosta de vê-la assim – me defendi.

— É claro que gosta. Aquele cara te idolatra. Só falta colocar um tapete vermelho por onde você passa.

— Sem exageros, por favor.

— Estou falando sério. A melhor coisa que te aconteceu, depois da Valentina, é claro, foi a vinda de Gabriel.

— Nisso você tem razão. Gabriel tem ocupado todos os espaços vazios deixados na minha vida. Agradeço todos os dias a Deus por ter colocado ele de volta na minha vida.

— E você já disse isso a ele?

— Eu não preciso, ele sabe.

— Até parece que você não conhece os homens. Quando o assunto são os sentimentos, eles podem se tornar piores do que as mulheres no período da TPM – Ana riu.

— Gabriel não é assim, ele é maduro e seguro demais para sua idade...

— Gabriel é homem, e nesse quesito, se torna igual a todos os outros. Não vê o Beto? Um dia que durmo fora, parece que é o fim do mundo. E isso tem nome, insegurança. Confesso que até que eu gosto.

— Você sabe que não precisa dormir aqui...

— E correr o risco de ser degolada pelo Gabriel quando ele voltar? Não, obrigada. E tem mais, dois ou três dias não vão matar o Beto.

— Você poderia convidá-lo para dormir aqui também.

— E você acha que não chamei? Beto percebeu que quase não passamos um tempo juntas, então aceitou que deveríamos fazer isso antes da chegada de Valentina.

— Ele te ama, sabia?

— Assim como amo ele. E você, já falou que ama Gabriel?

— Ainda não.

— Por que não?

— Sei lá, ainda não surgiu a oportunidade... – falei dando de ombros.

— E pelo jeito também não transaram.

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora