EPÍLOGO

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— Você quer parar de se mexer? Vou borrar a sua maquiagem toda – disse Ana me dando um tapa no ombro.

— Não posso, não quando Arthur não para de chutar – falei tocando minha barriga.

— Eu falei que vocês deveriam esperar até o bebê nascer.

— Gabriel não quis. Achou que seria legal que seus dois filhos participasse da cerimônia.

— Arthur iria participar de qualquer jeito – Ana revirou os olhos – e falta tão pouco, menos de um mês. O que custava esperar mais um pouco?

— Vamos parar de reclamar? Luiz está impaciente no bebê conforto – disse Manu entrando no quarto.

Gabriel acabou me contando o que havia acontecido com ela. André havia sido preso por estupro e cumpriria quinze anos em regime fechado.

Manu acabou deixando a empresa. Havia aceitado a proposta de gerenciar umas das empresas da família de Gabriel. Claro que isso levou um bom tempo, já que Manu estava muito zangada com ele por conta do que havia acontecido com a gente.

Depois de descobrir toda a verdade, seu noivo acabou reatando o noivado e juntos se mudaram para Minas Gerais. Eles haviam vindo somente para o nosso casamento, já que havia muito trabalho para ser feito depois que foram descobertas algumas fraudes na gestão de Eduardo. Ele estava fazendo negócios ilícitas com pessoas que não tinha uma boa índole. E por conta disso, ele tinha sido afastado, deixando Gabriel com o total comando das empresas.

Também por conta disso, ele teve que pedir afastamento da empresa do Japão até conseguir se organizar, ficando apenas supervisionando os trabalhos aqui do Brasil.

Eduardo teve que sair do país por um tempo, até seu escândalo ser esquecido. Mas antes, cuidei para que ele jamais reclamasse a paternidade de Valentina. Entramos em um acordo, assinando um contrato, onde ele jamais procuraria minha filha até ela ter idade suficiente para decidir se iria procurá-lo ou não. Depois disso, nunca mais o vi.

— Pronto. Acho que agora consegui. Fique de pé veja o meu trabalho maravilhoso – disse Ana me guiando para um grande espelho do outro lado do quarto.

Decidi que queria me casar na mesma igreja onde os pais de Gabriel se casaram. Ele ficou emocionado quando eu fiz a proposta e acho que de alguma forma, eles estariam presentes no nosso grande dia.

Gabriel enviou convites para os meus pais, mesmo eu dizendo que eles jamais viriam. Tiveram esse tempo todo para me procurar e nunca recebi uma ligação deles.

Talvez fosse melhor assim, mas Gabriel disse que seria bom começar nossa vida do zero e que se eu quisesse, ele mesmo poderia falar com eles.

Neguei. Eu já o tinha na minha vida, tinha também Valentina e em breve teria Arthur. Agora teria uma família para me dedicar. Era só o que me importava.

Fiquei diante do espelho e não me reconheci.

— Uau! Você realmente se superou dessa vez – falei tocando meu rosto.

— Não é todo dia que minha melhor amiga se casa. Quis deixar marcado para a eternidade.

— Não me faça chorar novamente, por favor. Essa reta final da gestão é a pior.

Meu vestido era longo, como sempre sonhei. Tivemos que adaptá-lo para minha enorme barriga. As mangas se estendiam ao longo dos meus braços por uma renda. Uma faixa de cetim foi colocada logo abaixo dos meus seios, dando o toque angelical. Ana deixou meus cabelos presos, com algumas mexas soltas.

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora