Capítulo XXIX - Subterrâneo Secreto

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Filipe aproximou-se daquela entrada da sala desconhecida. Estava curioso para saber o que havia lá dentro. Uma escada que descia ao que parecia ser um subterrâneo secreto, desconhecidos por todos os sobreviventes ali reunidos.

— Vamos entrar? — Filipe perguntou, virando-se para os outros, que esboçavam semblantes curiosos e surpresos. O desconhecido lhes atraía. Não sabiam o que poderiam encontrar ali dentro, mas queriam descobrir.

— Pode ir, com cuidado! — Gabriel disse para Filipe, que começou a descer a escada lentamente. Os outros o seguiam, ainda um pouco receosos de que poderiam encontrar algo ruim ali dentro.

A escada não possuia muitos degraus e Lipe logo chegou ao seu fim. Estava tudo escuro e não dava para enxergar nada.

— Tudo bem, podem descer! — o adolescente avisou para seus amigos. A pouca luz que vinha da entrada da escada foi suficiente para que Filipe enxergasse um interruptor na parede ao seu lado esquerdo.

O adolescente apertou o botão e várias luzes começaram a se acender consecutivamente, revelando estarem num suberrâneo muito bem complexo e estruturado. As paredes, o piso e o teto eram completamente brancos, com uma pintura impecável. Ao contrário do hospital, esse local secreto estava em condições inacreditáveis. Como se tivesse sido construído para um único propósito.

No centro havia uma grande sala com várias bancadas e provetas e todos outros utensílios necessários em um laboratório.

Os sobreviventes continuaram andando em frente, até chegarem em uma sala escura com apenas uma lâmpada amarela no centro como iluminação. Essa mesma lâmpada ficava acima de uma maca com laços metálicos para prender braços e pernas.

— Experiências com humanos... — Filipe sussurrou, olhando para todo o local. Andou até uma mesa com pouca iluminação que continha um livro grosso, de no mínimo 1000 páginas com um título bem grande e em evidência: Os Segredos da Biomedicina, Volume I, II e III.

Os olhos do garoto, ao ler o título, brilharam. Tudo o que mais queria no momento estava ali, na sua frente: mais conhecimento. O que sabia sobre biomedicina era o básico, mas agora com aquele livro poderia conhecer muito mais.

Filipe pegou o livro e pediu para que Liv guardasse em sua mochila. A mesma assentiu, aceitando.

— Galera, venham aqui! — Hanna disse, chamando a atenção de todos para o fim da sala.

A adolescente apertou um interruptor e luzes se acenderam, mas na sala em que Hanna estava de frente. Lá, havia vários tubos grossos de vidro que iam do chão até o teto. Dentro desses tubos, algumas criaturas estranhas, diferentes dos mortos-vivos, ficavam presas e, ao avistarem os sobreviventes, começaram a grunhir e bater com força em seus respectivos tubos.

Todas essas criaturas se assemelhavam, de alguma forma, com os humanos. Cada vez mais que adentravam àquele subterrâneo secreto, ficavam mais intrigantes e confusos. O que seria tudo aquilo? Experimentos com humanos? Não sabia ao certo, mas tinham vontade de descobrir cada vez mais.

Alissa chegou ao fim da sala. Uma grande porta que parecia ter sido improvisada de madeira estava bloqueada por algumas tábuas, que fortificava-a. A adolescente se aproximou ainda mais, mas parou bruscamente quando a porta começou a ser arrombada. Alguém tentava sair de lá de dentro.

— Alissa, sai dai! — Thiago gritou.

— Tem alguém querendo sair. — a adolescente devolveu o grito. — Preciso ajudar!

— Não dá. — Thiago disse e correu até Alissa e voltou novamente, puxando-a pelo braço. — Você não sabe o que tem ali, vamos ficar de longe observando. — terminou de dizer e se juntou aos outros sobreviventes, que também esperavam a porta ser arrombada e ser revelado o que se escondia lá dentro.

Até que de repente, a porta se partiu ao meio, fazendo um grande estrondo e vários mortos-vivos começaram a sair de lá, meio lentos, só que dessa vez eles pareciam um pouquinho mais rápidos. Pareciam ser infinitos, pois ainda continuavam a sair zumbis de lá de dentro.

— Vamos correr daqui! — Hanna gritou.

Todos começaram a correr para a superfície novamente, subindo as escadas em desespero. Como era muito estreito, tinham que formar fila indiana, o que lhes atrasava um pouco. Quando estavam na metade do caminho, Filipe, o último da fila, olhou para trás e viu que um agrupamento de mortos-vivos se fazia no início da escada. Cada zumbi tentava alcançar os sobreviventes de qualquer forma, o que não dava muito certo, fazendo alguns, quebrarem ossos com tantas criaturas que se juntavam.

— Mais rápido! — Filipe gritou.

— Me ajudem aqui. — Gabriel pediu, enquanto tentava arrastar uma prateleira pra colocar na frente da escada, para pelo menos atrasar um pouco os mortos-vivos.

— Agora teremos que nos apressar. — Rodrigo disse preocupado. — Não devíamos ter ido lá.

— Peguem todos os medicamentos que puderem. — Thiago mandou e todos obedeceram, começando a jogar aleatoriamente tudo que havia nas pratelerias dentro de suas mochilas.

A tática de Gabriel não funcionou muito bem pois bastou apenas uma batida para que a prateleira que ficava na frente da escada caísse e os zumbis começassem a invadir a sala.

— Vamos sair daqui, rápido! — Liv gritou. Não fez questão nem mesmo de fechar o zíper de sua mochila e saiu correndo em direção à saída do hospital, sendo seguida pelos outros sobreviventes.

Ao chegarem na sala da recepção, os adolescentes são barrados por uma horda de mortos-vivos, que davam batidas na porta dupla de vidro, afim de quebrá-la. Alissa olha para trás, e vê zumbis, no fim do corredor, vindo em sua direção.

— Tem outra saída? — perguntou a adolescente.

— Não. — Rodrigo respondeu. — Todas as janelas têm grades e essa é a única porta. — disse encarando as criaturas inquietas que tentavam quebrar o vidro.

— Estamos sem saída... — Abby sussurrou.

Epidemia Zumbi - SobreviventesOnde histórias criam vida. Descubra agora