DESTINOS TRAÇADOS

     Paulo era um jovem problemático. Mas o transtorno psicológico na qual ele possuía era devidamente acompanhado por médicos e psicológicos, um segredo que não era da ciência de muitos. Apenas a sua mãe, coitada, que o acompanhava as consultas. Tirando as suas crises de nervosismo que tinha em casa, na qual era controlado através de remédios e o carinho de sua mãe Berenice.

Às vezes ele tinha que ser transferido de escola para outra, após os seus rompantes e agressividade com os outros alunos. Mas com o passar dos anos, ele aos poucos foi se tornando mais controlado, mais sério e até se passando por uma pessoa normal. Paulo estava chegando aos seus dezenove anos, e sua mãe, estava muito feliz, o consumo de remédios estavam diminuindo, por indicação dos médicos. Paulo estava tendo uma vida normal...

Apesar das repetências e faltas deste a infância, Paulo conseguiu prestar o vestibular e cursar faculdade, estava no primeiro ano do curso de direito. Apesar de ser muito bonito e elegante, estava faltando algo na vida de Paulo: uma namorada. Virgem e solteiro, era essa a vida daquele rapaz que até então nunca havia se declarado a uma moça.

Uma das suas colegas de faculdade, era a belíssima Joana de Lima. Ah, Joana, era o principal motivo dos suspiros de Paulo. Eles já se conheciam deste a primeira série. A mãe de Paulo e de Joana já se conheciam a muitos anos. Elas foram amigas da época de escola. É por coincidência do destino, Paulo e Joana nasceram na mesma maternidade, com apenas dois dias de diferença.

Paulo não sabia o que era amor, mas ele sempre estava olhando os outros casais namorando, se beijando, nos filmes e novelas os romances de amor. Estava na hora de Paulo ter uma namorada, assim pensava ele. Poder passear de mãos dadas na saída da escola, ir ao cinema, restaurantes, brigar e depois pedir perdão: esse eram os planos de Paulo para a sua primeira namorada.

Apesar de Paulo e Joana se conhecerem deste a infância, ela evitava ficar perto dele, pois sabia do seu histórico de agressividade em outras escolas, apesar de nunca mais ter visto nenhuma briga. Um dia, em uma das aulas, Joana estava debruçada na mesa escrevendo, quando ao olhar para o lado, uma rosa, em cima da sua mesa. Ela leva um susto, mas não percebe quem havia colocado aquela linda rosa ao seu lado.

No intervalo, Joana ficará com a rosa em mãos, conversando com as amigas a respeito daquele gesto romântico de um admirador secreto. Ao longe, Paulo observava-a com admiração e desejo, em te-la somente para ele. A todo custo ela seria a sua namorada.

Durante o ano letivo, Joana receberá mais presentes, flores, rosas, bilhetinhos de amor e outras surpresas, como telegramas impressos e telefonados. Mas como o declarante não se revelava, Joana acabou perdendo o encanto por toda aquela paquera secreta sobre ela. Ela estava achando tudo aquilo exagerado. De longe, Paulo observava quando Joana jogava no lixo as rosas e os presentes, apenas se salvava os bombons que ela dividia com as amigas.

No segundo ano de direito, Paulo se declarou para Joana, a pedindo em namoro, apesar de meio tímido, quando ela estava sozinha na quadra de esportes, lendo um livro...

— Eu? Você está pedindo para que eu namore com você? Tu deve estar de brincadeira né? – esbraveja para Paulo diante da ousadia dele.

— Mas, eu, eu, a muito tempo que eu sou apaixonado por você. Eu te amo!!! - responde para ela, de cabeça baixa e mãos no bolso.

— Paulo, eu nunca te dei nenhum sinal de que eu gostasse de você. Nem sequer conversamos aqui na faculdade ou quando estudávamos juntos. Apesar de que na escola você só sabia brigar, por isso até me afastei de você. – já ficando de pé e apontando o dedo na cara de Paulo.

— Eu te amo!! O que você quer que eu faça para você entender o que su sinto. Por favor, namora comigo!! – grita enquanto segura nos ombros de Joana, a puxando em sua direção.