Capítulo 8

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Shawn P.O.V

  A Maddy já estava me dando nos nervos, ela é tão cega que não consegue sentir nada por causa do seu maldito orgulho.

  Não conseguiria dormir sem antes falar com ela, mas isso não vai ficar assim. Levantei da minha cama, fui até o quarto dela e comecei a bater freneticamente na sua porta. Não houve repostas, bati novamente e nada. Abri a porta do seu quarto devagar sem fazer nenhum barulho, sua cama continuava intacta e passou uma vaga lembrança da primeira vez que tínhamos transado. Entrei em seu banheiro e nenhum sinal dela, fui até a janela e vi uma silhueta familiar balançando seus pés na água da piscina, logo vi que era a Maddy e ficava me questionando o que será que passava naquela cabeça dura.

  Desci as escadas e saí pela porta de vidro da sala. Sentei ao seu lado sem falar nada. Escutava os grilos cantarem e escutava ela soltava um suspiro de vez enquanto, parecia cansada. Tinha notado o quanto seu corpo tinha mudado durante esses dias, mas isso não me importava não era o físico dela que queria, e sim saber se ela gostava de mim. Levantei indo até a porta, queria deixá-la com seus pensamentos.

— Shawn... — Maddy sussurrou. — Fica aqui. — pediu.

  Fui até ela a abraçando.

— Você tem razão. — disse percebendo que estava sentindo ciúmes da Maddy.

— Por que eu tenho razão? — perguntou passando a ponta dos seus dedos sobre minha mão.

— Eu acho que estou tendo ciúmes de você, não sei se o que eu sinto por você seja só uma atração ou algo mais além. Se for só uma atração não quero que fique magoada ou se sentindo usada. — disse afundando meu rosto em seu cabelo.

— Tudo bem, Shawn. De todo jeito... não daria certo. Lidamos com nossas feridas todos os dias pensando em coisas legais que nos faça ficar com autoestima alta. Eu, uma modelo muito bem conhecida e uma psicóloga, não sobra tempo para mim, vivo viajando e basicamente não tenho casa. Maquiagem atrás de maquiagem para esconder quem realmente sou. Você também viaja muito, conhece lugares novos, pessoas novas e sua fama aumenta a cada dia.

— Então vamos aproveitar o agora e deixar o que tem que acontecer depois? — perguntei vendo ela cabisbaixa.

— Sim. — falou sorrindo.

— Dorme comigo hoje? — perguntei e logo depois ela virou a cabeça para mim estreitando os olhos. — Prometo que não vou encostar um dedo em você do modo como está imaginando. — falei vendo ela dar sua risada escandalosa.

— Aceito. — disse colocando a mão sobre a barriga.

— Do que está rindo, an? — disse fazendo cócegas em sua barriga.

— NÃÃÃÃÃÃO! SHAWN PARA POR FAVOR. — gritou enquanto se contorcia.

  Depois de um tempo fazendo cócegas nela, fomos para o meu quarto. Não vou negar que não rolou uns beijos embaixo dos lençóis, mas nós não transamos.

  Fiquei fazendo cafunê nela até vê-la dormindo. E, simplesmente ela é tão linda dormindo. Ah tá, até parece que pessoas babando enquanto dormem são lindas, mas ela não babava, ela transparência suavidade e leveza. Coisa que nunca tinha visto em mulher nenhuma, pouco tempo depois acabei adormecendo com a imagem do seu rosto...

Maddy P.O.V

  Acordar do lado de uma amiga é legal, mas acordar do lado da pessoa que você esconde sentimentos é melhor ainda. Meu Deus, até dormindo esse cara é lindo!

  Afundei ainda mais em seu peito rindo. Nunca se sabe quem está olhando. Vi ele esfregar os olhos com uma das mãos.

— Acordei você? — perguntou com sua voz rouca.

— Não. — disse olhando para ele.

— Por que você está me encarando? — perguntou sorrindo.

— Vou virar, assim não preciso olhar para você. — disse ficando de costas para ele puxando o lençol.

— Está mau humorada, vem cá deixa eu tirar esse mau humor. — disse fazendo cócegas.

— AAAAAAAAAAH SHAWN.

— Olha para mim. — disse segurando minha cintura.

  O encarei ainda rindo.

— O que você vai fazer comigo? — perguntei colocando minha mão em seu rosto.

— Quero um beijo aí depois digo o que eu quero. — disse elevando seu queixo.

— Se eu beijar você sei o que vai acontecer depois, então fica para mais tard... — ele me beijou, filho da mãe! — Você nunca deixa eu terminar de falar. — disse entre um pausa ou outra. — Diz o que você quer.

— Então minha mãe vai dar um almoço na casa de verão enquanto eu estou de férias, ela disse que eu estava muito longe da família e quando eu estava com ela não lhe dava atenção...

— Shawn, vai direto ao ponto. — o cortei.

— Você vem comigo? — perguntou fazendo uma cara de pidão. Fiz uma careta pensativa, o que fez ele rir.

— Eu vou sim. — disse puxando ele para um beijo.

— Depois sou eu quem não quer beijar.

— Nunca disse que não queria, apenas disse que agora não.

  Escutamos uns barulhos de passos pesados e grandes batidas na porta do Shawn.

— Eu vou. — disse levantando.

  Abri a porta e dei de cara com o Aaron.

— Era você mesmo que eu queria. — disse.

Ele passou pelo Shawn e pegou em minha mão, me puxando e quase caí descendo as escadas.

— Aaron o que está acontecendo?

  Saímos pela porta de vidro da sala e todos estavam em uma rodinha olhando para o chão. Pedi espaço vendo o Nash com a boca roxa e branco como papel todo molhado.

— O que aconteceu com ele? — perguntei vendo seus sinais vitais.

— Nós estavamos nadando então o Nash pulou do trampolim e não voltou para superfície, achamos que ele bateu a cabeça no fundo da piscina.

— Ele saltou de cabeça? — perguntei aproximando meu ouvido do seu nariz.

— Sim. — disse passando a mão pelo cabelo.

— Ele não está respirando. — disse fazendo respiração boca a boca, depois fiz massagem cardíaca. — Alguém liga para ambulância, por favor! — gritei. — Nash acorda. — sussurrei. Fiz novamente a respiração boca a boca seguida da massagem cardíaca, tentei mais duas vezes e nada. — Por favor Nash. — sussurrei encostando minha cabeça em seu peito.

— Vamos levá-lo para dentro. — Bruno disse.

— Não! Só vai piorar as coisas! — disse fazendo pela última vez. Não conseguia fazê-lo respirar e se ele morresse me culparia o resto da minha vida por não ter me desculpado com ele, por nossa briga de ontem à noite. — Respira, respira, respira...

  Vi o Nash abrir seus olhos e puxar o ar, soltei um suspiro ao ver que ele colocava toda a água para fora.

— A ambulância chegou. — disse a Cloe chegando perto de mim.

— Levantem ele e ajudem o pessoal da ambulância. — disse me recompondo.

— Obrigado. — sussurrou o Nash ao passar por mim.

— Vai ficar tudo bem. — sussurrei de volta.

Bad Reputation || S. MOnde histórias criam vida. Descubra agora