37

21.1K 1.7K 34
                                    


Gabriel

Demorei para absorver as últimas palavras de Lia. Ela havia falado que me amava. Claro que eu ansiava para ouvi-las, mas não imaginava que seria nesse momento. Agora estávamos deitados em nossa cama, depois um momento único e esperado. Agora éramos uma só pessoa.

Lia estava com sua cabeça deitada em meu peito e eu podia ouvir as batidas do seu coração. Agora que nossas respirações havia se acalmado, eu estava em êxtase, repassando as cenas do nosso momento, com um dos filmes preferidos de Lia.

Minha mão acariciava seus cabelos macios, enquanto a outra sentia o toque quente e vivo de Lia.

— Em que está pensando? – Lia quis saber.

— Em você, nós dois... Em como estou feliz que estamos juntos...

Lia ergueu sua cabeça e me observou. Um sorriso tímido brotou em seu rosto.

— Estava pensando a mesma coisa.

Acariciei seu rosto com as costas da minha mão. Lia fechou os olhos para sentir meu carinho.

— Eu não quero te perder.

Lia abriu os olhos e sorriu novamente.

— Não vai me perder. Nunca.

Sei que esse era um péssimo momento para falar sobre Eduardo, mas Costa tinha me dado apenas essa noite para contar. Eu queria aproveitar enquanto ela estava em meus braços para contar a possível volta do meu irmão. Queria ver sua reação ao ouvir, e saber se o que vivemos minutos atrás iria perdurar.

—Lia, tem algo que preciso te falar.

Senti as batidas do meu coração acelerar, como se estivesse se preparando para uma guerra.

— Hoje não. Seja qual for o assunto, vamos deixar para amanhã. Essa noite, eu quero apenas ficar assim, juntinha de você, nessa bolha que acabamos de criar. O mundo pode voltar a girar amanhã, mas hoje eu só quero permanecer assim.

Eu também concordava com ela, queria esquecer meus medos, a história do meu irmão, o mundo lá fora e só me concentrar em Lia.

— Está bem – concordei depois de um longo tempo.

— Ótimo. Agora porque não vamos tomar um banho de banheira?

— Banheira?

— Sim, como no filme Uma linda mulher. Vem.

Lia saltou da cama sem preocupar com sua nudez e caminhou para o banheiro. Ouvi quando ela abriu as torneiras e voltou para o quarto.

— Já disse o quanto você é linda? – perguntei ao vê-la se aproximar.

— Só um milhão de vezes – disse montando na minha cintura – me fala ao acordar, depois do café da manhã, antes de ir trabalhar, depois que chega exausto em casa e antes de dormir – enquanto falava, me presenteava com leves beijos pelo meu rosto.

— Não tinha noção do quanto eu sou repetitivo – sorri.

— Eu não sei por que, mas eu gosto.

— Gosta de ser linda?

— Não. Gosto quando você diz que sou linda. As palavras vindas de você tem um sentido maior.

Lia beijou meu pescoço, sugou um pouco e depois começou a descer pelo meu peito. Em alguns momentos me encarou para ver minha reação. Eu não iria pará-la porque estava adorando cada momento. A cada olhar que me dava, a chama de desejo aumentava e nada iria apagá-la.

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora