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Capítulo 3/3

Lia

— Ana, você não precisa correr como uma louca, quero pelo menos segurar Valentina em meus braços antes de morrer.

Ana só não me jogou no banco do carona porque eu estava grávida. Estava tão histérica quanto Gabriel. Achei que pessoas histéricas só existiam nos filmes, mas eu tinha minha amiga e meu namorado para comprovar isso.

— Sua bolsa estourou...

— Eu sei, ainda estou me sentindo estranha quanto a isso, mas isso não quer dizer que o bebê vai nascer agora. Até porque prometi ao Gabriel que esperaríamos por ele.

— Você fez o quê? – Ana gritou sem tirar a atenção da pista.

— Gabriel parecia que iria sofrer um infarto. Se pudesse, ele se teletransportaria até aqui. Precisei acalmá-lo.

— E disse que Valentina esperaria por ele para nascer? Você sabe que não poderia ter prometido isso, não sabe?

— Gabriel está há duas horas daqui, vai dar tempo, ok? Pensamento positivo que tudo vai dar certo. Agora pode diminui a velocidade, quero chegar inteira na maternidade.

Quando chegamos, a equipe médica já estava me esperando. Marcos estava em uma reunião, mas assim que saísse, iria me encontrar no quarto.

A famosa camisola transparente já estava me esperando quando entrei no quarto. Ana me ajudou a me livrar das minhas roupas e ficou comigo até meu médico aparecer.

— Então parece que chegou o grande dia. Nervosa? – Marcos perguntou assim que entrou no quarto.

— Contei os dias, agora só quero que demore mais um pouco.

— Por quê? Acha que vai sentir falta da barriga?

— Também, mas não é por isso. Gabriel está em um avião vindo para cá. Ele quer muito estar junto quando eu entrar na sala de parto.

— Eu ia mesmo perguntar por ele. Nunca vi você sem ele ao lado.

— Ele teve que ir a um seminário. Pensamos que Valentina iria esperar mais um pouco, mas parece que ela tem vontade própria...

— A quem será que ela puxou? – Ana soltou logo atrás de Marcos.

— Ana, não é um bom momento para suas ironias – falei cerrando os dentes.

— Oi Ana, como tem passado?

Marcos se virou para cumprimentá-la.

— Me recuperado do susto.

— Imagino.

— Não é todo dia que sua amiga liga avisando que sua sobrinha vai nascer. Achei que teria um infarto.

— Quase pedi uma cama para ela – falei.

Marcos riu e voltou a me encarar.

— Vamos ver como está sua dilatação – disse começando a colocar as luvas.

— E essa é minha deixa para deixar o quarto e ir atrás de um café.

— Você pode ficar – Marcos pediu.

— Obrigada, mas não quero ter a lembrança de um médico enfiando o dedo na vagina da minha amiga.

— Ana!! – falei morrendo de vergonha.

— O quê? Olhando daqui não é legal. Volto quando vocês terminarem.

Ana saiu quase correndo do quarto.

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora