Vick Não consegue ter controle

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Eu rondava a sala de um lado a outro,meu coração palpitava,minha cabeça doía e eu podia sentir a pressão nas minhas têmporas, subi para o quarto e joguei no chão tudo o que havia sobre a cómoda e os fracos que ficaram inteiros,atirei um a um contra a parede,um cheiro etílico de perfume,desodorante e loção pós-barba se misturava no ar. Eu estava possessa!

Eu sabia que não estava enganada,porque eu conhecia aquelas marcas no punho de Sandy,eram as mesmas que o Theodoro deixava em mim. Eu conhecia cada nó que o Theodoro dava,e eu sabia que ele fez aquilo na Sandy.

Me encolhi no canto da cama,o quarto estava uma bagunça,mas a minha dor não passava. Eu queria chorar,mas não conseguia, as lágrimas não vinham.

A porta do quarto se abriu,e eu ainda não estava pronta pra defrontar Theodoro! Mas,por sorte era Melleky

- Ele é um filho da puta,Melleky!- eu disse sorrindo.

- É... A Senhora tem razão. - Ela se aproximou passiva. - Uma vez dominador, sempre dominador e isso não vai mudar... De um desconto, está grávida e não pode se submeter ao caprichos do Ar. Austin... Talvez tenha sido até melhor ele ter usado Sandy e a machucado, do que a senhora... Por que sei que está usando maquiagem no pescoço para encobrir as marcas dos dedos dele.

- ELE PROMETEU, MELLEKY! - Me levantei enfurecida por ela tentar justificar,e senti os cacos de vidro machucarem o meu pé, mas não me importei. Era mais fácil lidar com a dor física do que com aquela sensação de que o meu coração tinha sido partido em vários pedaços. - EU QUERO QUE ELES MORRAM.

- Tem certeza? - Ela me encarou ainda passiva. - Não duvide do amor dele por você... - Meleky me pês sentada na cama, pegou uma toalha no banheiro e tirou os cacos de meus pés. - Fique sentada, não se levante, vou limpar essa bagunça. - Ela se levantou, respirou fundo. - Não o culpe... Está sendo difícil para os dois esse momento... Com licença.

 - Minha cabeça dói! - Algo estava errado, meu corpo estava trémulo, minha cabeça doía horrivelmente e o mundo parecia girar ao meu redor. De repente, senti que meu corpo se retesava e meu colo doía. A última coisa que vi com clareza foi o teto girar, depois disso tudo se tornou opaco.

Theodoro

Estava numa reunião com alguns investidores quando Meleky me ligou informando oque havia acontecido, dei um pulo da cadeira, e se eu pudesse matar alguém naquele exato momento, não hesitaria em faze-lo.

- Com licença, senhores, mas preciso ir imediatamente para casa, minha esposa esta grávida... e não está bem. - Disse saindo da reunião. - Michael... continue, confio em você para terminar...

Nem terminei de falar, corri para a rua pegando um táxi parado em frente ao restaurante, praticamente puxei a mulher lá de dentro que tinha acabado de se sentar.

- Me desculpe...é urgente... - entrei e fechei a porta e dei o endereço e mandei que voasse, eu pagaria as multas.

O homem foi leal, voou pelas avenidas de Washington parando em frente ao prédio, joguei duzentos dólares no banco e saí correndo para dento do edifício onde morava, Luccas já estava com a porta do elevador aberta, esperando que eu entrasse, girei a chave e subi.

- ONDE ELA ESTÀ? - Gritei assim que entrei.

- No quarto... - Meleky trazia o aspirador de pó.

Subi a escada pulando de dois em dois degraus chegando ao andar, abri a porta do quarto e Victória estava convulsionando e perdendo muito sangue.

- CHAME UM AMBULANCIA... AGORA... - Me Inclinei sobre ela, seus olhos estavam revirados, peguei o lenço de dentro do bolso e enfiei dentro de sua boca para não morder a língua para não sufocar com o próprio sangue, A deitei no chão, segurei sua cabeça e aguardei os paramédicos, que chegaram em 5 minutos, a imobilizaram, injetaram algo em suas veias.

- Temos que leva-la imediatamente para o hospital e realizar uma cesariana de emergência.

Apenas consenti com a cabeça e desci com eles, simplesmente não conseguia pensar, sentir, ou decidir algo, eu só não podia perder os dois.

Chegamos ao hospital Mercy, Vick e eu fomos levados diretamente para o centro cirúrgico, eu entrei em uma sala e ela em outra, pois iria acompanha-la em tudo e não abriria mão disso.

- O senhor está pronto? - Entrou a enfermeira na salinha, eu estava colocando a touca na cabeça.

- Estou pronto... - Disse a acompanhando.

Entrei na sala de cirurgia, já trabalhavam na minha esposa.

- A pressão dela está em 190/140 mmhg! Temos que estabilizar. - ouvi a médica berrar- Injetem sulfato de magnésio intravenosa pra conter as convulsões, já! - Era uma mulher enérgica.

Eu me sentia perdido naquela sala de cirurgia,e estava apreensivo. Eu não passava de um mero espectador e ninguém me dizia nada,eu não era importante.

As vezes ouvia a Drª Foster emitir algum comando e esperava que Victoria ficasse bem e August nascesse saudável.

Depois de algumas horas,que eu não tinha noção de quantas, o choro de August ecoou pela sala de cirurgia. Uma emoção enorme me tomou,mas logo foi substituída por uma sensação de pânico,quando ouvi a voz da Drª Foster.

- Estamos perdendo a mãe!

- FAZ ALGUMA COISA... - Rugi dentro daquela sala, agarrei no cabelo de Victória e disse em seu ouvido, áspero e nervoso. - Você não vai ser covarde ao ponto de me deixar aqui com um bebê... Reaja e fique com a gente... Ainda temos um longo caminho para percorrer, e nem começamos a nossa conversa sobre o por que de tudo isso... Então reaja... - Eu a beijei na testa. - Salve a minha esposa... - Disse deixando as lágrimas rolarem.

- EPINEFRINA AGORA! - Ela berrou.

- Mas, Drª a pressão está alta. - um enfermeiro argumentou

- Estava! Está caindo,e rápido! Quero epinefrina já e uma injeção de adrenocortisol.

- Pelo amor de Deus... Você não vai deixar minha esposa morrer... - Fiquei a sua frente, arfando. - Faz alguma coisa, eu não posso cuidar de um bebê...


MATA-ME DE PRAZERWhere stories live. Discover now