Prisioneiro da Paixão II - 20

521 60 9
                                    

- Olha, estou perdendo meu tempo discutindo com um merda como você, tu vai aparecer pro Will e beijar o Artur, ponto! Quero isso pra ontem! – e desligou o telefone. Mau sabia que eu estava ali atrás, ouvindo tudo.

Ele desligou o telefone e eu tive segundos para tomar uma decisão: ou me apresentava pra ele de uma vez e resolvia tudo ou continuaria na minha e conversaria com ele depois... Virei as costas e fui embora. Entrei no primeiro taxi que vi e fui pro Arpoador, eu tinha que saber o que iria fazer.

“Ele me enganou completamente! Ele tinha acabado com um amor lindo tudo pensando em si, nos próprios sentimentos, no próprio umbigo... isso não é amor de verdade, amor é doação, amor é deixar o outro ir para que ele não sofra, mesmo que você sangre até a morte... Amar é dar, desde um olhar até sua própria vida! Então não tem como um ser humano amar o outro e não saber abrir mão desse amor por um bem maior, isso não é amor.” – minha mente era um turbilhão.

“O que eu faço? Como desmascaro ele? Ele não vai desistir, ele não desiste, é da natureza dele fazer o possível e o impossível para alcançar seus objetivos... desgraçado! Pobre coitado! Um sofredor por natureza... anos e anos vivendo um amor que nunca tinha conseguido, até o determinado ponto. Eu poderia deixar como está e ficar com ele!” – Nem eu acreditei que pensei nisso.

“Não! eu to maluco? Eu gosto dele, mas não é para tanto! O que ele fez não tem perdão, coitado do Rafael... É... já sei o que fazer!” – Estava decidido!

Peguei o metrô e fui pra casa, no caminho ia ensaiando mentalmente o que falaria pra ele. Ter ido à praia foi bom para que eu me acalmasse e que eu analisasse todos os lados e assim pudesse saber o que fazer. Cheguei em casa e tomei um banho, ainda pensando no que seria dito, no que seria feito... enquanto estava no banho a campainha tocou e escuto a porta se abrindo... só podia ser ele já que ninguém mais tem a chave.

- Will? Cadê você?

- To no banho!

- Ok, vou pegar algo pra comer, to cheio de fome.

- tudo bem, já to saindo.

Terminei meu banho, me arrumei, respirei fundo e fui saindo do banheiro. Ele estava na cozinha quando eu cheguei, com minha muleta e o fiquei observando: “ como pode alguém tão inteligente ser tão malicioso e maquiavélico?”

- Surpresa! – falei. O rosto dele ficou radiante.

- Oh meu Deus! Ai meu Deus! Você está andando! Andando cara, que maravilha, como foi isso?

- Hoje cedo eu cai e quando vi já estava de pé. – falou ele me abraçando e me dando um beijo na boca.

- Nossa que coisa maravilhosa! Vamos comemorar!!!

- Não, antes vamos lá na sala que quero conversar uma coisa séria com você.

- Eita, o que houve? – falou sentando na minha frente.

- Bem... eu sei de tudo cara.

- Tudo o que? – ele ainda sorria, mas seu sorriso se desfez.

- Sobre o Rafael, que você está chantageando ele para ficar longe de mim!

- QUE ISSO WILL! É MENTIRA, EU NUNCA FARIA ISSO! – Eu acariciei seu rosto.

- Ricky, eu ouvi você falando, no restaurante, não adianta mentir, acabou.

- como assim?

- eu queria te mostrar que já estava andando, então fui lá, pra falar com você e peguei você ameaçando ele pelo telefone. – ele cobriu o rosto com as mãos e ficou mudo.

Prisioneiro da Paixão - 2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora