9° Capítulo

2.4K 166 2
                                    

Mia

  Eu trabalho aqui, ha anos. E nunca vi nenhuma criança como a Jeny antes. Ela é muito mais madura que o normal e é muito fofa. Ela fez amizade rapidamente aqui. E eu fiquei bem triste ao saber da história de vida dela. Como que uma criança linda e perfeita como ela, vai parar na rua?

  De todas as crianças desse lugar, a minha favorita virou a Jeny. Ela é especial de alguma forma, e mesmo tão pequena ela já sonha grande.

- E aí Mia?!_ Fala Hudson me tirando dos meus pensamentos.

- Vá se arrumar! Daqui a pouco vai dar a hora de ir pro colégio.

Jeny

  Mia faz muito barulho pra poder acorda a gente. Eu levanto e pego o meu uniforme na minha comôda da cama. Saio do quarto e vou ao banheiro. Tomo meu banho e me arrumo, mas desta vez eu deixo meu cabelo preso. Volto pro quarto Calço meu tênis e logo depois eu desço pra tomar café.

  Chegando na cozinha, havia pouca gente lá. Sentei ao lado de um menino e o Otávio nos serviu biscoito com leite quente. Nesse momento chega as outras meninas e a mesa começa a ficar mais cheia.

- Jeny, maravilinda! Você nem espera a gente!_ Fala Lexa

- Ah, vocês demoram muito e eu tenho fome!

  As garotas riram e os meninos pareciam estar entediados. Voltei a comer meu lanche e acabo derrubando leite em mim e no menino que estava ao meu lado. Todos riram e eu olhei pro garoto que estava irritado.

- Vão pro banheiro limparem isso crianças._ Fala Mia.

Subo pro banheiro das meninas e tento limpar a minha saia. Mas ela ficou manchada. Nesse momento a Mia entra.

- Desculpa Mia, foi sem querer, eu esbarrei no copo sei lá. Me perdoa.

- Calma meu amor! Foi um acidente! E foi só leite. Vem aqui, eu vou pegar uma calça pra você.

  Fomos até o meu quarto e ela me deu uma calça. Eu troquei a saia pela calça e logo depois voltei a cozinha. Terminei de comer e fiquei na sala conversando com as garotas. Não demorou muito e o ônibus chegou! A Mia fez as chamadas e todos entramos no ônibus. Dessa vez eu peguei o meu lanche e sentei com a Nina.

  Chegando no colégio, eu fui pra minha sala e olhei a folha que a diretora me deu e vi que seria aula de matemática agora. Tinha alguns alunos na sala. O professor ainda não havia chegado. Peguei meu caderno e segundos depois o professor chega.

[…]

  Saio da sala para ir beber água e acabo esbarrando com o Josh.

- Pelo menos não derrubou nada!_ Fala Josh.

- Muito engraçado!_ Falo sendo irônica.

- Eu sei! Sou um ótimo comediante.

- Irritante você quis dizer.

  Rimos e ele entrou na sala da diretora. Eu fui beber a minha água e logo depois voltei pra sala.   

  As aulas ocorreram tranquilamente e até o momento não teve nehuma tarefa pra casa. Horas depois o sinal do intervalo bateu e eu peguei o meu biscoito e ao sair da sala o Josh estava me esperando.

- Tava me esperando?

- É! Quase isso. Eu queria compania e você esta livre.

  Fiquei quieta e logo depois fomos andando até a cantina. Chegando lá, eu e Josh sentamos com o povo e comemos tranquilo. Infelizmente o sinal bateu pouco tempo depois e eu tive que ir pro clube de artes.

  Chegando lá, eu e Josh pegamos o Avental e sentamos no mesmo lugar de ontem.

- Alunos, muitos de vocês não terminaram as suas pinturas. Eu quero tudo pronto pra hoje._ Diz o professor quase gritando.

- Professor, nós já acabamos de fazer!_ Fala Josh.

- Então faça 2° parte do trabalho. Pintam o que deixa vocês tristes. E pra hoje.

  Pegamos outro quadro e eu separei as tintas. Mas dessa vez eu começei pintando.

- O que deixa triste?_ Perguntei me referindo ao Josh

- Hum...ficar sozinho! E o seu?

- Voltar a ser o que era antes! Hoje eu sou muito feliz! Ficar sozinha é um medo, não uma tristeza.

- E...qual era o seu passado?

- Bom...viver na rua.

  Josh me olhou meio triste e pegou o pincel da minha mão.

- Ei, o que vai fazer?

- Uma menina linda e maravilhosa chorando na calçada.

- Nossa...bem criativo.

  Começamos a pintar e estava ficando bem legal. Ele pinta bem!

- Então...me conte sobre você!_ Fala Josh enquanto pinta.

- O que quer que eu fale?

- Conte sobre sua vida.

- Bom...quando pequena, eu morava num orfanato, mas eles eram maus e viviam me batendo. Então eu fugi e desde então morei na rua com a minha cadela Mel, mas aí eu fui sequestrada e obrigada a trabalhar para uns caras maus e eles ficavam me batendo. Aí a polícia descobriu e depois eu fui morar no orfanato.

  Ele ficou mudo e ficou me olhando.

- Mas...eles te batiam muito?

- Sim! Eles me batiam de chicote. Dói até hoje. O machucado não cicatrizou. Mas...e você, qual a sua história?

- Bom...meu pai saiu de casa quando eu tinha 2 anos. Aí a minha mãe cuidou de mim e do meu irmão sozinha. Aí ela casou com o Danilo, que agora é o meu padrasto e ele é muito legal.

- Pelo menos você tem uma família.

- Sim!

- Mas...peraí, quantos anos você tem?

- 11.

  Continuamos a pintar e esta muito boa a pintura. Eu fiz a garota e ele fez o cenário. O sinal bateu, então não deu tempo de terminar a pintura. Mas ela ficou bem bonitinha. Saímos da sala e ficamos conversando pelo caminho. Entrei na minha sala e sentei no meu lugar. O resto da aula continuou tranquilamente.

  Depois que as aulas acabaram, fomos pra casa e eu tomei um belo banho. Depois de me arrumar, eu coloquei minha mochila no cabide e deitei um pouco.

- Acorda Preguiça!_ Fala uma voz feminina.

  Olho e vejo a Lexa.

- Tô indo.

  Levanto e fico sentada na cama de baixo. Alguem entra no quarto. Olho e vejo a Mia.

- Ô meu amor! Vai ficar aqui? Vai brincar um pouco.

- To cansada! Só quero dormir um pouco.

- Ó tudo bem então! Bom descanço.

  Ela sai do quarto e eu deito na cama.

A menina das ruasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora