Capítulo 19

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Samantha

Sutilmente ela me olha de cima a baixo, força um sorriso e levanta para poder me cumprimentar.

— É um prazer conhecê-la querida. — ela me dá dois beijos no rosto.

Falsa.

Eu poderia agir da mesma forma que ela, mas não consigo ser simpática quando não vou com a cara da pessoa.

— Como vai. — falo séria.

Bernardo parece notar meu desconforto e me olha por alguns segundos.

— Está tudo bem?

— Sim. Está tudo ótimo.

Ele estreita os olhos.

— Érika, nos dê licença um minutinho, por favor.

— Claro, fiquem a vontade.

Saímos de perto dela e ele me leva para dentro da cozinha.

— O que foi?

— Essa Érika que está lá fora, é a mesma Érika que você namorou?

— Sim. Por quê?

— Quantas ex mais eu terei que conhecer?

— Como assim?

— Ontem foi a Vitória e todo o circo que ela armou, e hoje, logo cedo outra ex?

— Não seja injusta. Não faça uma comparação entre as duas. Elas são completamente diferentes.

— Será?

— Será não, ela é diferente da Vitória. — ele me abraça. — Ela é minha amiga, e veio me desejar Feliz Natal só isso.

— Ela me olhou de uma maneira que eu não gostei.

— Ai meu Deus. — ele vira os olhos e sorri. — Para com isso. Não coloca bobagens na cabeça. Vamos voltar lá para fora. — ele me dá um beijo.

Quando saímos pela porta o Júnior aparece do meu lado.

— Até que enfim você acordou tia, preciso te mostrar o que foi que o Papai Noel deixou para mim.

— Agora não Jú, a tia Sam vai tomar café primeiro.

— Mais vai ser tão rapidinho. — ele faz uma carinha triste e eu me derreto.

— Eu vou com ele. — ele concorda e solta minha mão. — Vamos lá, estou curiosa para saber o que você ganhou.

Muito animado, ele corre na minha frente, e eu vejo uma bicicleta encostada no muro.

— Eu estou tão feliz. — ele sorri. — Agora tenho duas bicicletas, essa vai ficar aqui na casa da vovó, sempre que eu vier para cá, vou poder brinca com ela.

— Que legal. Vou perguntar para as suas tias se elas têm bicicleta para me emprestar, e mais tarde podemos andar juntos. O que você acha?

— Jura? Que legal tia, eu quero sim. – ele arregala os olhos, depois pega a bicicleta e vai andar pelo grande quintal.

Viro para poder voltar para a mesa onde está sendo servido o café da manhã e me deparo com o Bernardo e a Érika conversando animadamente. Mesmo não tendo ido com a cara dela, conversar não arranca pedaço, certo? Mas as mãos dela estão em cima dele e isso me incomoda.

Paro no lugar e durante um tempo e fico observando os dois. Sempre que pode, ela o toca e ele não diz muito menos faz nada para impedi-la de continuar a tocá-lo.

Caminhos Traçados 2ª EdiçãoWhere stories live. Discover now