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Lia

Fui a primeira à acordar. Estava enroscada nos braços de Gabriel e não havia como me levantar sem acordá-lo. Tive uma das melhores noites da minha vida e foi ele quem me proporcionou isso. Fui amada, desejada, idolatrada. Cada parte do meu corpo entendeu a quem pertencia. Não conseguia me imaginar passar mais uma noite ou um dia longe de Gabriel.

Ter falado que o amava foi libertador, para ambos. Eu finalmente pude tirar aquele peso que eu achava que nunca iria embora. Achei que nunca mais amaria alguém, mas como eu estava enganada. Amo Gabriel e percebo que foi o medo de assumir esse amor que me levou a demorar a me libertar.

Gabriel não é o cavalheiro vestido em sua armadura dourada, montado em cavalo branco cavalgando para salvar a bela indefesa. Ele é muito mais do que isso. Ele é o príncipe, o lobo, o cordeiro, o vilão... Gabriel é todos eles e eu não quero viver sem isso. Nunca.

— Espero que esse sorriso seja pelas lembranças da nossa noite.

Como ele sabia que eu estava sorrindo?

— Como adivinhou?

— Pelo simples fato de que eu estava sonhando com isso.

Gabriel afrouxou seu aperto e eu pude olhar para ele. Nunca havia percebidos como seus olhos eram tão brilhantes. E o quanto ele era lindo, ou como sua covinha no queixo quase imperceptível era incrivelmente atraente.

— Pervertido – falei rindo.

— Sou pervertido por sonhar que estava fazendo amor com você?... Várias vezes? – ele deixou escapar um sorriso canto de boca, denunciando suas intenções.

— Devo acrescentar que por enquanto, vai ficar apenas com os sonhos? Sinto cada parte do meu corpo dolorido. Parece que levei uma surra.

— Não deixa de ser.

Antes mesmo que eu pudesse contestar, suas mãos atrevidas já estavam subindo por minhas pernas. Meu corpo traidor logo demonstrou que seu toque era bem vindo.

Quando me tocou entre minhas pernas não pude conter um gemido. Foi algo que saiu livre antes que eu pudesse pensar direito.

— Devo parar ou continuar?

— Eu... Eu...

— Não estou conseguindo lhe ouvir – ele sussurrou ao meu ouvido – seja mais clara...

Eu mal consegui formar uma frase completa, quanto mais falar o que eu queria de verdade.

Gabriel retirou sua mão e o oxigênio voltou a circular em meu pulmão.

— Eu sei o que você quer... E acredite, eu quero muito mais, mas você mesma falou que está dolorida, então vou me levantar e preparar o nosso café.

Gabriel saiu da cama, o frio tomando conta do lugar onde seu corpo havia estado segundos antes. Puxei os lençóis para me cobrir e fiquei observando enquanto Gabriel vestia um moletom cinza.

Ele se ajoelhou sobre a cama e roubou um beijo rápido para evitar que a chama nos dominasse.

— Não precisa se levantar. Eu vou voltar com nosso café.

Quando Gabriel saiu, joguei os lençóis para o lado e me espreguicei. Depois comecei a sorrir como uma idiota. Como de costume, fui até o guarda-roupa e peguei uma de suas camisas, uma azul Royal que eu havia lhe dado de presente e ele achava que ficava mais linda no meu corpo.

Depois caminhei até as janelas que davam para a praia e abri as cortinas. Estava um lindo dia lá fora. Parecia até que as nuvens tinham contribuído para o meu dia perfeito. Eu poderia até aproveitar para pegar um pouco de sol.

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora